SóProvas


ID
2927092
Banca
IBADE
Órgão
SEE-AC
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               A VIOLÊNCIA INFANTIL


      Nos últimos tempos, a violência infantil vem crescendo de modo alarmante. Muitas razões têm sido apontadas como causa para um problema tão grave, entretanto acredita-se que a prática dos crimes infantis se deva ao modo como se vive nos dias atuais.

      Em primeiro lugar, pode-se constatar que as crianças passam durante muitas horas assistindo, pela televisão, a uma programação baseada na violência. Os desenhos, com personagens utilizando- se de espadas, armas de fogo etc., fazem, todo o tempo, apologia da força física, da coragem mediante o uso de uma arma. Os filmes apresentam lutas, brigas, disputas, homens fortes, como Schwarzenegger, com armas possantes, destruindo tudo à sua frente. As novelas, muitas vezes, mostram o lado negativo do ser humano, através de intrigas, vícios, maldades, enfim. Na verdade, podem ser contados nos dedos os programas que não incitem a criança e o próprio adulto a sair pelas ruas cometendo desatinos. Podem ser contados nos dedos os programas que acalmem o telespectador, que direcionem para as boas ações.

      Em segundo lugar, verifica-se que a maioria das mães não está dentro de casa para educar os filhos, o que tem sido, aliás, fator determinante para a sua desestruturação. Com as dificuldades financeiras por que passa grande parte das famílias, a mulher precisou sair para trabalhar e ajudar nas despesas do lar. Sua saída embora positiva por um lado, por outro foi desastrosa, pois os filhos ficaram a mercê das empregadas ou até sozinhos em grande parte dos casos. Isso significa que a educação ficou por conta de pessoas que não tem condições nem motivo para educar, ou ainda, por conta deles próprios. A criança passou a ter liberdade para fazer o que bem quer; os pais, por seu turno, com sentimento de culpa por se encontrarem somente à noite com os filhos, não lhes impõem limites, e tudo fica por isso mesmo.

      Por fim, outro dado que se destaca é a separação tão frequente dos casais hoje em dia. Marido e mulher já não estão tendo paciência para enfrentar os problemas, os desentendimentos, o dia-a-dia complicado que é viver em família; por qualquer coisa um pouco mais grave estão desfazendo o compromisso e indo cada um para o seu lado. Com isso, ficam os filhos normalmente com a mãe e vendo o pai apenas uma vez por semana. A mãe, como já se comentou, passa a maior parte do tempo trabalhando, o que faz com que a convivência seja mínima. Mais uma vez está a criança sozinha, agora encontrando somente um dos pais, no final do dia, a atenção, se for o caso.

      Em vista de tudo isso, pergunta-se o que pensa essa criança durante o dia inteiro, como ela encara a vida, que noção tem de certo e de errado, que sentimentos tem no coração. A mãe não está em casa; não pode, portanto, ensiná-la, orientá-la. O pai só a vê no fim de semana, o que o fará sentir-se culpado e o impedirá de ministrar qualquer ensinamento. Sobra-lhe a TV amiga das horas de solidão, a passar mensagens de violência e mais violência. Com essa vida, é difícil seguir outro caminho.

                                                                         (Lucia Helena Gouvêa, 2004)

“O pai só a vê no fim de semana, O QUE O FARÁ SENTIR-SE CULPADO (...)."


A oração em destaque classifica-se como:

Alternativas
Comentários
  • Apositiva: explica o sentido da oração principal

    O pai só a vê no fim de semana (ORAÇÃO PRINCIPAL)

    ...o que o fará sentir-se culpado (O. APOSITIVA)

  • Nunca ouvi falar disso. Na gramática que tenho há duas Orações Subordinada Adjetiva ou é explicativa ou é restritiva.

    Alguém ajuda?

    Mas ajudem, não adianta ser o coaching do QC como o "Estudante Solidário" e nada acrescentar.

  • Questão de interpretação: a oração subordinada substantiva apositiva explica o sentido completo da oração anterior.

    Ex.:

    Há na vida um regulamento, que não podemos deixar de ser felizes. 

                                                           O.S.S. Apositiva

    Ao contrário da oração subordinada adjetiva explicativa que, além de vir precedida por vírgulas, explica um termo anterior da oração.

    Ex.:

    Dom Casmurro, escrita por Machado de Assis, é uma excelente opção de leitura.

    Oração apositiva

    Caso haja algum erro ai, aceito correção.

    Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.

    SHAKESPEARE, William.

  • A oração em destaque tem função de aposto. Desse modo, trata-se de uma oração apositiva.

    Letra C

  • Galera cuidado com os comentários... isso é um Aposto frasal por conta da estrutura, ou seja o O retoma a oração anterior e esse QUE é um pronome relativo! ou seja , depois da vírgula , O QUE FARÁ... é uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA(POR QUE POSSUÍ O PRONOME RELATIVO)RESTRITIVA (NÃO TEM VÍRGULA, PQ A VÍRGULA FICA ANTES DO O E NÃO DO QUE) APOSITIVA.

  • Oração subordinada adjetiva restritiva apositiva? Han? A Oração apositiva não vem a partir da Subordinada Substantiva não? Empregando a função do "que" como conjunção...

  • È coerente, nesse caso, chamar a oração em questão de apositiva, o que nos enganou foi a forma, porque nunca vi esse tipo de construção para oração apositiva, no entanto, há elementos para diferenciar a apositiva da explicativa.

    Oração apositiva -> Contei-lhe a verdade: não estava disposta a ficar ali. Esse é o tipo de construção comum para oração apositiva.

    Não há um pronome relativo "que" retomando diretamente um termo anterior, o que seria o caso de oração explicativa. Entretanto a oração da questão também não se iniciar com pronome relativo, e sim com um pronome demonstrativo. "o" exercendo a função de "aquilo", e o "que" que o sucede está retomando o próprio "o" , portanto oração exerce sim função de oração apositiva e não explicativa, pela falta do elemento "que" no inicio, retomando termo ou uma ideia anterior e precedido de vírgulas.

    Entendo que "aquilo" tem função anafórica no caso da questão, mas não é pronome relativo, e sim demonstrativo.

  • Nunca vi !!! Nunca ouvi !! Segue o baile.

  • A vírgula está antes do pronome relativo QUE. Já por isso não dá pra ser O.S.S.Explicativa. Portanto, é apositiva.

    Ex Nunc.

    Nunca retroagir...

  • Confesso que dá até  preguiça de entender de onde vem esse aposto. Essa IBADE é esquisita.

  • “O pai só a vê no fim de semana, O QUE O FARÁ SENTIR-SE CULPADO (...)."

    Bizu: Apositiva - ISSO; Adjetiva - QUAL (Flexões)

    Perceba que o "qual" não cabe; então, é o "isso".

    “O pai só a vê no fim de semana, ISSO O FARÁ SENTIR-SE CULPADO (...)."

    Gabarito: C

    De nada. Não desistam!

  • Pensei o seria "A" uma vez que o " o que" está retornando o pai fazendo função de sujeito.

  • não entendi !
  • LETRA C

    A banca utilizou doutrinas modernas (não tradicionais). A linguista portuguesa Maria Helena Mira Mateus diz, em sua gramática, que as orações introduzidas por pronome relativo são orações relativas (OR), divididas em O.R.Restritiva e O.R.Apositiva.

    A O.R.Restritiva é semelhante à oração subordinada adjetiva restritiva, porque ela restringe o sentido da entidade denotada no sintagma nominal (SN) da oração principal (OP), exercendo função de adjunto adnominal desse sintagma. Na verdade, a O.R.Restritiva, que contribui para a formação do valor referencial do sintagma nominal antecedente, faz parte do referido sintagma, com função adjetiva, ou seja, é um sintagma adjetivo pertencente ao sintagma nominal da OP (nesse caso, após a pronominalização, o sintagma adjetivo passa a se chamar sintagma complementizador). A O.R.Restritiva é indispensável, sintática e semanticamente, e, por isso, não pode estar separada do SN por pontuação.

    No segmento da questão (O pai só a vê no fim de semana, O QUE O FARÁ SENTIR-SE CULPADO), a oração destacada é relativa apositiva, que, por não contribuir para a construção do valor referencial do SN da OP, sendo mera expansão dele, é separada por pontuação (vírgulas, travessões ou parênteses), já que há uma pausa antes da expansão. A O.R.Apositiva é dispensável sintaticamente, por ser somente um adendo, um comentário do autor sobre o SN antecedente ou sobre toda a oração principal.

    Quando o autor emprega articuladores do pronome relativo (O que; SITUAÇÃO ESSA que; COISA que etc.), a O.R.Apositiva se refere a toda a oração anterior, e não apenas ao SN antecedente. É o caso da questão: “O pai só a vê no fim de semana, O QUE O FARÁ SENTIR-SE CULPADO”. A oração relativa (em caixa alta) se refere a toda a OP, exercendo função sintática de APOSTO, na medida em que faz uma explicação sobre a oração matriz. Trata-se, portanto, de oração relativa apositiva, de acordo com Maria H. M. Mateus.

    Para a gramática tradicional, contudo, essa oração é subordinada substantiva APOSITIVA, introduzida pelo pronome demonstrativo “o”, que é o aposto da oração principal.

  • ONDE ENTRA OS DOIS PONTO DA APOSITIVA?

  • Diogo comenta aqui

  • Se Arthur não comentou...

  • wtf??????????????????????????

  • por quê não oração relativa explicativa? temos uma virgula antes do que enunciando uma oração explicativa.

  • não concordo, estamos diante de uma oração relativa restritiva

  • ou é aposto, ou é oração

  • Em 07/12/21 às 14:08, você respondeu a opção A. Você errou!

    Em 08/11/19 às 16:18, você respondeu a opção B. Você errou!

    Em 18/09/19 às 10:38, você respondeu a opção B. Você errou!

    Em 23/07/19 às 19:48, você respondeu a opção B. Você errou!

    Em 06/04/19 às 07:38, você respondeu a opção B. Você errou!

    ;s

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento aprofundado em orações subordinadas relativas , isto é, que são iniciadas por termos que retomam o antecedente. O candidato deve apontar o tipo de oração da parte destacada do período abaixo. Vejamos:

    “O pai só a vê no fim de semana, O QUE O FARÁ SENTIR-SE CULPADO (...)."

    a) Incorreta.

    Para ser oração relativa substantiva deveria ,além de iniciar por pronome relativo, ter algum tipo de função sintática dentro da frase. Por mais que exista a oração subordinada substantiva apositiva, quando se tratar de relativa substantiva, não se enquadra a oração apositiva.

    Ex: Quem estuda sempre passa. (Oração subordinada substantiva relativa subjetiva) pois tem valor de sujeito e inicia pelo relativo "quem".

    b) Incorreta.

    A oração relativa explicativa possui função de explicar um termo, é iniciada por pronome relativo e pode ser trocada por "a qual, o qual, na qual, no qual, onde, cujo", isso não ocorre na oração acima, pois não há como substituí-la por nenhum desses pronomes relativos mostrados. Vejam exemplos de orações adjetivas explicativas:

    Deus, que é nosso pai, nos salvará/ Deus, o qual é nosso pai, nos salvará

    Valério, que nasceu rico, acabou na miséria/ Valério, o qual nasceu rico, acabou na miséria.

    Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho/ Ele tem amor às plantas, as quais cultiva com carinho.

    c) Correta.

    A oração relativa apositiva possui valor desgarrado da oração, é como se fosse uma informação adicional. Abaixo deixarei exemplos de uma oração subordinada substantiva apositiva (elas começam por conjunção integrante).

    Só desejo uma coisa: que vivam felizes.

    Só lhe peço isto: que honre o nosso nome.

    Agora analisando a frase do enunciado, podemos ver que não começa por conjunção integrante, mas por pronome (por isso é uma apositiva relativa).

    “O pai só a vê no fim de semana, isso que O FARÁ SENTIR-SE CULPADO (...)."

    Ou seja, a função aqui é de aposto que se inicia por pronome, diferentemente das outros que começam por conjunção integrante.

    d) Incorreta.

    Vejam a oração a seguir para explicação de uma oração relativa cortadora. "um filme que eu vi ... que eu gostei muito ... mas me lembro poucas coisas ...” (Língua falada, ensino médio. Furtado da Cunha, 1998, p.232);

    A oração relativa cortadora é quando há ausência de algum termo para se referir ao antecedente. No caso em tela, faltou a preposição para retomar o objeto direto "filme", pois o verbo "gostar" rege a preposição "de".

    e) Incorreta.

    Para ser uma oração restritiva, não poderia começar com vírgula.

    Referências Bibliográficas:

    FURTADO DA CUNHA, M. A. (Org.) Corpus Discurso e Gramática – a língua falada e escrita na cidade do Natal. Natal: EDUFRN, 1998

    CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48.ed. revisada. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

    Gabarito: C