O biotrauma descreve um processo de lesão onde forças biofísicas podem alterar a fisiologia normal das células pulmonares, induzindo aumento dos níveis de mediadores inflamatórios30 e promovendo o reparo/remodelamento do tecido. Estudos clínicos e experimentais demonstraram que as estratégias ventilatórias lesivas podem iniciar ou perpetuar uma resposta inflamatória local e sistêmica, que, por sua vez, pode contribuir significativamente para a DMOS.
Atelectrauma A lesão pulmonar também pode ser causada pela VM em baixos volumes pulmonares ao final da expiração. Esta lesão acredita-se estar relacionada à abertura e ao fechamento cíclicos de vias aéreas distais, ductos e unidades alveolares (daí o termo atelectrauma). O recrutamento e/ou desrecrutamento repetido das unidades pulmonares distais pode gerar um estresse de cisalhamento local aumentado, principalmente se o evento se repetir a cada ciclo respiratório. Durante a abertura das vias aéreas, observa-se a presença de dois tipos de estresse: um com ação perpendicular à superfície (estresse tensile) e outro paralelo à superfície de ação (estresse de cisalhamento)5 .