Questão Q988459

O texto a seguir é referência para a questão.

Cientistas comprovaram, pela primeira vez, que o ritmo da entrada e saída de ar no corpo cria uma atividade elétrica no cérebro humano que acentua os julgamentos emocionais e até lembranças desconfortáveis. Esses efeitos se alteram se a pessoa está inspirando ou expirando – e se ela respira pelo nariz ou pela boca.

No estudo, desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de Northwestern, voluntários foram capazes de identificar uma expressão amedrontada mais rapidamente quando deparavam com o rosto enquanto inalavam do que quando exalavam. Os participantes tiveram mais facilidade em se lembrar de um objeto quando se deparavam com ele enquanto inspiravam do que quando expiravam. O efeito desaparecia se eles estivessem respirando pela boca.

“Uma das principais descobertas desse estudo é que existe uma grande diferença na atividade cerebral na amígdala e no hipocampo durante a inspiração em comparação com a expiração”, explicou a autora principal do estudo, Christina Zelano, professora assistente de neurologia da Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern. “Quando você inspira, nós descobrimos que você está estimulando neurônios no córtex olfativo, amígdala e hipocampo, através de todo o seu sistema límbico”. O estudo foi publicado no periódico científico Journal of Neuroscience. O autor sênior é Jay Gottfried, professor de neurologia na Feinberg.

Os pesquisadores chegaram a essas conclusões ao acompanhar sete pacientes com epilepsia que estavam com cirurgias cerebrais marcadas. Uma semana antes dos procedimentos, um cirurgião implantou eletrodos no cérebro dos pacientes para identificar a origem das convulsões. Isso permitiu que os cientistas adquirissem dados eletrofisiológicos diretamente do cérebro dos pacientes. Os sinais elétricos registrados mostraram que a atividade cerebral flutuou durante a respiração. A atividade ocorre em áreas cerebrais nas quais emoções, memórias e cheiros são processados.

A descoberta levou os cientistas a se perguntar se as funções cognitivas tipicamente associadas com essas regiões do cérebro – especialmente o processamento do medo e da memória – poderiam ser afetadas também pela respiração. A amígdala está fortemente associada com o processamento emocional, em particular emoções relacionadas ao medo. Desse modo, os cientistas pediram a 60 pessoas, no ambiente do laboratório, que tomassem uma decisão rápida sobre expressões emotivas enquanto registravam a respiração deles.

Os voluntários receberam fotos de rostos com expressões de medo ou surpresa e tiveram de indicar rapidamente qual emoção cada rosto estava expressando. Quando encaravam as fotos durante a inspiração, os indivíduos as reconheciam como amedrontadas mais rapidamente do que quando faziam o mesmo durante a expiração. Isso não aconteceu com as expressões de surpresa. Esse efeito diminuiu quando os participantes realizaram a mesma tarefa enquanto respiravam pela boca. [...]

Em um experimento que tinha como objetivo acessar a função da memória (ligada ao hipocampo), os mesmos participantes observaram fotos de objetos em uma tela de computador e foram instruídos a memorizá-las. Os pesquisadores descobriram que os participantes do experimento se lembraram melhor quando tinham encarado as imagens durante a inspiração.

“Isso significa que uma respiração rápida poderia conferir vantagens quando alguém está numa situação perigosa”, explica Zelano. “Se você está em um estado de pânico, o ritmo da sua respiração se torna mais rápido”, afirma. “Como resultado, você passará proporcionalmente mais tempo inalando do que em um estado calmo; assim, a resposta natural do nosso corpo ao medo em aumentar a frequência da respiração pode ter um impacto positivo no funcionamento do cérebro e resultar em uma resposta mais rápida a estímulos perigosos do ambiente.” Outro insight potencial da pesquisa diz respeito aos mecanismos básicos da meditação ou percepção da respiração. “Quando a pessoa inspira, em certa medida está sincronizando oscilações cerebrais por meio da rede límbica”.

(Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/como_a_respiracao_afeta_sentimentos.html)

Considere os seguintes empregos da partícula “se” no texto:

1. “Esses efeitos se alteram...” (1º parágrafo).

2. “...lembrar de um objeto quando se deparavam com ele enquanto inspiravam” (2º parágrafo).

3. “A descoberta levou os cientistas a se perguntar...” (5º parágrafo).

4. “...descobriram que os participantes do experimento se lembraram melhor quando tinham encarado as imagens...” (7º parágrafo).

A partícula está empregada como pronome reflexivo em:

Alternativas

3 apenas.

1 e 3 apenas.

2 e 4 apenas.

1, 2 e 4 apenas.

1, 2, 3 e 4.

Comentários

1) Parte integrante do verbo;
2) Parte integrante do verbo;
3) Pronome reflexivo;
4) Parte integrante do verbo.

Letra A
Pronome reflexivo – Neste caso, dependendo da predicação a que se relaciona o verbo, o pronome “se” pode exercer a função de objeto direto, indireto ou sujeito de um infinitivo, assumindo o sentido de “a si mesmo”.
Ex: A garota penteou-se diante do espelho.
Parte integrante do verbo – integra verbos essencialmente pronominais, ou seja, aqueles que necessariamente trazem para junto de si o pronome oblíquo, denotando quase sempre sentimentos e atitudes próprias do sujeito. São eles: queixar-se, arrepender-se, vangloriar-se, submeter-se, dentre outros.
Ex: Os garotos queixaram-se do mau atendimento.

GAB A
Este gabarito, pelo correto, deveria ser alterado para E ou, na pior das hipóteses, anulado.

Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, os verbos "se alteram", "se deparavam", "se perguntar" e "se lembraram" são PRONOMINAIS e as partículas "se" que os acompanham são partes INTEGRANTES destes verbos, de modo que, consequentemente, carregam consigo a voz REFLEXIVA nos 4 casos.

Portanto, conforme acepção prevista para estes verbos com a partícula "se" neste Dicionário, se morfologicamente estes são classificados como verbos PRONOMINAIS REFLEXIVOS, a partícula "SE" automaticamente passa a ser parte INTEGRANTE do verbo (função sintática) e, por consequência, automaticamente passa a ter também VOZ REFLEXIVA nos 4 casos.

Definições segundo o Dicionário citado anteriormente:

Lembrar: conceito n. 2 - pronominal - SE pronome reflexivo (classificação morfológica) e parte integrante do verbo (sintaxe)
Deparar-se com: conceito n.2 verbo pronominal. SE pronome reflexivo (classificação morfológica) e parte integrante do verbo (sintaxe)
Alterar: conceito n. 1 verbo pronominal . SE pronome reflexivo (classificação morfológica) e parte integrante do verbo (sintaxe)
Perguntar: conceito n.6. verbo pronominal. SE pronome reflexivo (classificação morfológica) e parte integrante do verbo (sintaxe)

Ademais, no item 4, em razão de ter sido utilizada a partícula "SE" de forma integrada ao verbo "lembrar", percebe-se um ERRO pela falta da preposição DE, afinal, quem se lembra, se lembra DE algo ou DE alguma coisa. O correto seria: “...descobriram que os participantes do experimento se lembraram melhor DE quando tinham encarado as imagens...”.
Gabarito: A

1) Esses efeitos se alteram se a pessoa está inspirando ou expirando – e se ela respira pelo nariz ou pela boca.

2) Os participantes tiveram mais facilidade em se lembrar de um objeto quando se deparavam com ele enquanto inspiravam do que quando expiravam.

3) A descoberta levou os cientistas a se perguntar se as funções cognitivas tipicamente associadas com essas regiões do cérebro – especialmente o processamento do medo e da memória – poderiam ser afetadas também pela respiração.

4) Os pesquisadores descobriram que os participantes do experimento se lembraram melhor quando tinham encarado as imagens durante a inspiração.

Pronome Reflexivo: são pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
Se a banca quiser, ela elimina mais da metade só com questões assim, do tipo pronome reflexivo x partícula de indeterminação do sujeito. Eles sabem que a diferença é irrisória e por isso é muito mais fácil criar pegadinha ou alterar gabarito como bem quiserem
3. “A descoberta levou os cientistas a se perguntar...” (5º parágrafo).

PRONOME REFLEXIVO: quando equivale a si mesmo.
PEÇAM COMENTÁRIO DO PROFESSOR para reforçar, considerando que o comentário do Augusto Pitz tá muito bom.
Augusto, no item l não é voz reflexiva, pois os efeitos são alterados e não alteram a si mesmo.

a) Esse efeitos se alteram -> Alterar VTD. Esses efeitos são alterados. Pronome apassivador

b) lembrar de um objeto quando se deparavam -> expressa mudança de estado. Parte integrante do verbo

c) A descoberta levou os cientistas a se perguntar -> a perguntar a si mesmo. Pronome reflexivo

c) os participantes do experimento se lembraram -> expressa mudança de estado/ação. Parte integrante do verbo

GABARITO A
Mas o verbo lembrar não é um verbo essencialmente pronominal. Ele não carrega obrigatoriamente um pronome junto de si, diferente do verbo queixar-se que nunca aparece sem o bendito "se".

Não entendi o gabarito.
1- esses efeitos se alteram (partícula apassivadora; está na voz passiva sintética).
2- lembrar de um objeto quando se deparavam com ele (parte integrante do verbo — deparar-se com algo).
3- levou os cientistas a se perguntar (pronome reflexivo. Os cientistas perguntam a si mesmos).
4- os participantes do experimento se lembraram melhor (parte integrante do verbo).

LETRA A
se alteram
se deparavam
se perguntar
se lembraram
Os pronomes reflexivos indicam que o sujeito pratica uma ação verbal sobre si mesmo.
Ex.: Penteou-se e saiu.
≠
Pronome Recíproco
Neste caso, há mais do que um sujeito praticando uma ação verbal reciprocamente ou, um sobre o outro.
Ex.: O prefeito e o vereador cumprimentaram-se antes do início da sessão.

#ficaadica
@eupulica
Prevejo chuva de recursos na prova da PCPR. Banca sem um pingo de noção!
Era só olhar para os verbos e ver que eram pronomes reciprocos
Augusto vai tomar seu remédio
GABARITO: LETRA A
1. “Esses efeitos se alteram...” (1º parágrafo) → o "se" é uma partícula apassivadora e marca a voz passiva sintética (na passiva analítica: são alterados).
2. “...lembrar de um objeto quando se deparavam com ele enquanto inspiravam” (2º parágrafo) → temos uma PIV (parte integrante do verbo); marca o verbo "deparar-se".
3. “A descoberta levou os cientistas a se perguntar...” (5º parágrafo) → o "se" é uma partícula reflexiva e equivale a "si mesmos" (os cientistas perguntaram a si mesmos).
4. “...descobriram que os participantes do experimento se lembraram melhor quando tinham encarado as imagens...” (7º parágrafo) → temos uma PIV (parte integrante do verbo); marca o verbo "lembrar-se".

☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Algumas dicas adicionais...

MARCA PRINCIPAL = VTD + “SE”
Poderá ser trocado por “A SI MESMO” ou “ELE MESMO”. E o "SE" só pode ser considerado 100% reflexivo se a ação praticada pelo sujeito incidir sobre si mesmo.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS SÃO:
1) O VERBO, EM REGRA, ESTÁ NO SINGULAR;
2) TER SUJEITO EXPLICITO.
A banca sacaneou com os candidatos. Existe pronome reflexivo em todas as alternativas, inclusive, seguindo as explicações dos colegas.

Reflexivo é quando se reflete em si mesmo:

lembraram-se (ou se lembraram), alteram-se (ou se alteram), deparavam-se (ou se deparavam-se) e perguntarem-se (ou se perguntarem), tudo isso é reflexivo.
Eu acho covardia cobra funções do SE em provas com tão pouco tempo como são as provas de concursos.
GABARITO A.

Pronomes reflexivos são pronomes pessoais oblíquos, a medida que funcionam como objeto direto e indireto, trata-se do sujeito da oração que pratica e sofre a ação do verbo.
Parte integrante são aqueles que integram verbos essencialmente pronominais, necessitando do acompanhamento da partícula “se” para seu entendimento, normalmente expressados por sentimentos e atitudes próprias do sujeito.
A frase número 1,2 e 4 trata-se de parte integrante do verbo. E a sentença número 3 constitui de pronome reflexivo.

BONS ESTUDOS GALERINHA!!!
FONTE: ALFACON.
Até me emociono quando acerto uma questão dessa kkk.

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