SóProvas


ID
2887060
Banca
INAZ do Pará
Órgão
CORE-SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Solidão Coletiva – uma crônica sobre o vazio de uma cidade grande


      Se pararmos para pensar, a solidão nos persegue. Sempre estamos tão juntos e, ao mesmo tempo, tão sozinhos.

      O simples fato de estarmos rodeados por dezenas, centenas ou milhares de pessoas, não nos garante que pertençamos ao grupo.

      A cidade é um dos maiores exemplos. Trem, metrô, ônibus em horário de pico. Homens ou mulheres. Jovens ou velhos. Gordos ou magros. Trabalho ou estudo. Cada um do seu jeito, indo cuidar da sua própria vida. Não há conversa ou um sorriso amigável. Rostos sérios e cansados sem ao menos se preocupar em lhe desejar um bom dia. Parece que ninguém está tendo um bom dia.

      Na rua, todos têm pressa. Mochila à frente do corpo, senão você é roubado. Olhar no chão para manter o ritmo do passo, ou logo à frente, como quem quer chegar logo sem ser importunado.

      Um braço estendido me tira do devaneio. É alguém sentado no chão, com um cobertor fino, pedindo algumas moedas. Como boa integrante de uma multidão fria e apressada, ignoro e continuo meu caminho. Essa é uma visão tão rotineira que se torna banal e, assim como eu, ninguém ali observou aquele cidadão com olhos sinceros. Não me julgue, eu sei que você faz o mesmo. O calor humano não parece suficiente para aquecer corações.

      É um mar de gente. Mas não me sinto como mais uma onda, que compõe a beleza do oceano. Sinto-me em um pequeno barco à vela, perdida em alto mar. Parada no meio da multidão, sinto sua tensão constante, como se a qualquer momento fosse chegar um tsunami. Sinto-me naufragando.

      Você já pegou a estrada à noite? É ali que percebemos que a cidade nunca dorme por completo. Carros a perder de vista em qualquer horário, com luzes que compõem uma beleza única. Porém, esquecemos que em cada carro não existe somente uma pessoa ou outra, mas sim histórias.

      Para onde cada um está indo é um mistério. Neste momento, percebo que, assim como eu enxergava alguns minutos atrás, ninguém ali me vê como ser humano. Veem-me como mais um carro, mais uma máquina que atrapalha o trânsito de um local tão movimentado. Só eu sei meu próprio caminho e para onde vou. Estou sozinha entre centenas de pessoas.

      Mesmo assim, muitas dizem preferir a cidade ao campo. Morar no interior não é uma opção para a maior parte das multidões – elas dizem que lá não há nada de interessante acontecendo e o silêncio da natureza as faz sentir muito distantes do mundo.

Por Beatriz Gimenez Disponível em: https://falauniversidades.com.br/cronica-solidao-cidade-grande/

Durante o texto, a autora se utiliza de algumas figuras de linguagem para transmitir ao leitor o que ela presencia. Quando ela diz “mar de gente”, denota-se um exemplo de:

Alternativas
Comentários
  • Figuras de linguagem são recursos de expressão, utilizados por um escritor, com o objetivo de ampliar o significado de um texto literário ou também para suprir a falta de termos adequados em uma frase. É um recurso que dá uma grande expressividade ao texto literário.

    Tipos de Figuras de Linguagem. Dividimos as figuras de linguagem em metáfora, hipérbole, eufemismo, ironia, elipse, zeugma, comparação, metonímia, antítese, paradoxo, prosopopeia, pleonasmo, anáfora, sinestesia, gradação, aliteração, polissíndeto, assíndeto e onomatopeia.

    Veja quais são as figuras de linguagem mais usadas em provas de concursos públicos:

    a) Antítese: uso aproximado de termos opostos.

    Exemplo: Mesmo que você não acredite, o céu é um lugar melhor do que o inferno!

    b) Elipse: omissão de uma palavra que, apesar de não exposta, pode ser identificada por quem lê. 

    Exemplo: Ele estava de casaco de frio; ela, de casaco de pele! (omissão doverbo “estava” em “Ela estava de casaco de pele”.

    c) Eufemismo: usada para atenuar algo grave de ser dito. 

    Exemplo: Ele passou dessa para uma melhor! (para não dizer morreu ou faleceu)

    d) Hipérbole: expressão de exagero usada para dar ênfase em alguma informação. 

    Exemplo: Fui à sua casa milhões de vezes, mas você nunca está lá!

    e) Ironia: expressão usada para dar idéia contrária ao que se pensa. 

    Exemplo: Sim, você é realmente muito valente, enfrentou vários soldados com sua espada de bambu e seu escudo de madeira usada em fabricação de borracha.

    f) Metáfora: relação entre duas palavras, na qual uma substitui a outra e forma sig ounificações semelhantes. 

    Exemplo: Você é um sol radiante em minha vida!

    g) Personificação ou prosopopéia: acontece quando animais ou seres inanimados recebem atribuições humanas.

    Exemplo: A xícara falou para o bule: o que aconteceu, por que este bico deste tamanho?

    gabarito = D

  • GABARITO: LETRA D.

    Hipérbole: expressão de exagero usada para dar ênfase em alguma informação, no caso do exercício, quando é dito: "mar de gente", refere-se a muitas pessoas.

    Exemplo: Fui à sua casa milhões de vezes, mas você nunca está lá!

    Já falei mil vezes!

    Força, guerreiros(as)!!

  • hipérbole: EXAGERO

  • Olá colegas,

    GABARITO (D)

    Leiam os conceitos e chegarão à conclusão:

    Apóstrofe é uma figura de linguagem caracterizada pela evocação de determinadas entidades, consoante o objetivo do discurso. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor, imaginário ou não, da mensagem. Nas orações religiosas é muito frequente ("Pai Nosso, que estais no céu", "Ave Maria" ou mesmo "Ó meu querido Santo António" são exemplos de apóstrofes).

    Antítese é uma figura de linguagem caracterizada pela apresentação de palavras de sentidos opostos. A palavra antítese tem origem no termo grego antithesis, que significa resistência ou oposição.

    Eufemismo é palavra, locução ou acepção mais agradável, de que se lança mão para suavizar ou minimizar o peso conotador de outra palavra, locução ou acepção menos agradável, mais grosseira ou mesmo tabuística.

    Auxese ou hipérbole é a figura de linguagem que incide quando há exagero propositado em um conceito para definir algo de forma dramática, transmitindo uma ideia aumentada do autêntico. Em termos simplificados, a hipérbole consiste na expressão evidentemente exagerada de uma ideia.

    Gradação é uma figura de linguagem, relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente ou decrescente. No campo da estilística, é também entendida como um recurso semântico, ou seja, relacionado à exploração dos significados das palavras.

    Bons Estudos!

  • Na hipérbole ocorre a intensificação de uma sentimento ou ação, que se traduz num grande exagero da realidade.

    “Rios te correrão dos olhos, se chorares!.” (Olavo Bilac)

  • Hipérbole: dizer algo de maneira exagerada.

    Ex: já falei um milhão de vezes.

  • Apóstrofe: chama, implora, coisa dramática, interpelaçao emocionada

    ex: ó mar salgado, quanto de teu sal

    são lágrimas de Portugal. [...]

    antítese: palavras de sentido contrario.

    ex": quando se sente alegre, fica triste.

    quando chora, dá risada.

    eufemismo: noticia mto impactante mas tenta suavizar falar de forma mais delicada.

    ex: ''ele passou dessa para melhor'' (morreu)

    "o jeito é dar uma fugidinha com vc"

    hipérbole: exagero

    ex: morrendo de fome

    letra D

  • GB/D

    PMGO

  • Sem enrolação nos comentários...

    Gabarito: D

    Mar de gente = MUITA gente

  • Letra D

  • Hiper = grande, enorme.

    Eufemismo = Eu = bom.

    Letra - D.

  • D

  • COMENTÁRIO:

    Não é EUFEMISMO porque:

    Eufemismo é a suavização da linguagem, evitando-se o emprego de palavras ou expressões desagradáveis.

    ''Mar de gente'' outra expressão que poderia substituir sem perder o sentido é ''Muita gente''.

    Pergunta: Realmente se evitou uma linguagem desagradável em usar a expressão ''Mar de gente''? Pelo contrário, ele aumentou, exagerou um pouco, veja, ''Muita gente'' diferente de ''Mar de gente'', mas com mesmo sentido, a expressão em negrito comparada com outro sentido sublinhado, da um exagero, caracterizando assim a Hipérbole.