SóProvas


ID
299836
Banca
FCC
Órgão
TRT - 14ª Região (RO e AC)
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos


Os homens-placa

Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palha-
ço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge
numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais
solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas incorpora-
ções imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima
do velho sistema de ficar ensanduichado entre duas tábuas de
madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem
porque, numa versão mais recente, amarrem-lhe ao corpo um
meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro
ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a
cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa
para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado.
Durante uma época, a prática foi encostar carros ve-
lhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colo-
cando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era
ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção do edi-
fício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho
individual, se todo o sonho estava montado em cima de um
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão?
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem
ao passado os grandes lançamentos performáticos do mercado
imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções
teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York eterna:
mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da
Liberdade, com o rosto pintado de verde, a tocha de plástico
numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam,
eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a
Nove de Julho, as ruas do Itaim.
Esses homens e mulheres-placa não se comparam se-
quer ao guardador de carros, que precisa impor certa presença
ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só
que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; um cabe-
lo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam.

(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha.
blogspot.uol.com
)


Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • O erro da letra D, que eu estava em dúvida é porque o verdo "reduzir" é transitivo indireto que requer a preposição A e não a preporisção EM.
  • Alguém pode me explicar o erro da alternativa "a"??
  • Há momentos onde o afã de se fazer propaganda não mede esforços para lançar mão dos mais grotescos recursos.

    O possível erro está na palavra "onde", a qual é utilizada, geralmente, para indicar a presença de algo em um espaço.
    Não é o caso da assertiva apresentada pela banca, pois a alternativa traduz ideia de tempo.
  • A- Há momentos "EM QUE".   Onde é utilizado somente para dar idéia de lugar.

    B- nos quais se "dizem". O verbo dizer tem que concordar com cartazes.

    C- Muitos acreditam ter requinte "PARA" morar num edifício.  Se tem requinte, tem requinte para alguma coisa. E o termo "num" está correto. É a junção da prepação EM com o artigo indefinido UM.

    D-Quando o corpo humano se reduz "A" um suporte. Quem se reduz, se reduz A alguma coisa....

    E- Correta.