A mão de obra imigrante
Após 1850, com a dificuldade para obtenção de mão-de-obra escrava, a produção do Vale do Paraíba entrou em declínio. Outros dois fatores também contribuíram para isso: o esgotamento de terras cultiváveis na região e o envelhecimento dos cafezais, que geralmente rendiam colheitas produtivas por 15 anos. Já no Oeste Paulista, a proibição do tráfico fez com que os cafeicultores passassem a investir na substituição do trabalho compulsório pela mão de obra livre, em especial a de imigrantes vindos da Europa.
O processo de unificação da Itália e Alemanha na segunda metade do século XIX foi acompanhado da expulsão de muitos camponeses de suas terras, o que fazia com que muitos fossem “fazer a América” em países como os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil.
Para o Império, a entrada destes imigrantes era benéfica não somente para suprir a demanda por trabalhadores nas lavouras de café diante do lento fim da escravidão, mas também ia ao encontro de um ideal de embranquecimento em voga no período, inspirado em teorias racialistas trazidas da Europa que defendiam a superioridade da raça branca sobre outros povos.
Em 1847, o senador Nicolau Vergueiro (1778-1859) introduziu o sistema de parcerias para estimular a vinda de europeus, modelo no qual todos os custos das viagens e instalação para o paíseram financiados pelos cafeicultores. Em troca, os recém-chegados deveriam trabalhar nas lavouras de café até ressarcirem seus “parceiros” de seu investimento, com juros de 6% ao ano.