SóProvas


ID
2959948
Banca
NC-UFPR
Órgão
Prefeitura de Curitiba - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      A peça teatral Entre Quatro Paredes, do francês Jean-Paul Sartre, conta a história de três personagens que morrem e descobrem que o inferno não é uma fornalha lúgubre, mas um quarto fechado no qual terão de passar a eternidade. O cômodo não tem espelhos; para verem a si próprios, cada um precisa procurar sua imagem nos olhos dos outros. Contudo, a convivência logo se torna insuportável. E então Garcin, um dos confinados, cunha a célebre frase: “O inferno são os outros”.

      A máxima de Sartre parece fazer sentido num mundo marcado pelo conflito. O outro pode ser o estrangeiro. O refugiado que ameaça a tranquilidade da Europa. Mas também pode estar mais perto e ser o petista ou o tucano. O fiel de outra religião. O homossexual. O nordestino. O pobre. O negro. O jovem para o idoso. O idoso para o jovem. Ou simplesmente aquele que pensa diferente. O inferno, enfim, é o diferente na concepção de Sartre – e de muitas pessoas.

      Mas, se a danação é isso, o paraíso por certo seria a ausência do outro e da diferença. Seria um quarto com uma única pessoa dentro para não haver briga. As paredes seriam de espelhos, para que quem lá estivesse não precisasse procurar sua imagem nos olhos do outro. E, quando se cansasse de seus pensamentos e de contemplar o próprio reflexo, poderia sair. Haveria uma porta – afinal, o céu não prevê a punição do confinamento.

      Porém, para manter a perfeição, não haveria ninguém lá fora. Apenas espelhos por todos os lados – a cada esquina que se dobra, a cada rumo que se toma – para lembrar quem é o dono de tudo. 

      Seria, no entanto, um paraíso vazio. Solitário. Um imenso labirinto de espelhos, sem saídas, em que a cada passo que se dá tudo o que se vê à frente é sempre a própria imagem. Seria a perdição. Um inferno mais terrível que o quarto da peça de Sartre.

      O outro é e sempre será nossa fronteira. Ele impõe limites à nossa liberdade. Mas ignorá-lo ou afastá-lo, a pretexto de cessar os conflitos e os dissabores, é o caminho para um mundo estático, sem progresso. Só aprendemos quando nossas convicções se chocam com a realidade do outro, com a diferença. É o outro que nos ensina a dor de ser machucado. Mas também a alegria de gostar. Não é o céu. Tampouco o inferno.

(Fernando Martins, “O labirinto de espelhos”, jornal Gazeta do Povo, edição impressa de 16 de setembro de 2015. Adaptado.) 

Quanto à progressão temática, o texto está estruturado em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: C

  • Gabarito Letra "C" - 5 partes

    Parte 1: resumo da peça teatral (primeiro parágrafo)

    Parte 2: exemplos atuais da frase: “O inferno são os outros” (segundo parágrafo)

    Parte 3: contraposição de inferno, entendimento do que seria então o paraíso. (terceiro parágrafo)

    Parte 4: juízo de valor sobre a perfeição, o paraíso e a solidão (quarto e quinto parágrafos)

    Parte 5: conclusão final do autor (sexto parágrafo)

  • BEM SUBJETIVA ESSA QUESTÃO.

  • ESSA BANCA É MUITO RUIM. PQP

  • Essa prova da PC-PR vai ser um show kkkkkkkkkkkkkkkkk

  • "O inferno é a FUNPAR."

  • O CONTEÚDO ENVOLVE COERENCIA E COESAO, ENTAO BASTA CONTAR OS ELEMENTOS DE COESAO QUE UNEM OS PARAGRAFOS,(4 ELEMENTOS) MAIS O PRIMEIRO PARAGRAFO QUE É UNIDO POR ESSES CONECTIVOS.

  • A galera erra a questão e coloca culpa na banca. Candidatos, só estamos nos adaptando à maneira de cobrança da banca. PACIÊNCIA!

  • Amigos, a prova é pra Professor - Língua Portuguesa... parem de mimimi, é pra estar difícil e complexa mesmo. Ninguém vai efetivar um professor pra uma disciplina específica com uma prova que tenha questões de outros certames abrangentes que prestamos.

  • Queria eu, um dia, a definição de "banca ruim".

  • Contei as conjunções e observei a mudança de sentido entre os paragráfos, deu certo. gabarito C

  • Galera,sem choro, quando virem que a prova é para magistrado em linguás,pulem a questão!!! não vai cair esse tipo na sua prova.

  • Resolvi a questão observando os conectivos de cada paragrafo, como se fosse uma redação;

    Exemplo:

    Primeiro parágrafo Introdução. 1º progressão.

    Segundo continuação do primeiro.

    Terceiro parágrafo, oposição. Mas... 2º progressão.

    Quarto parágrafo, oposição novamente. Porém... 3º progressão.

    Quinto parágrafo, oposição novamente.  Seria, no entanto... 4º progressão.

    Sexto parágrafo, ideia de oposição novamente. O outro é... 5º progressão.

    ,mas não se dizer se estou corrento em meu raciocínio. Se estiver errado me corrijam.

  • Separei da seguinte forma - não sei se está correto

    1- Contextualização da peça teatral

    2- Quem é o "outro" ?

    3- O que é o inferno ?

    4- O que é o paraíso ?

    5- Conclusão e visão do autor sobre o assunto

  • 1º o autor apresenta a peça teatral de Sartre e conta a história dela

    2º Exemplifica o que poderia ser a figura do "outro" citada no trecho anterior

    3º: Utiliza a ideia de inferno para Sartre para imaginar como seria o paraíso para o autor

    4º: Problematiza essa ideia de paraíso

    5º Fecha o texto com a ideia de que o "outro" é necessário

  • SERÁ UM GRANDE DESAFIO TIRAR A NOTA MÍNIMA DE 42 PONTOS NESSE CONCURSO, DEVIDO A GRANDE QUANTIDADE DE REDAÇÕES QUE SERÃO CORRIGIDAS, EU ACHO QUE QUEM CONSEGUIR A FAÇANHA DE TIRAR 42 PONTOS MINIMOS, NESTA BANCA MALUCA- IRÁ ENTRAR NO CONCURSO.rsrs..

  • Coisas horríveis aconteceram na prova da PCPR

  • CADÊ O COMENTÁRIO DO PROFESSOR DO QC??!!!!

  • Descobri que o ''inferno'' é a Funpar.