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ID
3032380
Banca
UFRR
Órgão
UFRR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                               TEXTO I

         POLÍTICA É PRINCIPAL ASSUNTO DAS FAKE NEWS NO WHATSAPP

Troca de notícias falsas em aplicativo aumenta significativamente em períodos próximos às eleições, diz pesquisa.


      Após analisar por um ano 120 grupos de WhatsApp, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram que as correntes de mensagens que continham fake news sobre política atingiam mais usuários do que as conversas com desinformação de outros assuntos. O conteúdo enganoso de política também suscitou discussões mais longas e mais duradouras no aplicativo.

      Os autores da pesquisa identificaram ainda um aumento significativo nas conversas políticas com dados falsos perto das eleições. "Teve um pico enorme. O momento político favoreceu a discussão com fake news no WhatsApp", disse um dos coautores do estudo, Josemar Alves, pesquisador de Ciência da Computação da UFMG.

      Estudos sobre desinformação no WhatsApp ainda são raros por causa da natureza privada do aplicativo. As mensagens enviadas são criptografadas de ponta a ponta, o que quer dizer que não podem ser lidas por terceiros. Para driblar essa dificuldade, os pesquisadores selecionaram aleatoriamente na internet links de grupos públicos - aqueles em que qualquer um pode participar com uma URL de convite.

      Os autores de "Caracterizando cascatas de atenção em grupos de WhatsApp" coletaram 1,7 milhão de mensagens trocadas por 30,7 mil usuários nesses grupos entre outubro de 2017 e novembro de 2018. A maioria tinha discussão com temática política: 78 dos 120 grupos. Estes espaços virtuais foram monitorados de outubro de 2017 a novembro de 2018.

      Os pesquisadores perceberam que, em grupos de WhatsApp, a função de responder diretamente a uma mensagem criava um encadeamento nas conversas. Eles chamaram essas correntes de mensagens de "cascatas de atenção". Durante o período de análise, os autores identificaram mais de 150 mil discussões desse tipo.

      O próximo passo do estudo foi comparar as mensagens enviadas nessas cascatas a textos de seis sites de fact checking brasileiros - incluindo o Comprova, coalizão de 24 veículos de mídia da qual faz parte o jornal O Estado de São Paulo. Os autores encontraram 666 discussões com conteúdo comprovadamente falsos, 92% delas com teor político.

      Os resultados seguem a mesma linha de descoberta de outros trabalhos sobre desinformação, segundo o professor da UFMG Virgílio Almeida, coautor do estudo e associado ao Berkman Klein Center for Internet & Society, da Universidade de Harvard.

      Uma pesquisa publicada em 2018 na revista americana Science mostrou que, no Twitter, a desinformação, especialmente sobre política, viaja mais rápido e atinge mais usuários que qualquer outra categoria de informação.

      O estudo americano também mostrou que conteúdo falso inspirava medo, nojo e surpresa em seus consumidores. Almeida diz que essa característica pode apontar para uma possível interpretação dos dados levantados pela UFMG. "Uma conjectura é a situação polarizada do país, a situação política refletindo no mundo online. O que alguns estudos de interpretação dessa questão têm mostrado é que as pessoas aparentemente têm a atenção mais chamada por sentimentos negativos e falsidades que expressam essas questões".

      O que a pesquisa brasileira tem de novidade é principalmente a ambientação no WhatsApp. Diferentemente do Twitter, Facebook e outras redes sociais, o aplicativo não tem algoritmos que influenciam o que os usuários veem primeiro. A ordem de leitura das mensagens é cronológica; é o próprio usuário que define o que quer discutir e o que chama mais sua atenção - o que lhe dá papel fundamental na propagação das fake news. "O conteúdo daquela fake news está de acordo com o que a pessoa acredita e faz com que ela passe para frente aquele conteúdo", disse Josemar Alves.

      O fato de o WhatsApp ser fechado também pode facilitar a disseminação de conteúdo falso. Outro estudo citado pelos pesquisadores brasileiros indica que um "custo social" maior de compartilhar uma falsidade pode fazer o usuário esperar e observar o grupo antes de repassar algo.

      O WhatsApp poderia tomar algumas medidas para elevar o custo de repassar fake news no aplicativo. Alves diz que a plataforma poderia criar uma função para que moderadores ou usuários denunciassem pessoas que enviassem conteúdo indevido ou falsificado.

      Recentemente, a empresa dificultou o encaminhamento de mensagens, limitando o número de repasses que podem ser feitos de uma só vez. 

      Agora, os pesquisadores da UFMG dizem que vão continuar a fazer pesquisas sobre desinformação no WhatsApp, voltando a atenção também para entender como o discurso de ódio se propaga no aplicativo. Alves ressalta que são necessários outros estudos para comparar resultados.

      "É fundamental entender como o WhatsApp é usado pelas pessoas e como ela impacta a sociedade e questões da sociedade e política. Tem poucos trabalhos na literatura pela questão da criptografia e também por ser uma ferramenta mais nova", diz ele.

      Além de Alves e Almeida, o estudo também é assinado por Gabriel Magno, pesquisador de Ciência da Computação da UFMG, Marcos Gonçalves e Jussara Almeida, professores de Ciência da Computação da UFMG, e Humberto Marques-Neto, professor de Ciência da Computação da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas). 

(FONTE: Alessandra Monnerat, O Estado de S.Paulo - 12 de maio de 2019 - disponível em: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,politica-e-principal-assunto-das-fake-news-no-whatsapp,70002825358)

Sobre a palavra "ainda" (2° par.), é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    → Os autores da pesquisa identificaram ainda um aumento significativo nas conversas políticas com dados falsos perto das eleições. "Teve um pi co enorme. O momento político favoreceu a discussão com fake news no WhatsApp", disse um dos coautores do estudo, Josemar Alves, pesquisador de Ciência da Computação da UFMG.

    → temos um advérbio com matiz de adição, identificaram também....

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Questão feita pelo cão com chifres enormes.
  • e) é um advérbio que indica soma de informação.

     

    Na frase o ainda pode ser trocado por também!

     

    GAB: E

  • Erroneamente denominam o verbete "ainda" como advérbio, tendência que ilustra um erro crasso. Existem palavras na língua portuguesa que não pertencem à classe gramatical alguma, a exemplo de "ainda". Tais palavras são chamadas, a bem da verdade, de "palavras denotativas".

    Letra E

  • Bom dia a todos.

  • Palavras e locuções denotativas

    De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, serão classificadas à parte certas palavras e locuções -outrora consideradas advérbios- que não se enquadram em nenhuma das dez classes conhecidas. Dentre elas está a palavra "ainda" que faz parte da inclusão. Assim como: também, mesmo, até, ademais, além disso, de mais a mais....

    Ex. Eu também vou.

    Aqui falta tudo, até água.

    Resposta: E

    Fonte: Minigramática da Língua Portuguesa, Domingos Paschoal Cegalla.

  • E) Ainda substitui por também. SOMA OU ADIÇÃO.

  • Ainda e um adverbio de inclusão, pode ser substituído por Também, inclusive, além,...

    Embora os advérbios possam ser classificados em categorias adverbiais, deve-se atentar sempre ao sentido da sentença, isso quer dizer que um adverbio pode mudar a sua classificação dependendo de como este é empregado.

  • Quer revisar? Advérbios relacionados a soma:

    igualmente

    também

    assim

    outrossim

    do mesmo modo

    portanto

    igual

    idem

    realmente

    destarte

    semelhantemente

    identicamente

    atanazar

    assim sendo

    mais

    além disso

    do mesmo modo

    inclusive

    ademais de

    além de que

    etc.........

  • Não indica ênfase, mas adição de informação
  • Então o ainda está modificando o verbo identificaram? porque pelo que eu saiba o advérbio modifica o adjetivo, verbo e advérbio.

  • E

    é um advérbio que indica soma de informação.