GABARITO: LETRA E
A estratégia neoliberal orienta-se numa tripla ação. Por um lado, a ação estatal, as políticas sociais do Estado, orientadas para a população mais pobre (cidadão usuário); ações focalizadas, precarizadas, regionalizadas e passíveis de clientelismo. Por outro lado, a ação mercantil, desenvolvida pela empresa capitalista, dirigida à população consumidora, com capacidade de compra (cidadão cliente), tornando os serviços sociais mercadorias lucrativas. Finalmente, a ação do chamado "terceiro setor", ou da chamada sociedade civil (organizada ou não), orientada para a população não atendida nos casos anteriores, desenvolvendo uma intervenção filantrópica (ver Montaño, 2002, p. 186 e ss.).
Pobreza, "questão social" e seu enfrentamento - Carlos Montaño.
Trata-se de uma dinâmica que reforça a dualização existente no campo das políticas sociais e da gestão pública: ao Estado cabe garantir o mínimo ao conjunto da população excluída do mercado de trabalho ou em situação de inclusão extremamente precária e desprotegida, por meio de políticas compensatórias, focalizadas e seletivas, para atenuar o impacto negativo das medidas econômicas de ajuste estrutural – é a "pobre política para os pobres". E ao mercado cabe a venda de serviços aos trabalhadores formais, cada vez em menor número, promovendo a remercantilização dos serviços sociais consagrados como direitos no decorrer das lutas históricas do movimento dos trabalhadores.
Gestão pública e a questão social na grande cidade - Raquel Raichelis
FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Olá caras (os) companheiras (os) !
A questão social passa a ser objeto de um violento processo de criminalização que atinge as classes subalternas (lanni, 1992 e Guimarães,1979). Recicla-se a noção de "classes perigosas" - não mais laboriosas -, sujeitas à repressão e extinção. Verifica-se a tendência de naturalizar as múltiplas desigualdades, que condensam as relações sociais desiguais e contraditórias dessa sociedade. Elas têm sido enfrentadas, seja por meio de programas focais de "combate à pobreza", seja pela violência dirigida aos pobres, articulando repressão e assistência focalizada. Evoca o passado, quando era concebida como caso de polícia, ao invés de ser objeto de uma ação sistemática do Estado no atendimento às necessidades básicas da classe operária e outros segmentos trabalhadores. Na atualidade, as propostas imediatas para enfrentar a questão social no país atualizam a articulação assistência focalizada/repressão, com o reforço do braço coercitivo do Estado em detrimento da construção do consenso necessário ao regime democrático, o que é motivo de inquietação.
Outras questões similares
Na atual sociedade brasileira, o enfrentamento às expressões da questão social tem se dado basicamente por meio de:
a) Educação e mercado de trabalho;
b) Democracia e políticas sociais inclusivas;
c) Assistência focalizada e repressão;
d) Distribuição de renda e pleno emprego;
e) Filantropia social e empresarial.
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Na atual conjuntura brasileira, as respostas à questão social tem sido:
a. De médio prazo, minimizando os conflitos entre capital/trabalho através da implementação de políticas públicas executadas pelo Estado.
b. Imediatas, fortalecendo o consenso entre capital/trabalho/Estado com o reforço das políticas sociais.
c. Imediatas, articulando assistência focalizada/repressão com o reforço do braço coercitivo do Estado.
d. De médio prazo, vinculando a questão social com a redução das desigualdades sociais e redistribuição de renda através dos programas sociais.
e. De longo prazo, fortalecendo à relação Estado/sociedade civil no enfrentamento das mazelas sociais.
Fonte: Brochura - "Atribuição privativa do/a assistente social em questão".
Assim, a ditadura militar reeditou a modernização conservadora como via de aprofundamento das relações socias capitalistas no Brasil, agora de natureza claramente monopolista (NETTO, 1991), reconfigurando nesse processo a questão social, que passa a ser enfrentada num mix de repressão e assistência, tendo em vista manter sob controle as forças do trabalho que descontavam .Nesse quadro, houve um forte incremento da política social brasileira (BEHRING; BOSCHETTI, 2009, p. 136).
Nunca foi Sorte, Sempre foi Deus!