Muita gente deve ter errado esta questão porque caiu na pegadinha de confundir prosopopeia com catacrese. Julgou totalmente inadequado (e com razão) que em um telejornal o apresentador desse características humanas à '"entrada do teatro, que aplaudia os frequentadores e dava-lhes boas vindas com carinho".
Acontece que o gabarito não é esta alternativa porque ela não é caso de catacrese, mas de prosopopeia ou personificação.
O gabarito é letra D porque a catacrese a ser evitada, segundo a consultora, é a do famigerado pé-de-galinha.
"As marcas do tempo estavam estampadas nos pés-de-galinha em torno dos olhos da artista".
Ok, QUASE todo mundo sabe que o termo se refere a rugas, vez que é usado no falar cotidiano há trocentos milhões de anos.
No entanto, essa longevidade da gíria não torna o termo politicamente correto na atual conjuntura do jornalismo, tanto por poder soar ofensivo a pessoas que estão envelhecendo quanto incompreensível aos mais jovens, que talvez o desconheçam.
E também (principalmente) por já existir no Português uma palavra específica e de uso corrente, RUGA, que exprime a ideia com muito mais exatidão que a "metáfora" dos pés de galinha, que repetida à exaustão virou a catacrese agora politicamente incorreta.