SóProvas


ID
3004024
Banca
Itame
Órgão
Prefeitura de Avelinópolis - GO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Relato


      Em Santos, onde morávamos, minha mãe me lia histórias, meu pai gostava de declamar poesias. Foi em algum momento do ginásio – por volta do que hoje seria a sexta ou sétima série – que li de começo a fim um romance: Inocência, de Taunay, é minha mais remota lembrança de leitura de um romance brasileiro. Livro aberto nos joelhos, afundada de atravessado numa poltrona velha e gorda, num quartinho com máquina de costura, estante de quinquilharias e uma gata branca chamada Minie.

      Até então, leitura era coisa doméstica. Tinha a ver apenas comigo mesma, com os livros que havia na estante de quinquilharias de meu pai e com os volumes que avós, tias e madrinhas me davam de presente. No cardápio destas leituras, Monteiro Lobato, as aventuras de Tarzan, os volumes da Biblioteca das Moças. O sítio do Pica Pau Amarelo, as florestas africanas, castelos e cidades europeias constituíam a geografia romanesca que preenchia meus momentos livres.

      Mas um dia a escola entrou na história. Dona Célia, nossa professora de português, mandou a gente ler um livro chamado Inocência. Disse que era um romance. Na classe, tinha uma menina chamada Maria Inocência. Loira desbotada, rica e chata. Muito chata. Alguma coisa em minha cabeça dizia que um livro com nome de colega chata não podia ser coisa boa.

      Foi por isso que com a maior má vontade do mundo comecei a leitura do romance de Visconde de Taunay, de quem eu nunca tinha ouvido falar: visconde, para mim, era o de Sabugosa. Fui lendo a frio, sem entusiasmo nenhum.

      O presságio da chatice confirmava-se, até que apareceu o episódio das borboletas. Aí me interessei pelo livro: um alemão corria caçando borboletas e depois dava a uma delas o nome da heroína do livro... Gostei. Não muito, mas gostei. E passei a olhar o nome das borboletas com olhos diferentes: alguma delas seria a papiloinnocentia da história? [...]

(Marisa Lajolo. Como e por que ler o romance brasileiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. p. 15-7.)

Marque a alternativa correta considerando o emprego do tempo e modo verbal.

Alternativas
Comentários
  • A - gabarito

    b - “...madrinhas me davam de presente.” (Pretérito perfeito/ modo indicativo).

    pretérito imperfeito

    c - “...constituíam a geografia romanesca...” (Pretérito mais que perfeito/ modo indicativo)

    pretérito imperfeito

    “...comecei a leitura do romance de Visconde de Taunay...” (Presente/ modo subjuntivo).

    pretérito perfeito

  • Gabarito A

    A) "Em Santos, onde morávamos..." (pretérito imperfeito do indicativo).

    B) "...madrinhas me davam de presente." (pretérito imperfeito do indicativo).

    C) "...constituíam a geografia romanesca..." (pretérito imperfeito do indicativo).

    D) "...comecei a leitura do romance de Visconde de Taunay..." (pretérito perfeito do indicativo).

  • A - "Em Santos, onde morávamos" - CORRETÍSSIMO -> palavra chave (NAQUELA ÉPOCA)

    "Naquela época, nós morávamos em santos"

    B - "Madrinhas me davam de presente" - Modo Pretérito Imperfeito. -> Palavra chave (NAQUELA ÉPOCA)

    "Naquela época, as madrinhas me davam presente".

    C - "Constituíam a geografia romanesca" - Modo Pretérito Imperfeito. -> Segue a lógica acima.

    D - "Comecei a leitura do romance de Visconde Taunay" - Modo Pretérito Perfeito. ->Palavra chave (Ontem)

    "Ontem eu comecei a leitura do romance de Visconde..."

  • VA- IA- NHA- ERA

    É Pretérito Imperfeito! !

  • →  PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO: Expressa uma ação que era habitual no passado, mas não é mais atualmente. Ou uma ação que não foi concluída. Ex: Quando era pequena, andava de bicicleta.

    DICA: Verbos terminados em -VA, -IA, -NHA, -ERA. As palavras tinha, vinha, era, eram.

    →  PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO DO INDICATIVO: indica uma ação ocorrida antes de outra ação já passada. Ex: quando eu cheguei, Maíra já saíra de casa. (saíra = verbo no pretérito mais que perfeito. Cheguei = verbo no pretérito perfeito.)

    DICA: verbos terminados em (RA) e (RE) átonos;

    PRESENTE DO SUBJUNTIVO: Expressa um desejo ou hipótese relacionado ao presente. O “que” indica presente do subjuntivo. Exemplo: Espero que ele esteja melhor. (Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta) DICA: é só colocar o ‘’talvez’’ antes da palavra e analisar se encaixa ou não .

  • morava = ava preterito imperfeito do indicativo = AVA IA .. 

    davam  = ava > preferito imperfeito do indicativo =x 

    constituia = prefetio imperfeito do indicativo  ia.. ava..

    comecei == falei.. beijei.. preterito perfeito do indicativo

    lembrar que temos o preteritp perfeito composto do indicativo = ação que começa no passado e se arrasta até 
    o presente  (geralmente ver TER OU HAVER + PARTICIPIO)

    EX : EU TENHO VENCIDO JOGOS !

  • Davam (tempo: pretérito imperfeito do modo indicativo)

    Constituíam (tempo: pretérito imperfeito do modo indicativo)

    Comecei (tempo: pretérito perfeito do modo indicativo)

  • A questão exige conhecimento do tempo e modo do verbo e queremos encontrar a alternativa que tem sua classificação corretamente nos parenteses.

    a) "...morávamos...”(Pretérito imperfeito/ modo indicativo).

    Está correta, pois é pretérito imperfeito do modo indicativo. CORRETA.

    Esse tempo tem sua terminação em va, ia, nha, era (moraVAmos).

    b) "...davam de presente.” (Pretérito perfeito/ modo indicativo).

    Errou no tempo, porque é pretérito imperfeito e não perfeito. INCORRETA.

    c) “...constituíam ...” (Pretérito mais que perfeito/ modo indicativo).

    Errou no tempo, porque está no pretérito imperfeito. INCORRETA.

    d) “...comecei..” (Presente/ modo subjuntivo).

    Errou no tempo e no modo, visto que está no pretérito perfeito do modo indicativo. INCORRETA.

    GABARITO A

  • Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi interrompidoPretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Exemplo: Ele estudou a lição.