Esse primeiro item possui algumas impropriedades notórias:
1. mudanças nas condições extrínsecas do trabalho também são fundamentais para o bem estar dos empregados. Me diga se, ao colocar um ar condicionado numa repartição pública cuja cidade possui uma temperatura média de 32º não iria melhorar as condições. Outra coisa: a melhoria da iluminação possui um efeito na melhoria. A experiência de Hawthorne, realizada em 1927, corrobora isso.
2. Agora, se a questão entrasse no mérito das teorias motivacionais... aí sim esse item iria ter moral comigo. Consoante Herzberg, à melhoria de condições extrínsecas ao trabalho não é fator motivacional.
1) “É necessário, no entanto, estar atento à utilização indevida da expressão ‘qualidade de vida no trabalho’ para descrever programas meramente voltados para fins de políticas de marketing ou de relações públicas, bem como para ilustrar programas direcionados tão somente à melhoria das condições extrínsecas ao trabalho, que, embora fundamentais para o bem-estar dos empregados, não devem ser vistas como condições suficientes, haja vista a importância dos fatores como a partilha de responsabilidades, o controle, a participação, a autonomia, o feed-back, etc. para a efetiva obtenção da qualidade de vida do trabalhador”
FONTE: Qualidade de vida no trabalho: abordagens e fundamentos - Anderson de Souza Sant'Anna e Zélia Miranda Kilimnik
2) Sintetizando todas essas definições, FERNANDES (1996) sugere que o termo qualidade de vida no trabalho sustenta-se sobre quatro pontos básicos: (1) a resolução de problemas com o envolvimento de todos os funcionários (participação, sugestões, inovações); (2) a reestruturação da natureza do trabalho (enriquecimento de tarefas, redesenho de cargos, rotação de funções, grupos autônomos ou semi-autônomos); (3) a inovação no sistema de recompensas (remunerações financeiras e não-financeiras) e (4) a melhoria do ambiente organizacional (clima, cultura, ambiente físico, aspectos ergonômicos e assistenciais).
FONTE: Uma análise da relação entre a qualidade de vida no trabalho e o desempenho organizacional: um estudo nas melhores empresas para se trabalhar [Aline Botelho Schneider Venson e outros (2011) apud Eda Conte Fernandes (1996) Qualidade de Vida no Trabalho: como medir para melhorar].
3) "o conceito de qualidade de vida não apresenta um consenso em sua definição", haja vista a sua complexidade e abrangência. O conceito engloba, além de atos legais que protegem o trabalhador, o atendimento a necessidades e desejos humanos, a partir da humanização do trabalho e da responsabilidade social da empresa. Os elementos-chave de qualidade de vida no trabalho apoiam-se em quatro pontos: (1) Resolução de problemas envolvendo os membros da organização em todos os níveis (participação, sugestões, inovações, etc.) (2) Reestruturação da natureza básica do trabalho (enriquecimento de tarefas, redesenho de cargos, rotação de funções, grupos autônomos ou semi-autônomos, etc.) (3) Inovações no sistema de recompensas (remunerações financeiras e não-financeiras) (4) Melhorias no ambiente de trabalho (clima, cultura, meio-ambiente físico, aspectos ergonômicos, assistenciais (FERNANDES, 1996, p.45).
FONTE: Motivação e qualidade de vida no trabalho de promotores de merchandising: Um estudo local no varejo de Cuiabá-MT [Ávilo Roberto Magalhães e outros (2016) apud Eda Conte Fernandes (1996) Qualidade de Vida no Trabalho: como medir para melhorar]