SóProvas


ID
3028612
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Piracicaba - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

              Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


      “Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

      – Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.

      – Posso! Mas quem planta sou eu.

      Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:

      – Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?

      Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.

      Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.

      Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:

      – Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.

      E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.

      Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:

      – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.

      Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

                   (Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as formas verbais estão empregadas em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    A) Bernardo usualmente intermedia o diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte. → o correto seria INTERMEDEIA → conjugação do MÁRIO (Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Intermediar, Odiar), pegamos o mais fácil de conjugar "odiar", o qual servirá de base para os outros verbos: Ele odeia, então ele INTERMEDEIA, MEDEIA, ANSEIA, INCENDEIA, e por aí vai.

    B) Por meio da arte, os habitantes de Inhotim reaviram a sensação de estar vivo e ter um futuro. → o correto seria REOUVERAM.

    C) Tanto Lenine quanto Bernardo se propuseram a usar a música como forma de transcendência.

    D) Cortes foram feitos por governantes que não se deteram na reflexão sobre a importância da arte. → o correto seria detiveram, eles TIVERAM, então eles DETIVERAM.

    E) A arte deve participar do processo de cura e não ser retomada quando as pessoas se refazerem da tragédia. → quando as pessoas se REFIZEREM (futuro do subjuntivo, indicando um fato provável de acontecer).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Essa do Mario é boa.

  • INTERMEDEIA

    REOUVERAM

    DETIVERAM

    REFIZEREM

     

  • Lenine eu já ouvi, mas quem foi Bernardo??

  • questão fodástica........

  • Todos os erros de concordância são quanto a pessoa:

    LETRA C é a correta

    a) INTERMEDEIA

    b) REOUVERAM

    c) DETIVERAM

    d) REFIZEREM

  • Questão de concordância ou de verbo?

  • A regência do verbo dialogar nesse caso está correta? [diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte].

  • Gabarito C

    Foquei apenas na concordância , mas também tem a .

  • Essa regra do Mario é boa, já ta anotado nos resumos.

  • Fiquei procurando um tal de Mário nos comentários então para facilitar:

    Bernardo usualmente intermedia o diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte. → o correto seria INTERMEDEIA → conjugação do MÁRIO (Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Intermediar, Odiar), pegamos o mais fácil de conjugar "odiar", o qual servirá de base para os outros verbos: Ele odeia, então ele INTERMEDEIA, MEDEIA, ANSEIA, INCENDEIA, e por aí vai.

    (Arthur Carvalho)

  • Deter Verbo irregular

    eu detive

    tu detiveste

    ele deteve

    nós detivemos

    vós detivestes

    eles detiveram

  • As erradas:

    A) Bernardo usualmente intermedia o diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte. ERRADO > INTERMEDEIA

    B) Por meio da arte, os habitantes de Inhotim reaviram a sensação de estar vivo e ter um futuro. ERRADO> REOUVERAM

    D) Cortes foram feitos por governantes que não se deteram na reflexão sobre a importância da arte. ERRADO> DETIVERAM

    E) A arte deve participar do processo de cura e não ser retomada quando as pessoas se refazerem da tragédia. ERRADO> REFIZEREM

    gabarito letra C

  • DÚVIDA:

    Na letra B, se eu transcrevesse: a sensação de estarEM vivoS e terEM um futuro.

    Ainda estaria correto?

  • somente reescrevi o comentário do ARTHUR OK

    GABARITO: LETRA C

    A) Bernardo usualmente intermedia o diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte. → o correto seria INTERMEDEIA → conjugação do MÁRIO (Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Intermediar, Odiar), pegamos o mais fácil de conjugar "odiar", o qual servirá de base para os outros verbos: Ele odeia, então ele INTERMEDEIA, MEDEIA, ANSEIA, INCENDEIA, e por aí vai.

    B) Por meio da arte, os habitantes de Inhotim reaviram a sensação de estar vivo e ter um futuro. → o correto seria REOUVERAM.

    C) Tanto Lenine quanto Bernardo se propuseram a usar a música como forma de transcendência.

    D) Cortes foram feitos por governantes que não se deteram na reflexão sobre a importância da arte. → o correto seria detiveram, eles TIVERAM, então eles DETIVERAM.

    E) A arte deve participar do processo de cura e não ser retomada quando as pessoas se refazerem da tragédia. → quando as pessoas se REFIZEREM (futuro do subjuntivo, indicando um fato provável de acontecer).

  • Essa questão exige que o candidato saiba conjugar os verbos no pretérito perfeito. Observe que os verbos a serem analisados são irregulares, ou seja, mudam o radical de acordo com o tempo verbal aplicado. Vamos retomar alguns dados sobre os verbos.

    Um verbo é composto por radical, vogal temática, desinência modo temporal e desinência número pessoal. Entretanto, alguns verbos não possuem a partícula que indique presencialmente a desinência modo temporal, assim, dizemos que a desinência está ausente, mas conseguimos, mesmo assim, conseguimos, através da leitura, compreender a parte que falta. Veja os exemplos:

    1- Falávamos;
    2- Falamos.

    No primeiro exemplo, o radical "fala" se liga à desinência modo temporal do pretérito imperfeito ("va") e à desinência número pessoal ("mos") de primeira pessoa do plural ("nós"), criando a palavra falávamos. É através dessa estrutura que sabemos, por exemplo, quem está efetuando a ação: a desinência número pessoal aponta para o nós, portanto, quem efetiva a ação somos nós
    Também sabemos que a ação aconteceu num passado distante graças ao "va" (desinência modo temporal). Assim, as partículas que formam o verbo nos contam a história, antes mesmo da adição de outros elementos à oração. Em "falamos", não há desinência modo temporal, mas sabemos que a ausência dela é o diferencial do pretérito perfeito.

    Entretanto, alguns verbos modificam o radical (verbos irregulares), dependendo do tempo verbal em que são conjugados, como no caso do verbo "fazer" (ele fez ,eu fiz). Mesmo assim, através de um olhar atento, podemos compreender como os verbos podem ser corretamente conjugados. No caso do verbo "intermediar", por exemplo, usamos como parâmetro outro verbo muito conhecido: "odiar".
    Dessa forma, conjugamos "eu intermedeio" como conjugamos "eu odeio". Essa regra funciona para outros pares como (cuidado, maquiar conjuga-se "maquio") mediar, ansiar, incendiar. Para facilitar a aprendizagem, vamos nomear pares de verbos que são conjugados da mesma forma.

    De acordo com o enunciado da questão, devemos procurar pela alternativa em que a conjugação do verbo esteja correta. Tomando essas informações como base, vamos à análise de cada opção:


    Letra A: INCORRETA. Perceba que o verbo intermediar é irregular e muda a sua forma quando conjugado no pretérito. Dizemos que intermediar, conjuga-se como odiar. Nessa opção, "Bernardo usualmente intermedia o diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte.", caso fosse o verbo odiar, conjugaríamos "odeia". Tomando esse parâmetro, lembramos que a conjugação correta para esse caso seria "intermedeia". Por isso, essa opção está incorreta.

    Letra B: INCORRETA. Nessa opção, em "Por meio da arte, os habitantes de Inhotim reaviram a sensação de estar vivo e ter um futuro.", o verbo reaver está conjugado erroneamente. Para o verbo reaver, lembramos do verbo haver. Dessa vez, tomemos cuidado com o tempo verbal empregado, "havia" existe, mas vamos nos lembrar que reaver, no passado, sofre a mudança para reouveram. Por isso, o correto seria "os habitantes de Inhotim reouveram a sensação". Portanto a opção está incorreta.

    Letra C: CORRETA. Exatamente. Segundo a redação "Tanto Lenine quanto Bernardo se propuseram a usar a música como forma de transcendência.", o verbo está conjugado corretamente. Conjugamos o verbo propor da mesma forma que conjugamos o verbo por. Precisamos estar atentos a essas pequenas paridades para que possamos memorizar as formas corretas de conjugar os verbos.


    Letra D: INCORRETA. Em "Cortes foram feitos por governantes que não se deteram na reflexão sobre a importância da arte.", devemos pensar em conjugar o o verbo deter, assim como conjugamos o verbo ter. Caso fosse esse outro verbo a reescrita seria "não tiveram na reflexão", com deter, não seria diferente. A correta escrita do trecho seria "que não se detiveram", no pretérito imperfeito. Deteram, no caso, não existe gramaticalmente. Por isso, essa opção está incorreta.


    Letra E: INCORRETA. Em "A arte deve participar do processo de cura e não ser retomada quando as pessoas se refazerem da tragédia.", o verbo refazer é conjugado da mesma forma como o verbo fazer. Por isso, a correta reação seria "quando as pessoas se refizerem" da tragédia. Aqui o verbo está conjugado no futuro do subjuntivo. Perceba que a construção da oração aponta para uma possibilidade no futuro, solicitando a escrita do subjuntivo. Nessa conjugação, assim como o verbo fazer, o radical muda, alterando a conjugação. Note que refazerem existe, mas está conjugado no infinitivo. Por isso, essa opção está incorreta.



    Gabarito do professor: Letra C.
  • Vocês conhecem o MARIO? Não? Eu também não!

    Eu conheço MARII

    MARII é conjugada da mesma forma que o verbo odiar

    Mediar (Ex: eu odeio, eu medeio)

    Ansiar (Ex;eu odeio,eu anseio)

    Remediar (Ex: eu odeio, eu remedeio)

    Incendiar (Ex:eu odeio, eu incendeio)

    Intermediar (Ex:eu odeio, eu intermedeio)