SóProvas


ID
2924584
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Monte Alto - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 Fim do mundo ‘físico’


      Meu amigo Daniel Chomski, dono do sebo Berinjela, no Rio de Janeiro, surpreendeu-se outro dia usando uma expressão que, em anos de trato com livros, nunca lhe ocorrera pronunciar: “livro físico”. E caiu em si no ato: por que livro “físico” se, até então, todos os livros que haviam passado por suas mãos eram apenas livros - objetos físicos - e não havia motivo para aquele apêndice boboca?

      É claro que Daniel sabe a resposta e eu também. De algum tempo para cá, as pessoas têm falado de “livro físico” para diferenciá-lo do livro que, a poder de dois ou três cliques, sai de um lugar não sabido do ciberespaço e desembarca numa tabuleta eletrônica chamada, em português castiço, “tablet” - o e-book, ou livro eletrônico, que se lê mais com os dedos do que com os olhos. Considerando-se que o livro “físico”, de papel, existe há cerca de 1500 anos, deveria ter o direito de continuar sendo apenas e somente livro, não? Mas não é o que acontece.

      O mesmo está acontecendo com o CD, o “disco físico” - que, ironicamente, passou a se chamar assim em pleno processo de extinção física -, em contraposição à música que também sai de qualquer lugar e nos entra pelas orelhas quase sem depender de intermediário.

      E, idem, com o “filme físico”, o DVD, prestes a se tornar um objeto tão pré-histórico quanto uma mandíbula de pterodáctilo.

      Há pouco, vi pela primeira vez alguém pagando as compras com o celular num supermercado sem caixas. É quase certo que, em breve, as últimas moças que ainda conservarem seus empregos serão chamadas de “caixas físicas”. E o “dinheiro físico” também ameaça deixar de ser impresso, tal o número de pessoas que hoje pagam até uma bala Juquinha com o cartão.

      Imagino que, um dia, as pessoas “físicas”, tipo você e eu, também deixaremos de existir. Mas isso é problema de vocês.

(Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 28.12.2018. Adaptado)

A substituição da expressão em destaque na frase “... em breve, as últimas moças que ainda conservarem seus empregos...” está em conformidade com a norma-padrão de emprego e de colocação de pronomes em:

Alternativas
Comentários
  • A) ... em breve, as últimas moças que ainda conservarem-nos...

    Adverbio (ainda) atrai o pronome, logo deveria ocorrer a próclise.

    .

    B) ... em breve, as últimas moças que ainda conservarem-lhes...

    Erro 1 --> Lhe usado para verbo VTI

    Erro 2 --> Adverbio (ainda) atrai o pronome, logo deveria ocorrer a próclise.

    .

    C) ... em breve, as últimas moças que ainda os conservarem...

    .

    D) ... em breve, as últimas moças que ainda conservarem-os...

    Mesma coisa da alternativa A.

    .

    E) ... em breve, as últimas moças que ainda lhes conservarem...

    Mesma coisa do erro 1 da alternativa B.

    .

    Qualquer erro me avisem, por favor =)

  • Em questões desse jaez, observem, primeiramente, a transitividade do verbo e, em seguida, a colocação pronominal. "Conservar" é transitivo direto, portanto seu complemento só pode ser o pronome "o(s)". Quanto à referida colocação, o pronome deve estar proclítico, visto que há uma palavra atrativa. A construção correta é esta: "que ainda os conservarem".

    Letra C

  • Gab: C

    Jamais poderia ser substituído por "lhe" pois este apenas substitui OI. Percebam que "ainda" é adverbio e advérbio é palavra atrativa de pronome, logo devemos procurar a próclise com a substituição correta, ou seja: "ainda os conservarem".

  • A)... em breve, as últimas moças que ainda conservarem-nos...

    Resposta: Errado, o advérbio atrai (nos)

    B)... em breve, as últimas moças que ainda conservarem-lhes...

    Resposta: Errado, Conservar é VTD, não aceita lhe

    C)... em breve, as últimas moças que ainda os conservarem...

    Resposta: CERTO

    D)... em breve, as últimas moças que ainda conservarem-os...

    Resposta: Errado, o advérbio atrai

    E)... em breve, as últimas moças que ainda lhes conservarem...

    Resposta: Errado, Conservar é VTD, não aceita lhe

  • em breve, as últimas moças que ainda os conservarem...

    Resposta: CERTO

    PALAVRA ATRATIVA, PROCLISE OBRIGATÓRIA!

  • Advérbios de tempo atraem próclise, ou seja, o advérbio de tempo "ainda" está atraindo o pronome.

  • F.A - Advérbio (ainda)

  • Concurseiro rumo ao TRF, o erro da D não está somente da ausência de próclise, mas também porque o pronome está OS, quando deveria ser NOS, uma vez que verbos terminados em sons nasais (ão, õe, m) exigem no, na, nos, nas.

  • “... em breve, as últimas moças que ainda conservarem seus empregos...”

    / O ainda é um elemento atrativo então por eliminação A, B e D não estão certas ficando só C e E

    // //////////// O verbo é VTD então não pode usar -lhe

    C ... em breve, as últimas moças que ainda os conservarem... Certo

    E ... em breve, as últimas moças que ainda lhes conservarem... xxxxx

    Gab: C

  • Gabarito: C)... em breve, as últimas moças que ainda os conservarem...

    Advérbio (QUANDO ANTES DO VERBO) é palavra atrativa.

    ainda: ADVÉRBIO DE TEMPO

    -PRÓCLISE-

    *Palavras atrativas

    -negação: não, ninguém, nunca...

    -Advérbio(antes do verbo).

    -Conjunções Subordinativas: Que, porque, embora, se, conquanto..

    -Pronomes: relativos, indefinidos, interrogativos ou demonstrativos.

    *EM + SE + GERÚNDIO: em se tratando... em se falando... em se manifestando...

    *Frases optativas (transmitem desejo): Deus te cure! Deus te guie! Jesus lhe proteja! (geralmente terminam com exclamação)

    *Eufonia (som mais agradável): Maria machucou-se / se machucou (por convenção, ambas estão corretas)

    FACULTATIVO!!! --> PARA + INFINITIVO (próclise ou ênclise): para se falar... / para falar se...

    e com palavra negativa? A mesma coisa: para não se falar / para não falar se...

    blz?

    -Bons estudos, cuidem-se.

  • Pessoal essa questão não poderia ser anulada, visto que tanto a assertiva (C) quanto a (E) estariam corretas? Por que o pronome destacada (SEUS) é possessivo na frase: em breve, as últimas moças que ainda conservarem (seus) empregos.... Podendo ser reescrita desta forma: em breve, as últimas moças que ainda conservarem os empregos (delas)...

    O pronome oblíquo átono LHE só pode ser usado em verbo puramente transitivo indireito e direto e indireto, PORÉM há exceções em que esse pronome pode exercer funções atípicas de pronome possessivo e complemento nominal, dessa maneira o LHE da letra (E) estaria correto também, já que ele está em função de próclise exercendo função de posse do pronome (SEUS) sendo atraindo tanto pelo advérbio de tempo AINDA quanto pelo pronome Relativo QUE.

    Se alguém poder me explicar melhor agradeço.

  • Ribamar Mercês, não quando é a posse do sujeito da ação; o seu raciocínio se aplica quando a posse subentendida pelo pronome LHE não é do sujeito, veja: eu lhe admirava os cabelos, eu admirava os cabelos (dela ou seus); eu lhe segui os passos, eu segui os passos (dele ou seus); a ideia de posse não é relativa ao sujeito da ação. Elas conservaram os empregos, elas conversaram seus empregos, elas conservaram os empregos delas (construção primitiva, diga-se de passagem), elas os conservaram, correto; elas lhes conservaram (ou elas conservaram-lhes)....nananinonono..repare, dá ideia de q conservaram algo para alguém; a noção não seria mais de posse (de elas), mas de finalidade, conservaram para eles/elas.

  • GAB. C

    ... em breve, as últimas moças que ainda os conservarem...

  • Advérbio(modifica o sentido do verbo) atrai a p.o.a, sendo assim caso de próclise. Letra C.

  • Ainda: atrativo.