Guareschi & Grisci (1993) afirma ser o sofrimento psíquico diferente do físico. O físico é visível, o psíquico é invisível, sendo em grande parte vivenciado de forma particular por cada sujeito, ou seja, quando as condições externas salientam esta cadeia, haverá um reencontro das relações parentais infantis com a realidade atual.
Para Dejours (1990), a qualidade do sofrimento está relacionada à cadeia biográfica e à história de vida do sujeito, ou seja, quando as condições externas salientam esta cadeia, haverá um reencontro das relações parentais infantis com a realidade atual.
Em outras palavras, o sofrimento psíquico, pode ser transformado em criatividade, como é visto nesse trecho!
Dejours & Abdoucheli (1990) consideram a possibilidade do trabalhador, por não suportar o sofrimento, de transformá-lo em criatividade, e, consequentemente, em prazer, ao invés de utilizar como único recurso as estratégias defensivas.
A atividade produtiva é resultado do uso da inteligência operária, que se manifesta no confronto entre o que é imposto pela organização do trabalho e as necessidades psíquicas do trabalhador. É uma espécie de resistência ao domínio dos conhecimentos e procedimentos padronizados e preconizados pela concepção e preparação do trabalho.
Em outras palavras, as vezes é necessário você "ativar" esse sofrimento psíquico, pois nele encontramos resultados do uso da inteligência... resultando de forma positiva para organização!!!
Se fosse o sofrimento do amor, eu seria a pessoa mais inteligente do mundo! (:
Dejours (2012) descreve que muitos operários podem encontrar por conta própria, como estratégia defensiva individual, a autoaceleração. Para lidar contra o aborrecimento, a angústia, a raiva, o medo, tanto quanto os sonhos e a distração, o trabalhador impõe a si mesmo um ritmo desenfreado/acelerado, levando à simplificação e ao embotamento do pensamento pelo viés da anestesia promovida pela hiperatividade sensório-motora. No trabalho e fora dele, procura afastar o pensamento e/ou bloqueá-lo, não soltando as rédeas da imaginação e abrindo mão do espaço público. Fica apenas como um executor, em uma condição de animal laborans, lutando pela sobrevivência, privado da ação pública. Graças a essa estratégia, o trabalhador consegue manter-se ocupado, pela própria atividade, bem como neutralizar qualquer pensamento que não estiver diretamente relacionado à produção.