SóProvas


ID
2954776
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto: O futuro na balança


      Se na década de 1970 o principal entrave ao desenvolvimento das crianças brasileiras era a desnutrição, hoje, quase 50 anos depois, a preocupação pende para o extremo oposto da balança. “A obesidade é a maior epidemia de todos os tempos e não deixou o Brasil de fora”, sentencia a pediatra Renata Machado, do Departamento de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). É um problema que afeta gente de todas as idades – a prevalência entre os adultos aumentou 60% no país de 2006 a 2016! – e começa cada vez mais cedo. Entre meninos e meninas de 5 a 9 anos, 33% já estão acima do peso e 15% são considerados obesos. Nesse ritmo, a estimativa é que a obesidade atinja 11,3 milhões de brasileirinhos em 2025.

      E por que os especialistas se inquietam tanto com isso? “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”, alerta Michele Lessa, coordenadora de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde. A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas, como pressão alta e diabetes tipo 2 – problemas que deixaram de ser exclusividade de gente grande. Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente, uma geração que poderá viver menos e pior que seus pais.

      Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes bacanas e ganhando açúcar, gordura e sódio desde muito cedo. Imagine que 32,5% das crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante ou bebidas adoçadas cinco ou mais vezes na semana. “O que vemos é uma geração de mães e pais que trabalham muito, que chegam em casa e não têm tempo de cozinhar e acabam oferecendo alimentos prontos, mais baratos e com alto teor calórico”, observa a pediatra Louise Cominato, coordenadora do Ambulatório de Obesidade do Instituto da Criança do hospital das Clínicas de São Paulo. É claro que não se trata de culpar os pais. Até porque hábitos alimentares se constroem também a partir de políticas públicas, informação adequada, melhoria do ambiente escolar, restrição de propaganda e redução da disponibilidade de produtos desequilibrados.

      Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o ganho de peso. “A obesidade é um problema complexo e multifatorial”, ressalta Odete Freitas, diretora de sustentabilidade da Amil, companhia de seguros que lançou em 2014 o movimento “Obesidade Infantil Não”, com o intuito de conscientizar escolas e toda a sociedade. O sedentarismo, ela lembra, tem papel decisivo nos quilos a mais. Estudos sugerem que, ao chegar aos 18 anos, um jovem de hoje poderá ter passado três anos em frente a uma tela de televisão, celular ou tablete. Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em movimento fiquem em segundo plano.

      Outro aspecto associado ao abuso das telas e ao próprio excesso de peso é a má qualidade do sono. Sem horários estabelecidos para dormir e acordar, muitas crianças descansam pouco ou mal, situação propícia a desregular hormônios que controlam a fome e a saciedade e o desenvolvimento do corpo. Tem mais: sono ruim gera cansaço, baixo rendimento escolar e problemas emocionais. E aí chegamos a outro ponto crítico: a obesidade não compromete só a saúde física, prejudica também o bem-estar mental e social.

      “Algo que os pacientes trazem muito é a questão do preconceito. As crianças acima do peso são humilhadas e responsabilizadas por seu problema”, repara a médica Maria Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Com a campanha “Obesidade, Eu Trato com Respeito”, a entidade procura esclarecer, por exemplo, que recriminar a criança funciona apenas como fonte de estresse. “Obesidade precisa de tratamento, não existe um botão de liga e desliga”, afirma Maria Edna.

      Não é incomum, nesse contexto, que na convivência diária pais e cuidadores deixem de notar que o pequeno está ganhando peso demais. Daí a necessidade de prestar atenção e acompanhar de perto com o pediatra. Até porque, uma vez instalada a obesidade, mais difícil fica reverter o quadro. “Sem uma atuação em conjunto, que envolva uma equipe interdisciplinar, a família e a escola, não há como resolver”, avalia a educadora física Vera Lúcia Perino Barbosa, presidente do Instituto Movere, em São Paulo.

Paula Desgualdo Revista Saúde é Vital. São Paulo: Editora Abril, setembro de 2018. (adaptado)

Está corretamente grafada com hífen a palavra destacada em “prejudica também o bem-estar mental e social.”(5º parágrafo). Também deve ser escrita com hífen a palavra destacada na seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, quando compõem adjetivos pátrios (também chamados de gentílicos), apresentam hífen. gab. C
  • GABARITO C

     

    A - Uma noite maldormida deixa qualquer um irritado. A palavra destacada não leva hífen. 

     

    B - Uma criança humilhada tem baixa autoestima. Autoestima não leva hífen. Prefixo terminado em vogal ( auto) fica sem hífen diante de vogal diferente ( estima)

     

    C - O samba é uma expressão da cultura afrobrasileira. O hífen é obrigatório entre dois vocábulos gentílicos ( afro-brasileira).

     

    D - A medicação foi administrada por via intramuscular. Em  intramuscular não há hífen: é o caso de um  prefixo ( intra) terminado em vogal diante de consoante ( muscular) diferente de r e s. 

  • Gab: Letra C;

    Como o Novo Acordo Ortográfico, não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia a segunda palavra/elemento.

    Um exemplo disso é a palavra aeroespacial, a qual é formada pela preposição “aero” (que termina com o) + “espacial” (que começa com e). Como a vogal que termina o prefixo (“o”) e que começa a palavra (“e”) são diferentes, não se utiliza o hífen.

    Mas atenção! O prefixo “CO” junta-se com a segunda palavra mesmo quando ela iniciar com O. Exemplos: coordenar, cooperar, cooperação.

    Com prefixos (anti, co, mini, super, etc.), sempre se utiliza o hífen quando a segunda palavra/elemento for iniciado com H (hotel, herdeiro, herói, humano, etc.).

    Mas Atenção! A exceção a essa regra é a palavra “subumano, onde, na junção do “sub” + “humano”, a palavra humano perde o H.

    Mais uma regrinha que fala sobre quando não usar o hífen. Nesse caso, quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento/palavra começa com um consoante diferente de R ou S, não se utiliza o hífen.

    Um bom exemplo dessa regra é a palavra seminovo. Ela é formada pelo prefixo “semi” (que termina com O) + “novo” (que começa com N). Como o prefixo termina com vogal (“i”) e a consoante que começa a segunda palavra (“n”) não é R ou S, não se usa o hífen.

    Mas atenção! Com o prefixo “VICE sempre se utiliza o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante, vice-presidente, vice-governador.

    Fonte;

    Deus no comando sempre!!!

    Quanto mais eu caio, mais forte eu me levanto!!!

  • Palavras compostas iniciadas com “MAL” têm hífen antes de vogal e das consoantes H e L.

    Ex: Mal-agradecido, mal-estar, mal-humorado.

    Nos demais casos, escreve-se tudo junto.

    Ex: , maldito, malfeito, malsucedido.

    Fonte: *https://clubedoportugues.com.br/hifen-com-prefixo-mal-quando-usar/

  • prefixo MAL só recebe hífen depois de vogal ou H, L

  • Mal não gosta de vogal:

    Ex... Mal-educado, mal-estar, mal-humorado.

    Bem não gosta de ninguém:

    Ex... Bem-estar, bem-humorado

  • Afro-Brasileira.

    Lembrando que em provas cai muito "AFRO-DESCENDENTE" < ---- NÃO É SEPARADO!

    É JUNTO, AFRODESCENDENTE.

  • Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, quando compõem adjetivos pátrios (também chamados de gentílicos), apresentam hífen. Exemplos:
    Afro-americano, afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático, franco-canadense, etc.

  • Afro é a forma diminutiva/reduzida das palavras África e/ou Africano

    Quando estiver como substantivo tem hífen. Ex: Congresso afro-americano

    Quando estive como adjetivo não tem hífen. Ex: Sou afrodescendente

  • Afrodescendente não há hífen.

  • Está corretamente grafada com hífen a palavra destacada em “prejudica também o bem-estar mental e social.”(5º parágrafo). Também deve ser escrita com hífen a palavra destacada na seguinte frase:

    Alternativas

    A) Uma noite maldormida deixa qualquer um irritado.

    Após "mal", usa-se hífen diante de vogal, l ou h.

    B) Uma criança humilhada tem baixa autoestima.

    letras diferentes: junta-se os dois vocábulos.

    C) O samba é uma expressão da cultura afrobrasileira.

    Correta, usa hífen em palavras compostas derivadas de topônimos.

    D) A medicação foi administrada por via intramuscular.

    letras diferentes: não se usa hífen.