SóProvas


ID
2902903
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

         Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia


      Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.

      O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.

     De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.

      O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”

      Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia, mas com foco no paciente.”

      Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.

      Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.

      Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.

      Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla o robô ainda é o ser humano.

                 (Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


•  Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. (1° parágrafo)

•  Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas... (2° parágrafo)

•  Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface... (7° parágrafo)


De acordo com a norma-padrão de emprego e colocação de pronomes, as expressões destacadas podem ser substituídas por:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A.

    Vamos lá, uma por uma:

    • Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. (1° parágrafo) --- sempre ---- adjunto adverbial, sendo fator atrativo para o pronome, logo (a ocuparam).

    • Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas... (2° parágrafo) ---- que --- fator atrativo, logo (o perdeu).

    • Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface... (7° parágrafo) ---- esses ---- Pronome demonstrativo é um fator atrativo, logo ( a teriam).

    Força, guerreiros(as)!!

  • Pronome demonstrativo não é fator de próclise. Segundo a gramática do Professor Pestana, com base em diversas questões já cobradas em provas, com a utilização​ de pronome demonstrativo, poderá ocorrer tanto a próclise como a ênclise.... Será que isso que foi abordado pela banca é uma jurisprudência da VUNESP??

     

    Item A, para mim, esta errado

  • "Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface... (7° parágrafo)"

    Com futuro do presente e futuro do pretérito jamais ocorre a ênclise (eu não sabia, aprendi com a questão). No caso, seria ou mesóclise ou próclise.

  • fiquei entra a A e D, MARQUEI D ... ERREI... NÃO SEI O PORQUÊ....MAS........VIDA QUE SEGUE!

  • Peçam comentário do professor por favor.

  • • Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. (1° parágrafo)

    Sempre por ser um advérbio curto atrai o pronome átono (próclise), é um caso obrigatório de atração.

    • Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas... (2° parágrafo)

    Que atrai para si o pronome por ser uma conjunção subordinativa, caso obrigatório.

    • Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface... (7° parágrafo)

    Teriam está no futuro do indicativo e não se usa pronome oblíquo átono após (ênclise) futuro do indicativo, é proibido, por isso que teriam-na é errado.

    Acredito serem esses os motivos.

  • Galera, TERIAM-NA é proibido, pois sem fator de próclise ali seria ou A TERIAM ou TÊ-LO-IAM. Será esse o erro?

  • Vê só:

    Mas como assim o certo é A TERIAM??

    Qual palavra atrativa temos nesse caso?

    -Nenhuma.

    Mas a vírgula expulsa o pronome pra uma ênclise.

    a VÍRGULA é o segredo q passou batido.

  • Em "esses doutores a teriam" não é o pronome demonstrativo que atrai, porque ele está afastado, e não junto do verbo. Como disseram, se temos futuro do pretérito não pode haver ênclise, portanto as duas opções viáveis seriam "a teriam", como no gabarito, ou ainda a mesóclise, que é esquisita e caiu em desuso, mas está correta, "ter-lhe-iam" .

  • verbos terminados em (M) no na nos nas  

    fui seco na resposta D e tomei no meio do meu céu azul...

  • Quanto ao último item, não se usa ênclise com verbo no futuro.

    Nesse caso ou coloca-se uma próclise ou mesóclise.

  • MACETE: Zorro Rindo Sentado pede LOLA

  • Para quem não entende onde está o erro da D, observem a primeira palavra da oração, ESSE, o que no caso é um pronome demonstrativo. Logo, é um termo atrativo "na cara do gol"!

  • Alguém sabe empregar o MACETE do senhor almeida???

    Zorro Rindo Sentado pede LOLA

  • Acertei porque antes de concluir minhas resposta, que seria a errada , percebi que o verbo TERIAM está no FUTURO DO PRETÉRITO, logo NÃO SE USA ÊNCLISE.

    A PARTIR DISSO, ÚNICA ALTERNATIVA RESTANTE E CERTA ERA A "A"

  • O comentário da Caroline Airif é o certo. O do Arthur, apesar de ter mais likes, tá errado.

  • Philerson Prestes, o macete que o colega fez referência é:

    Palavras terminadas em R, S ou Z pede LO ou LA

  • Gabarito: Letra A

    • Médicos sempre a ocuparam( advérbio atrai a o pronome oblíquo, formando próclise)

    • Já o lado humanístico, que o perdeu (conjunção subordinativa atrai a o pronome oblíquo, formando próclise)

    • Esses doutores a teriam(não se usa ênclise com verbo no futuro do pretérito)

  • GABARITO A

    Regrinha bem básica para resolvermos essas questões rapidinho: 

    1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.

    exs.: Chame-o agora.

        Deixei-a mais tranquila.

    2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.

    exs.: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.

        (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.

    3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.

    exs.: Chamem-no agora. 

         Põe-na sobre a mesa.

    __________________________________

    DICA:

    * o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas = OBJETO DIRETO

    *lhe = OBJETO INDIRETO

    bons estudos

  • Thiago Momm, até aceita sim a mesóclise, mas vc a apontou erroneamente, seria: tê-la-iam

  • No caso da última frase não seria uma mesóclise?

  • caberia mesóclise no 3° parágrafo?
  • Não caberia mesóclise mesmo o verbo no futuro porque tem um atrativo que é o pronome demonstrativo "esse", sendo assim, uma próclise obrigatória.

  • Gabarito: letra A.

    Médicos sempre -> sempre = advérbio = atrai pronome -> Médicos sempre a teriam

    Já o lado humanístico, que -> que = pronome relativo = atrai pronome -> que o... (o = lado humanístico)

    Esses doutores teriam -> teriam = futuro do pretérito = mesóclise ou próclise -> Esses doutores a teriam/ter-se-iam

    Não há ênclise com verbo no futuro do presente/pretérito.

  • Na frase “Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade”, o verbo “ocuparam” é transitivo direto e “posição” é o núcleo do objeto direto, cabendo, dessa maneira, a substituição por “a ocuparam”.

    Note que a palavra “sempre” é atrativa, é um advérbio. Portanto, o pronome átono não pode ficar depois do verbo.

    Eliminamos, assim, as alternativas (B), (C) e (E).

    Na frase “Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas...”, o verbo “perdeu” é transitivo direto, “espaço” é objeto direto e “que” é palavra atrativa. Portanto, cabe a substituição por “o perdeu”.

    Na frase “Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface...”, o verbo “teriam” é transitivo direto e “função” é objeto direto. O verbo “teriam” está conjugado no futuro do pretérito, portanto o ideal seria o uso de tê-la-iam (uma mesóclise), porém mais apropriado numa situação formal.

    O Português, do Brasil, foge um pouco da mesóclise. Nas alternativas apresentadas não há mesóclise. A ênclise “teriam-na”, com verbos no futuro do pretérito ou no futuro do presente, não cabe de maneira alguma.

    Portanto, a alternativa (D) pode ser eliminada. Como a ideia é trazer para nossa linguagem atual, cabe a próclise “a teriam”.

    Portanto, a alternativa correta é a (A). 

    Fonte: Estratégia (Prof. Décio Terror)

  • Excelente professora!!

  • Questão mega cabulosa!

    É preciso ter disciplina pois haverá dias que não estaremos motivados.

  • Quanto ao último item:

    Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface...

    → O correto aqui é a mesóclise (primeiro exemplo) ou a próclise (segundo exemplo). A ênclise é proibida em verbos no futuro do pretérito (teriam) e no futuro do presente (terão). Sendo assim, o correto é:

    Esses doutores tê-la-iam, atuando na interface...

    → Quando "quebramos" o verbo, teremos ter + iam. O pronome fica bem no meio. Como o verbo anterior (ter) termina em R, aplicamos a regra que diz para tirarmos o R e adicionar o final LO/LA (vender a casa → vendê-la). → tê-la-iam

    Se o verbo terminasse em ÃO, ÕE ou M, apenas adicionaríamos o NA/NO (venderam a casa → venderam-na)

    ou

    Esses doutores a teriam, atuando na interface...

  • na dúvida, vai de próclise e com muita fé
  • Após futuro do indicativo não se pode usar ÊNCLISE, apenas MESÓCLISE, por isso não poderia ser a letra D.

  • Não há ênclise no futuro!
  • Verbo está no futuro pretérito do indicativo, nesse caso a ênclise é proibida, sendo necessário a próclise ou mesóclise.

  • ➯COLOCAÇÃO PRONOMINAL

        •Colocação do pronome oblíquo átono → Me Te Se O(s) A(s) Lhe(s) Nos Vos

         1º) PRÓCLISE

    • Colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo.

    Ex.: Nada me fará desistir.

            Ontem me avisaram sobre a prova

          2º)MESÓCLISE

    • Colocação do pronome oblíquo átono no "meio" do verbo.

    Ex.: Amar-te-ei para sempre.

            Convidar-me-iam para a festa.

          3º)ÊNCLISE

    • Colocação pronominal do pronome oblíquo átono depois do verbo.

    Ex.: Contaram-me o ocorrido.

             Vou entregar-lhe a prova.