SóProvas


ID
2856994
Banca
MPE-GO
Órgão
MPE-GO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

 Leia o texto para responder a questão a seguir.


      A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações de caráter maniqueísta, que acabam por estreitar um problema extremamente complexo, permanecendo a discussão quase sempre em torno da droga que está mais em evidência.

      Vários aspectos relacionados ao problema (abuso das chamadas drogas lícitas, como medicamentos, inalação de solventes, etc.) ou não são discutidos, ou não merecem a devida atenção. A sociedade parece ser pouco sensível, por exemplo, aos problemas do alcoolismo, que representa a primeira causa de internação da população adulta masculina em hospitais psiquiátricos. Recente estudo epidemiológico realizado em São Paulo apontou que 8% a 10% da população adulta apresentavam problemas de abuso ou dependência de álcool. Por outro lado, a comunidade mostra-se extremamente sensível ao uso e abuso de drogas ilícitas, como maconha, cocaína, heroína, etc.

      Dois grupos mantém acalorada discussão. O primeiro acredita que somente penalizando traficantes e usuários pode-se controlar o problema, atitude essa centrada, evidentemente, em aspectos repressivos.

      Essa corrente atingiu o seu maior momento logo após o movimento militar de 1964. Seus representantes acreditam, por exemplo, que "no fim da linha" usuários fazem sempre um pequeno comércio, o que, no fundo, os igualaria aos traficantes, dificultando o papel da Justiça. Como solução, apontam, com frequência, para os reconhecidamente muito dependentes, programas extensos a serem desenvolvidos em fazendas de recuperação, transformando o tratamento em um programa agrário.

      Na outra ponta, um grupo "neoliberal" busca uma solução nas regras do mercado. Seus integrantes acreditam que, liberando e taxando essas drogas através de impostos, poderiam neutralizar seu comércio, seu uso e seu abuso. As experiências dessa natureza em curso em outros países não apresentam resultados animadores. Como uma terceira opção, pode-se olhar a questão considerando diversos ângulos. O usuário eventual não necessita de tratamento, deve ser apenas alertado para os riscos. O dependente deve ser tratado, e, para isso, a descriminalização do usuário é fundamental, pois facilitaria muito seu pedido de ajuda. O traficante e o produtor devem ser penalizados. Quanto ao argumento de que usuários vendem parte do produto: é fruto de desconhecimento de como se dão as relações e as trocas entre eles.

      Duplamente penalizados, pela doença (dependência) e pela lei, os usuários aguardam melhores projetos, que cuidem não só dos aspectos legais, mas também dos aspectos de saúde que são inerentes ao problema.

                              (Adaptado de Marcos P.T. Ferraz, Folha de São Paulo)


A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações de caráter maniqueísta. A regência verbal observada na frase anterior é idêntica à encontrada em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C

    fiquei na dúvida, mas a D e E são VTDI...corrijam-me se errei!?

  • Fiquei na dúvida com essa questão e mostrei ela para o professor Claiton Natal, veja o que ele respondeu:


    1 - A forma verbal “se presta” é transitiva indireta e exige a preposição “a”(quem se presta, se presta a). 


    2 - Na alternativa “c”, não temos VTI. Só Há verbo transitivo indireto na alternativa “b“ (quem necessita, necessita de).

  • A questão pediu a regência idêntica do verbo "prestar" que exige a preposição A. A palavra "SENSÍVEL" não é verbo é adjetivo e exige a preposição A.
  • Concordo com todos os comentários abaixo.


    Quem é sensível, é sensível a alguma coisa! Ok!


    Mas a questão pede regência VERBAAAAAL e não nominal.


  • Concordo com o comentário do colega William Pimenta.

  • SENSÍVEL AGORA É VERBO ?

  • Acho que conjuguei o verbo errado , fui lá no mostra-se e me torrei...

  • sim sensível deve ser verbo p essa banca :/

  • oloco heim quem se presta, se presta a, pede preoposição errei msa gravei no coração

  • qual o erro da e?

  • Pessoal, depois de errar mais uma vez, fui fazer uma pesquisa. Muito difícil e até intuitiva a questão.

    A regência verbal do verbo MOSTRAR, neste caso, tornou-se transitiva indireta, pelo seguinte:

    Quem SE MOSTRA (ASSIM COMO QUEM SE PRESTA), SE MOSTRA A ALGUÉM. Acontece que na alternativa correta A COMUNIDADE MOSTROU-SE AO USO E ABUSO DE DROGAS ILÍCITAS, EXTREMAMENTE SENSÍVEL a redação fica estranha. "Extremamente sensível" é adjunto adverbial no caso.

    Quase uma adivinhação pra acertar essa, pois parece sem sentido algo se mostrar ao uso e abuso de drogas; complemento verbal bem escondido.

    Vc só tem que adivinhar se o verbo MOSTRAR-SE é de ligação ou transitivo indireto, e se o complemento é referente ao verbo ou ao nome (SENSÍVEL), fora as outras mudanças sintáticas. Questão forçada.

    Link que ajuda: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/revelar-se-e-mostrar-se-como-verbos-copulativos-e-verbos-transitivo-predicativos/32308

  • qual o erro da alternativa D?

  • A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações de caráter maniqueísta.

    Quem se presta? "A questão da descriminalização das drogas". Assim temos um sujeito paciente.

    Presta-se A quê? "A frequentes simplificações de....". Assim temos um VTI regido pela preposição A.

    Vamos agora analisar as alternativas:

    A - a descriminalização do usuário é fundamental. Verbo ser no sentido de qualificação, logo é um VL.

    B - O usuário eventual não necessita de tratamento. É um VTI, mas regido pela preposição DE.

    D - Vários aspectos relacionados ao problema não merecem a devida atenção. Acho que a questão deveria ter deixado mais claro que queria uma frase com apenas a regencia da frase, pois é a única justificativa que eu encontrei para o erro da D. Merecer é VTD.

    E - que, no fundo, os igualaria aos traficantes. Igualar pode ser VTD ou VI. Meio complexo pois não sabia na hora, mas pensei "o que igualaria?" é eles na forma de pronome "os".