SóProvas


ID
2875105
Banca
VUNESP
Órgão
UFTM
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                           ‘Me corrige’, pede o pronome


             Uma das principais marcas do português brasileiro

                          permanece alijada da escrita


      Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.

      É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.

      No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.

      Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.

      No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.

      O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.

      Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.

      Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.

(Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)

De acordo com Manuel Said Ali, “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”. Uma frase do texto que comprova essa explicação do gramático e revela a tendência brasileira de colocação pronominal é:

Alternativas
Comentários
  • Galera, fiquei em dúvida entre a letra D e a letra E...

    Alguém poderia esclarecer?

    Obg!

  • Os portugueses usam bastante a mesóclise (verbos no futuro que iniciam orações)e, e o brasileiro quase não usa os verbos na mesóclise, sendo que essa é usada com verbos no futuro. Se prepare está escrito errado deveria ser prepar- se-á, e os portugueses usam corretamente.

  • Gab.: E

    Se prepare, nesse caso, para as consequências. (8° parágrafo)

  • Não se inicia oração com pronome,

    logo, "Se prepara..." está incorreto.

    O certo seria: "Prepara-se" (ênclise - pronome depois do verbo)




    ..........

    Revisando:

    Ênclise

    O pronome átono é posposto ao verbo nas seguintes situações:

    Sentença afirmativa imperativa: "Alunos, sentem-se, por gentileza!" Infinitivo pessoal: "Ligaram-me rapidamente." Vale comentar que, em situações informais da língua, é recorrente a anteposição do pronome átono, como em: “Me liga, por favor.”. Gerúndio: "Saiu apressadamente, esquecendo-se de seu celular." Orações coordenadas sindéticas: Foi à entrevista de emprego e mostrou-se confiante.



  • Tácita Moura, a alternativa D está correta, pois o pronome vem após o verbo.


    A alternativa E, é o gabarito, pois não se inicia a oração com pronome.


    O comando da questão foi achar a errada ;)

  • Opnião não sei se estou certa......

    ..Nessa questão entrou a interpretação do texto , conforme Manuel Said Ali

     O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.

       Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”


    Questão Uma frase do texto que comprova essa explicação do gramático e revela a tendência brasileira de colocação pronominal 


    RESP E Se prepare, nesse caso, para as consequências. (8° parágrafo)



  • Nem precisei ler o texto para responder, apenas o enunciado. O enunciado diz que a nosso linguajar ao falar não é o mesmo ao escrever, logo eu subentendi que ele queria alguma alternativa que demonstrasse uma forma em que todos falam, mas que está gramaticalmente incorreta, logo se temos pelo menos um pouco de conhecimento de colocação pronominal foi fácil perceber que a unica que estava errada era a alternativa E (Não se inicia uma oração com pronome oblíquo átono).

  • Antes mesmo de citar Said Ali o autor dá a deixa: "...além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação (inclinação dos brasileiros) é naturalmente proclítica". Ou seja, o brasileiro gosta da próclise (= pré verbo), é um exemplo dessa categoria de colocação pronominal que deveríamos localizar entre as alternativas...

  •  Uma frase do texto que comprova essa explicação do gramático e revela a tendência brasileira de colocação pronominal é... EM OUTRAS PALAVRAS A QUESTÃO QUER A ALTERNATIVA INCORRETA! (LETRA E)

  • A alternativa E foge da norma culta.

  • KKKKKKKKKK Tinha que ser o brasileiro falando errado mesmo.

  • Nâo entendi a Letra A, o que está certo ali?

  • Não entendi.

  • Acertei pq fiquei olhando uns 5 min pra entender, mas na hora da prova não se tem esse tempo! sinceramente custava a BO$TA DA QUESTÃO COLOCAR, "COMO É FALADO NA LINGUAGEM COLOQUIAL"

  • Achei que só a Cespe fazia essas perguntas sem noção com pitadas de psicopatia! Mas 5 minutos depois acertei

  • Gab: E

    Questão muito boa, ela explorou interpretação de texto é não norma-padrão:

    “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”. Uma frase do texto que comprova essa explicação do gramático e revela a tendência brasileira de colocação pronominal é:

    A) .. como o que acabo de cometer... (1° parágrafo) (Correto)

    B) É claro que me refiro à língua escrita. (2° parágrafo) (Correto)

    C) Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros... (2° parágrafo) (Correto)

    D) ... e escrever “Faça-me o favor” ... (8° parágrafo) (Correto)

    E) Se prepare, nesse caso, para as consequências. (8° parágrafo) (Errado)

    (Prepare-se - correto)

  • Essa questão deveria ser classificada como interpretação de texto e não como colocação pronominal hahahaha

  • O enunciado, basicamente, pede para identificarmos a alternativa que está errada.

    gab. E

  • Excelente questão, os mais preparados resolvem rapidamente !

  • gab. E

  • Vunesp "cespeando" rsrs

  • Basicamente, a questão nos pedi a colocação diversificada que é pronunciada, mas que está errada, podemos perceber isso:

    "a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses"

    E a alternativa E) denota essa colocação espontânea que não coincide com a norma culta, colocação errada.

  • revela a tendência brasileira de colocação pronominal

    Geralmente nós falamos as palavras em posição mesoclítica, e a questão queria exatamente uma exemplo disso, um exemplo de coloquialidade.

    Ex.:

    Te amo, te farei feliz,  Se prepare...

  • Brasileiro tende a falar em Próclise.

    Português tende a falar em ênclise.

  • o   Gabarito: E.

    .

    A. CORRETA: A. ...como o que acabo de cometer... (1° parágrafo). - Eu pessoalmente vi esse "o" como artigo, estando subentendido "pronome átono em início de frase".

    B. CORRETA: É claro que me refiro à língua escrita. (2° parágrafo) - Certinho. O pronome relativo "que" é fator atrativo de próclise.

    C. CORRETA: Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros... (2° parágrafo) - Está correto. Início de oração clama ênclise ou mesóclise em caso de verbo no futuro.

    D. CORRETA: ...e escrever “Faça-me o favor” ... (8° parágrafo) - Está correto. Início de oração clama ênclise ou mesóclise em caso de verbo no futuro.

    E. ERRADA: Se prepare, nesse caso, para as consequências. (8° parágrafo) - Errado. Próclise nunca é aplicada em início de oração.

  • Alijada é o feminino de alijado. O mesmo que: lançada, afastada, excluída, separada

  • EU FIZ ESSA PROVA.

    Alguém tirou 100 na prova e teve que entrar com Mandado de Segurança para garantir o cargo? Eu fiz a prova e peguei nota 86. Mas eu vi que os 10 primeiros colocados tiraram 100 na prova e não foram nomeados.

    documento.vunesp.com.br/documento/stream/OTQ2MDk2

    documento.vunesp.com.br/documento/stream/OTI4ODQx

    É assim mesmo? Fazem a prova e não nomeiam os aprovado dentro da vaga? Uberaba = 10 vagas.

    Se alguém quiser me enviar mensagem para saber o que acontecer... então não vale a pena estudar para esses cargos porque eles não nomeiam mesmo que você fique dentro das vagas...

  • Deu um nozin na cuca mas entendi e acertei... Oxe bem atípico isso...

    Gabarito: E