SóProvas


ID
2865103
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de Cuiabá - MT
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O papel de intelectuais negros, como Machado de Assis, na Abolição

 

   Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes desse tipo de ação no país. É o caso do movimento abolicionista, considerado por muitos historiadores uma das primeiras grandes mobilizações populares em terras brasileiras. Por trás desse movimento,que reverberou por vias, teatros e publicações impressas no final do século XIX, estão atores nem sempre lembrados com o devido destaque: literatos negros que se empenharam em dar visibilidade ao tema. Debruçados sobre essa fase decisiva da história do Brasil, uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses personagens e mostrado que a conexão entre eles era muito maior do que se imagina.

   A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto fez deste tema sua tese de doutorado na Unicamp. Ela investigou a atuação de homens negros, livres, letrados e atuantes na imprensa e no cenário politico-cultural no eixo Rio-São Paulo, como Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio e Theophilo Dias de Castro. Segundo Ana Flávia, eles não só colaboraram para que o assunto ganhasse as páginas de jornais, como protagonizaram a criação de mecanismos e instrumentos de resistência, confronto e diálogo. Ela percebeu que não eram raros os momentos em que desenvolveram ações conjuntas.

   - O acesso ao mundo das letras e da palavra impressa foi bastante aproveitado por esses “homens de cor”, que não apenas se valeram desses trânsitos em benefício próprio, mas também aproveitavam para levar adiante projetos coletivos voltados para a melhoria da qualidade de vida no país. Desse modo, aquilo que era construído no cotidiano, em conversas e reuniões, ganhava mais legitimidade ao chegar às páginas dos jornais - conta Ana Flávia.

   A utilização da imprensa por eles foi de suma importância, na visão da pesquisadora. A “Gazeta da Tarde”, por exemplo, sob direção tanto de Ferreira de Menezes quanto de José Patrocínio, dedicou considerável espaço para tratar de casos de reescravização de libertos e escravização de gente livre, crime previsto no artigo 179 do Código Criminal do Império, como pontua a historiadora.

  - Ao mesmo tempo, o jornal também se preocupou em dar visibilidade a trajetórias de sucesso de gente negra na liberdade, como aconteceu em 1883, quando a “Gazeta” publicou em folhetim uma versão da autobiografia do destacado abolicionista afro-americano Frederick Douglass - ilustra Ana Flávia.

   Como observa o professor da UFF Humberto Machado, eles conheciam de perto as mazelas do cativeiro e levaram essa realidade às páginas dos jornais. José do Patrocínio, por exemplo, publicou livros que mostravam detalhes da escravidão como pano de fundo em formato de folhetim, que fizeram muito sucesso. Esses trabalhos penetravam em setores que desconheciam tal realidade.

    - Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quiosques no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente nesse processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as pessoas iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi um discurso voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho, mostrando a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros - relata o professor, que escreveu o livro “Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.

(Adaptado de: https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-machado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.html)

Na frase “Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes desse tipo de ação no país”, a palavra “quão” expressa sentido de:

Alternativas
Comentários
  • Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes desse tipo de ação no país”


    (...) pode não imaginar o quanto distantes e organizadas são as raízes (...)


    Realmente da uma ideia de quantia, medida.

    Por eliminação, ficamos com a letra "B) intensidade"

  • Gabarito: B (Intensidade)

    O vocábulo QUÃO emite a ideia de força, veemência ou seja uma intensidade aos adjetivos distantes e organizadas as quais o vocábulo QUÃO está ligado.

    Foco, força e fé!

  • A palavra "quão" pertence à classe dos advérbios. No caso, modifica a o adjetivo "distantes", dando a este a ideia de intensidade.

  • Concessão - Ação ou efeito de conceder, de tornar disponível, permissão para realizar algo, Autorização...

    Exemplo: Embora o telefone seja caro, ele é muito bom

    Com essa frase estou dizendo para você comprar o telefone

    Intensidade -- Caracteristica do que é intenso, com muita força, em grande proporção (GABARITO)

    O vocábulo QUÃO emite a ideia de força, veemência ou seja uma intensidade aos adjetivos distantes e organizadas as quais o vocábulo QUÃO está ligado. (COMENTARIO DA PAULA BIT)

    Comparação - Ação de comparar, de analisar o que se difere ou se assemelha em: Comparação entre o vinho chileno e o português.

    Exemplo: Ela é linda como uma princesa.

    O seu filho parece um furacão no campo.

    Consequência - Algo produzido por uma causa

    Exemplos: “O resultado foi consequência de muito trabalho e esforço”

  • N tem nem o que falar, esse tipo de questão só se acerta vendo o contexto.

  • QUÃO É INTENSIDADE!