Questão 2917717

• Banca: UFU-MG
• Órgão: UFU-MG
• Ano: 2019
• Provas: UFU-MG - 2019 - UFU-MG - Assistente em Administração
• Disciplina: Português
• Assuntos: Concordância verbal, Concordância nominal; Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto; Sintaxe

Sempre tive cachorros, mas, como tinha filhos, eles ocupavam um lugar secundário no ranking amoroso da família e dormiam fora de casa. Até o pequenino Pumpy, um fox “pelo duro” cheio de personalidade, dormia ao relento, apesar do frio. Acho que dormia enroscado no Funk, pastor alemão que tinha o papel de cuidar da casa, mas, quando os dois fugiam pela rua, era o pastor que seguia o fox.

Os filhos cresceram, a família mudou, os netos nasceram e os cachorros continuaram. Ângela tinha um Weimaraner, o Otto, que só faltava falar. Mas eu não gostava que dormisse no nosso quarto. Ele sacudia as orelhas quando acordava e, com isso, me acordava também. Agora sou obrigado a conviver com um bulldog francês, o Joca, que passou a fazer parte da família apesar das minhas advertências.

Mas eu mordi a língua. Joca foi entrando devagarinho na minha vida com aquele jeitinho de cão rejeitado, porque, apesar de ter “pedigree”, ele é todo diferente. Os dentes são tortos, o focinho é mais comprido e ele parece uma mistura de morcego com bezerro. Mas é lindo. [...]

A relação com os animais também estabelece um vínculo afetivo forte, uma interação amorosa de dois seres que dependem um do outro. Já está provado que o contato com animais traz benesses terapêuticas e ajuda no tratamento da solidão e da rejeição. Pessoas têm animais domésticos para dar e receber esse afeto.

Portanto, eu, que alertava para os problemas de dependência que um cachorro pode trazer, hoje sou vítima dele. Vítima no bom sentido. Adoro minha relação com Joca e me sinto muito bem quando ele se enrosca em mim ou vem com a patinha pedir que eu coce suas costas. [...] E eu juro, que se ele falar, não vou me espantar, vou responder.

PAIVA, Miguel Disponível em: https://www.jb.com.br/colunistas/visto_de_fora_mundo-cao. Acesso em 11 jan.2019. (Adaptado)

Considerando o emprego dos verbos no texto apresentado, assinale a alternativa correta.

• A. No trecho “Sempre tive cachorros, mas, como tinha filhos, eles ocupavam um lugar secundário no ranking amoroso da família e dormiam fora de casa”, o emprego dos verbos “tive” e “tinha” mostra que o locutor, no tempo presente, tem cachorros, mas não tem filhos.
• B. Os verbos no pretérito perfeito indicam uma ação acabada, mas, no trecho “Os filhos cresceram, a família mudou, os netos nasceram e os cachorros continuaram”, a sequência verbal de verbos conjugados no pretérito perfeito tem um efeito de descrição de um estado presente.
• C. No trecho “A relação com os animais também estabelece um vínculo afetivo forte [...]”, o verbo conjugado no presente do Indicativo indica uma ação que ocorre no mesmo momento que o locutor a enuncia.
• D. No trecho “E eu juro, que se ele falar, não vou me espantar, vou responder”, os verbos “falar”, “espantar” e “responder” estão no infinitivo e, por isso, não indicam nem presente, nem futuro.

Gabarito: B

Comentários

• GABARITO: B

  Na 'c':

  "...indica uma ação que ocorre no mesmo momento que o locutor a enuncia."

  Acredito que para chegar nisso seria o "estabelecendo", mas não "estabelece" (como a questão diz).

• Este tema é o meu calcanhar de aquiles. A cada 10 questões eu erro 11. :( Alguma alma bondosa para indicar aulas sobre o tema?

• Você pode chegar em sua casa e descrever uma situação presente dizendo: Eu cresci, meus irmãos cresceram, meus avós morreram, tive filhos e minha casa mudou.

  EMBORA os verbos estejam no pretérito, informa uma situação presente.

• Questão um pouco subjetiva.

  Mas segue.

• alguma alma explica cada alternativa, por favor. esse assunto é meu ponto fraco :(

• Resolvi assim:

  A) No trecho “Sempre tive cachorros, mas, como tinha filhos, eles ocupavam um lugar secundário no ranking amoroso da família e dormiam fora de casa”, o emprego dos verbos “tive” e “tinha” mostra que o locutor, no tempo presente, tem cachorros, mas não tem filhos. ERRADO - "tive" está conjugado no pretérito perfeito do indicativo o qual exprime um fato passado e concluído no tempo, sendo assim não é possível inferir somente por essa conjugação verbal que o locutor possui cachorros no tempo presente. É necessário buscar outras referências no texto para fazer essa afirmação.

  B)Os verbos no pretérito perfeito indicam uma ação acabada, mas, no trecho “Os filhos cresceram, a família mudou, os netos nasceram e os cachorros continuaram”, a sequência verbal de verbos conjugados no pretérito perfeito tem um efeito de descrição de um estado presente. CORRETA

  C) No trecho “A relação com os animais também estabelece um vínculo afetivo forte [...]”, o verbo conjugado no presente do Indicativo indica uma ação que ocorre no mesmo momento que o locutor a enuncia. ERRADO- O presente do indicativo está sendo utilizado para indicar um fato atemporal, uma verdade científica, absoluta ...

  D)No trecho “E eu juro, que se ele falar, não vou me espantar, vou responder”, os verbos “falar”, “espantar” e “responder” estão no infinitivo e, por isso, não indicam nem presente, nem futuro. ERRADO- Os verbos citados estão conjugados no futuro do subjuntivo, utilizado para indicar uma eventualidade no futuro

• Rapaz, questão genial.

  Carrega uma necessidade interpretativa sim, mas não há margem pra dúvidas quanto ao gabarito.

  A) essa nem precisa comentar muito né? só ver o que os colegas aí já disseram

  B) aqui sim, um efeito interessante. Vários verbos no pretérito perfeito empregados com a finalidade de demonstrar uma situação que perdura no presente - a permanência dos cachorros. Quando li, segurei essa e fui verificar se as outras realmente tinham erros:

  C) errou ao dizer "mesmo momento". Essa é apenas uma das nuances do presente do indicativo, mas não é o que ocorre no caso da questão. Como bem disse a colega Gabriela, "está sendo utilizado para indicar um fato atemporal, uma verdade científica, absoluta ..."

  D) Tem que dar uma interpretada para perceber os tempos verbais escondidos por trás do infinitivo - sugiro a seguinte substituição: "E eu juro, que se ele falasse (pretérito imperfeito do subjuntivo), não me espantaria (futuro do pretérito do indicativo), responderia (futuro do pretérito do indicativo)”. Ou seja, podem até não indicar presente, mas tem futuro implícito aí.

  Gabarito B

• Mais ou menos uns 5 minutos para resolver essa questão!!! Beo Deeeeos

• GABARITO B

  A ideia de tempo presente se refere ao momento em que a pessoa narra a história.

• Questão top, exige uma análise semântica e gramátical.