Casos extremos, cujas patologias mentais são evidentes, isto é, o delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico, não é problemático (DALGALARRONDO, 2000, p.25-27). Entretanto, a Psiquiatria não se resume somente nos casos onde existem riquezas sintomatológicas; há casos, em sua grande maioria, onde os limites de normalidade e patológico se tornam difíceis de ser identificados ou fáceis de ser confundidos. A questão é diferenciar e identificar o que é normal, anormal e patológico.
A normalidade é um estado padrão, normal; é aquilo considerado correto, justo sob algum ponto-de-vista (WIKIPEDIA, 2010a). Sob determinada égide social, cultural é normal tudo que esteja conforme uma regra, mesmo que seu valor seja apenas presumido. É necessário, entretanto, um estabelecimento de padrão, de valor ético ou moral, ou ausência de doença.
A conceituação de normalidade ou anormalidade estabelece-se através de opções conceituais filosóficas, ideológicas e pragmáticas do profissional, cuja formação intelectual interferirá na sua conceituação ou na sua definição daquilo que se estabelece como normal. Entretanto, utilizam-se, academicamente, critérios de normalidade em Psicopatologia, a saber, critérios que definem a pessoa como normal ou anormal, uma opção de normalidade ou anormalidade, assim definidos: (DALGALARRONDO, 2000, p.25-27):
§ Normalidade como ausência de doença,
§ Normalidade ideal,
§ Normalidade estatística,
§ Normalidade como bem-estar,
§ Normalidade funcional,
§ Normalidade como processo,
§ Normalidade subjetiva,
§ Normalidade como liberdade,
§ Normalidade operacional.
Paulo Dalgalarrondo, em seu livro “Psicopatologia
e Semiologia dos Transtornos Mentais", publicado em 2008, nos apresenta
que o conceito de saúde e de normalidade em psicopatologia é questão de grande
controvérsia, pois há muitos casos limítrofes, nos quais a delimitação entre
comportamentos e formas de sentir normais e patológicas é bastante difícil. Obviamente, quando se trata de casos
extremos, cujas alterações comportamentais e mentais são de intensidade
acentuada e de longa duração, o delineamento das fronteiras entre o normal e o
patológico não é tão problemático.
Assim,
justificamos a alternativa D como gabarito da questão. Agora, vejamos os erros
os quais desqualificam as outras:
A)
ERRADA.
Refere-se a sentimentos.
B)
ERRADA.
Refere-se a humor.
C)
ERRADA.
Hiperestesias são alterações quantitativas da sensopercepção, na qual as
imagens perceptivas têm intensidade anormal, para mais ou para menos, também
chamadas hiperpatias, hipoestesias, anestesias e analgesias. Não há alterações
quantitativas do juízo.
E)
ERRADA.
Refere-se a emoção.
GABARITO: D