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ID
2851141
Banca
FCC
Órgão
MPE-PE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Presente para Maria da Graça


    Quando ela chegou à idade avançada de quinze anos eu lhe dei de presente o livro Alice no País das Maravilhas. Esse livro é doido, Maria da Graça. Isto é: o sentido dele está em ti.
    Escuta: se não descobrires algum sentido que há em toda loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler esse livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucuras. A realidade, Maria, é louca.
    Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu neste mundo?" Essa indagação perplexa é o lugar-comum de toda história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta: o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.
    Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias que, quando os corredores chegam exaustos a um ponto costumam perguntar: “Quem ganhou?” Bobagem, Maria. Há mais sentido nas saudáveis loucuras da nossa imaginação do que na seriedade que atribuímos a algumas bobagens que chamamos de “realidade”.

(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. O amor acaba. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 191-192)

Ao oferecer o livro que escolheu para presentear Maria da Graça, o narrador afirma que “esse livro é doido”,

Alternativas
Comentários
  • "Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler esse livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucuras. A realidade, Maria, é louca."

  • Acabei compreendendo mais no fim do texto;

    Bobagem, Maria. Há mais sentido nas saudáveis loucuras da nossa imaginação do que na seriedade que atribuímos a algumas bobagens que chamamos de “realidade”.

  • GABARITO: C

  • Gabarito “C”.

     

    a) desconsiderando assim qualquer utilidade do presente: uma história inteiramente desprovida de sentido.

    ERRADA. O autor afirma a utilidade do livro no seguinte trecho: “ler esse livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucuras”.

     

    b) imaginando que sua precoce amiga de quinze anos está habilitada a enfrentar difíceis textos teóricos.

    ERRADA. O presente foi dado a Maria para ajudá-la a compreender o sentido das coisas, inclusive as loucuras. O texto não afirma que Maria estava habilitada a enfrentar difíceis textos.

     

    c) justificando que as loucuras da história nele imaginadas têm a ver com as loucuras que há em nossa vida.

    CORRETA. “Esse livro é doido, Maria da Graça. Isto é: o sentido dele está em ti”.

     

    d) ironizando o fato de que ainda há muita gente que enxerga sabedoria na pura imaginação.

    ERRADA. O autor NÃO ironiza a sabedoria na pura imaginação como a alternativa afirma. Perceba no trecho do texto: “Há mais sentido nas saudáveis loucuras da nossa imaginação do que na seriedade que atribuímos a algumas bobagens que chamamos de “realidade”. Note que o autor afirma que há mais sentido nas loucuras da imaginação do que nas bobagens que chamamos de realidade.

     

    e) ponderando que no mundo real dos negócios sai-se melhor quem melhor uso faz da fantasia criativa.

    ERRADA. O autor trata como bobagem as corridas que os homens apostam no mundo dos negócios e em momento algum cita que sai melhor quem faz o uso da fantasia (nessa situação). “Nos escritórios, nos negócios, na política, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias que, quando os corredores chegam exaustos a um ponto costumam perguntar: “Quem ganhou?” Bobagem, Maria. Há mais sentido nas saudáveis loucuras da nossa imaginação do que na seriedade que atribuímos a algumas bobagens que chamamos de “realidade”.”