SóProvas


ID
2927095
Banca
IBADE
Órgão
SEE-AC
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               A VIOLÊNCIA INFANTIL


      Nos últimos tempos, a violência infantil vem crescendo de modo alarmante. Muitas razões têm sido apontadas como causa para um problema tão grave, entretanto acredita-se que a prática dos crimes infantis se deva ao modo como se vive nos dias atuais.

      Em primeiro lugar, pode-se constatar que as crianças passam durante muitas horas assistindo, pela televisão, a uma programação baseada na violência. Os desenhos, com personagens utilizando- se de espadas, armas de fogo etc., fazem, todo o tempo, apologia da força física, da coragem mediante o uso de uma arma. Os filmes apresentam lutas, brigas, disputas, homens fortes, como Schwarzenegger, com armas possantes, destruindo tudo à sua frente. As novelas, muitas vezes, mostram o lado negativo do ser humano, através de intrigas, vícios, maldades, enfim. Na verdade, podem ser contados nos dedos os programas que não incitem a criança e o próprio adulto a sair pelas ruas cometendo desatinos. Podem ser contados nos dedos os programas que acalmem o telespectador, que direcionem para as boas ações.

      Em segundo lugar, verifica-se que a maioria das mães não está dentro de casa para educar os filhos, o que tem sido, aliás, fator determinante para a sua desestruturação. Com as dificuldades financeiras por que passa grande parte das famílias, a mulher precisou sair para trabalhar e ajudar nas despesas do lar. Sua saída embora positiva por um lado, por outro foi desastrosa, pois os filhos ficaram a mercê das empregadas ou até sozinhos em grande parte dos casos. Isso significa que a educação ficou por conta de pessoas que não tem condições nem motivo para educar, ou ainda, por conta deles próprios. A criança passou a ter liberdade para fazer o que bem quer; os pais, por seu turno, com sentimento de culpa por se encontrarem somente à noite com os filhos, não lhes impõem limites, e tudo fica por isso mesmo.

      Por fim, outro dado que se destaca é a separação tão frequente dos casais hoje em dia. Marido e mulher já não estão tendo paciência para enfrentar os problemas, os desentendimentos, o dia-a-dia complicado que é viver em família; por qualquer coisa um pouco mais grave estão desfazendo o compromisso e indo cada um para o seu lado. Com isso, ficam os filhos normalmente com a mãe e vendo o pai apenas uma vez por semana. A mãe, como já se comentou, passa a maior parte do tempo trabalhando, o que faz com que a convivência seja mínima. Mais uma vez está a criança sozinha, agora encontrando somente um dos pais, no final do dia, a atenção, se for o caso.

      Em vista de tudo isso, pergunta-se o que pensa essa criança durante o dia inteiro, como ela encara a vida, que noção tem de certo e de errado, que sentimentos tem no coração. A mãe não está em casa; não pode, portanto, ensiná-la, orientá-la. O pai só a vê no fim de semana, o que o fará sentir-se culpado e o impedirá de ministrar qualquer ensinamento. Sobra-lhe a TV amiga das horas de solidão, a passar mensagens de violência e mais violência. Com essa vida, é difícil seguir outro caminho.

                                                                         (Lucia Helena Gouvêa, 2004)

“(...), entretanto acredita-SE que a prática dos crimes infantis se deva ao modo como se vive nos dias atuais”

A palavra SE em destaque classifica-se como:

Alternativas
Comentários
  • Algum santo explica?

  • Banca deu como gabarito a letra E, porém acredito que esteja errado.

    Índice de indeterminação do sujeito. Nessa construção os verbos não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular, como é o caso da questão.

    “(...), entretanto acredita-SE (V.T.I.) que a prática dos crimes infantis se deva ao modo como se vive nos dias atuais”

    Partícula apassivadora. É quando a palavra "se" vem empregada junto a verbo transitivo direto ou verbo transitivo direto e indireto.

  • O verbo acreditar nesse caso é VTD a partícula se é apassivadora. Seguido da conjunção integrante "que" e oraçao subordinada substantiva subjetiva. Ou seja exerce função de sujeito na frase.

  • O verbo acreditar nesse caso é VTD a partícula se é apassivadora. Seguido da conjunção integrante "que" e oraçao subordinada substantiva subjetiva. Ou seja exerce função de sujeito na frase.

  • SOBRE OS RECURSOS IMPETRADOS CONTRA ESSA QUESTÃO, SEGUE A RESPOSTA DA BANCA:

    No período em destaque o verbo acreditar está sendo usado no sentido de achar, supor, sendo assim, não se trata de um verbo intransitivo e sim de um verbo transitivo direto. A oração em destaque está inserida em uma construção passiva sintética, portanto, o pronome SE em destaque trata-se de uma partícula apassivadora não de um índice de indeterminação do sujeito, que deveria estar inserido em um contexto em que o verbo acreditar deveria estar sendo usado como um verbo intransitivo, o que não ocorre nesse contexto. 

    GAB. E

  • Na verdade, eu acreditava que o verbo era transitivo INDIRETO, jamais intransitivo, pois quem acredita acredita EM algo/algúem. Mas enfim, caí do mesmo jeito.

  • Errei também!

  • “(...), entretanto acredita-SE que a prática dos crimes infantis se deva ao modo como se vive nos dias atuais”

    Quem acredita, acredita em alguma coisa, logo, VTI.

    VTI + SE -> Sem preposição posterior = P.A

    "...que a prática dos crimes infantis.." é o O.D / SUJ.

  • Gabarito: E

    A Partícula Apassivadora é a forma de utilizar o pronome “se” com o verbo na voz passiva, ou seja recebendo a ação em vez de praticá-la.

    Obrigatoriamente ela existe mediante a seguinte construção:

    Partícula Apassivadora = pronome apassivador "se" + verbo transitivo direto ou verbo transitivo direto e indireto.

    Exemplos:

    Nesse relação de passividade que ocorre entre verbo e sujeito, o pronome “se” equivale ao verbo “ser”.

    Exemplos:

    O “se” será utilizado preferencialmente quando o  - aquele que pratica a ação - não está determinado. Por outro lado, quando o agente estiver explícito, o uso do verbo “ser” será o mais adequado.

    Exemplos:

    No primeiro e no terceiro exemplos foram utilizadas a Voz Passiva Sintética, enquanto no segundo e no quarto, a Voz Passiva Analítica.

    Referência: todamateria.com.br/particula-apassivadora/

  • Meu deus, uma hora é uma coisa, uma hora é outra, chego sinceramente a conclusão que CADA BANCA FAZ O QUE QUER E QUE SE FOD$!

  • não concordo com o gabarito não é VTD nem aqui nem na china ...

  • Acreditar não é VTI? O Se não deveria ser partícula de indeterminação do sujeito?
  • o verbo esta no sentido de "SUPOR" quem SUPÕE, SUPÕE algo (vtd)

  • BANCA LOUCA!

  • INDIQUEM PARA COMENTÁRIO!

  • QUEM ACREDITA ,ACREDITA EM, QUANDO O VERBO É TRANSITIVO INDIRETO EU POSSO ESCONDER A PREPOSIÇÃO, EX:

    PRECISO DE SAIR OU PRECISO SAIR , O VERBO PRECISAR É TRANSITIVO INDIRETO E EU ESCONDI A PREPOSIÇÃO, ESSA QUESTAO ESTÁ ERRADA ,AÍ É INDICE DE INDETERMINAÇÃO.

  • Favor indicarem para comentário...

  • Morro sem aceitar que acreditar é VTD.

  • Alguém pode me explicar por que esse verbo é transitivo?

  • Caros,

    Acreditar no sentido de FAZER SUPOSIÇÕES SOBRE é TD

    Fonte:https://www.dicio.com.br/acreditar/

  • Pessoal...

    Eu também discordei inicialmente do gabarito. Mas depois que eu abstraí um pouco, consegui compreender o motivo de ser VTD. E isso ocorre em função da semântica (o sentido colocado no texto). Vou tentar explicar:

    Em resposta aos recursos, a banca disse que o verbo foi aplicado com o sentido de achar e supor. E para entender, precisamos considerar a aplicação desses verbos na frase em questão:

    Ou seja, quem acha e quem supõe, acha algo e supõe algo (nesse caso, que a prática dos crimes infantis...), logo, transitividade direta.

    Agora voltando para o verbo acreditar:

    Se a banca disse que ele foi colocado no sentido de achar e supor, então ele deve ser entendido da seguinte forma: acredita-se isso (isso o quê? ...que a prática dos crimes infantis...). É o mesmo que eu dizer: eu acredito que você esteja falando a verdade (eu acredito isso - VTD), que é diferente de eu dizer: eu acredito em você (eu acredito nisso - em + isso - nesse caso, VTI).

    Conclusão: não podemos ficar presos na pergunta que sempre fazemos para saber se o verbo é VTD ou VTI. Temos que considerar a semântica de aplicação do verbo na frase, pois ela também vai dizer sobre a transitividade.

    Desculpem o tamanho do texto, achei importante para explicar bem.

    Abraços!!!

  • A charada foi desvendada:

    **Verbos que permitem objetos diretos e indiretos: em alguns casos, os verbos permitem a utilização tanto de objetos diretos quanto indiretos, sem que haja uma mudança no sentido da frase:

    > Almejamos sucesso na carreira. / Almejamos por sucesso na carreira.

    > Não acreditava a força que tinha seu filho. / Não acreditava na força que tinha seu filho.

    Como existe o verbo "acreditar" na forma VTD, sua forma passiva sintética é possível, justamente o caso da questão: "acredita-SE algo" = "algo é acreditado" (parece estranho mas é possível; em alguns casos há preferência pela forma sintética, pois soa melhor). Gabarito: E

    *Muitos apenas conhecem o verbo como VTI, daí se pensar que o "SE" é I.I.S, contudo não há preposição na frase, gerando uma confusão em quem tenta classificar esse "SE"!!

    **https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/regencia-verbal

  • Não deixa dúvidas que é VTD, tá bem claro isso. O verbo 'acreditar' pode ser VTD, VTI como também VI.

    "Acredito SER possível amar" = VTD - Acredita ALGO

    "Acredita QUE ganhará na loteria" = VTD - Acredita ALGO

    "Acredito em você" = VTI - Acredita EM ALGO

    Fonte: https://www.dicio.com.br/acreditar/

    Fiquem com Deus!

  • Pensei que fosse VTI :(

  • Se é partícula apassivadora então é possível reescreve-la na voz passiva analítica, né isso? como ficaria, então?
  • Vamos pedir comentário no gabarito

  • outras bancas consideram que mesmo nesse tipo de construçãof o verbo 'acreditar' permanece transitivo indireto. analisando a subordinada como subordinada substantiva objetiva indireta.

  • gab e!

    apassivadora, mesma ideia do ''vende-se casas''

    acreditar como VTD 'ACREDITA-SE QUE..