SóProvas


ID
3045616
Banca
CETAP
Órgão
Prefeitura de Ananindeua - PA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I                                           O Emblema da Sirene.


      Um dos maiores especialistas em acidentes do mundo, o professor Charles Perow, da Universidade de Yale, diz que existem tragédias virtualmente inevitáveis, que decorrem de falhas de sistema. São o que ele chama de “acidentes normais". Praticamente impossíveis de antecipar, como um terremoto ao qual se segue um tsunami, são, por isso mesmo, os mais desafiadores. É possível, embora improvável, que o rompimento da barragem de Brumadinho, cuja causa ainda não foi esclarecida, venha a ser incluído na categoria dos “acidentes normais” precisam resultar em catástrofes com tamanhas perdas humanas. Aí, entra o descaso.

      Tome-se o exemplo das sirenes de Brumadinho. Depois do desastre de Mariana, que deixou dezenove mortos, a lei passou a exigir que as operadoras de barragens instalassem sirenes para alertar os trabalhadores e moradores das cercanias em caso de rompimento. Cumprindo a lei, a Vale instalou sirenes em Brumadinho e orientou a população sobre rotas de fuga e locais mais seguros para se abrigar. Acontece que, na tarde da sexta-feira 25, a sirene da barragem que se rompeu não tocou. A medida de segurança mais básica, e talvez a mais eficaz para salvar vidas, simplesmente não funcionou. Porquê?

      A assessoria de imprensa da Vale explica que a sirene não tocou “devido à velocidade com que ocorreu o evento”. Parece piada macabra, e não deixa de sê-lo, mas sobretudo descaso letal. Ou alguém deveria acreditar que a Vale instalou um sistema de alerta capaz de funcionar apenas no caso de acidentes que se anunciam cerimoniosamente a si mesmos, aguardam que sejam tomadas as providências de segurança e só então liberam sua fúria?

      O descaso não é órfão. É filho dileto de uma mentalidade que mistura atraso com impunidade. O atraso foi o que levou as empresas de mineração a ignorar as lições de Mariana. Pior: elas trabalharam discretamente, sempre nos bastidores, para barrar iniciativas que, visando a ampliar a segurança nas barragens ,as levariam a gastar algum tempo e algum dinheiro. A impunidade é velha conhecida dos brasileiros. Três anos depois, dos 350 milhões de reais em multas aplicadas pelo Ibama à Samarco, responsável pelo desastre de Mariana, a mineradora não pagou nem um centavo até hoje.

      Acidentes acontecem e voltarão a acontecer. Há os que decorrem de falha humana, os que resultam de erro de engenharia, os produzidos por falhas sistêmicas. Alguns são mais complexos do que outros. Nenhum deles, porém mesmo os inevitáveis "acidentes normais” de Perow, precisa ceifar tantas vidas. Eliminando-se o atraso e a impunidade, pode-se começar com uma sirene que toca. 

                                                                                  Fonte: Veja,16 de fevereiro de 2019.


Texto II  


    I

O Rio? É doce.

A Vale? Amarga

Ai, entes fosse

Mais leve a carga.

    II 

Entre estatais 

E multinacionais

Quantos ais!

    III.

A dívida interna

A dívida externa 

A dívida eterna

     IV

Quantas toneladas exportamos 

De ferro 

Quantas lágrimas disfarçamos 

Sem berro?

                                         Fonte: 1984, Lira Itabirana, Carlos Drummond de Andrade.

Em: “(...)dos 350 milhões de reais em multas aplicadas pelo Ibama à Samarco, o emprego do acento grave como exemplificado nessa estrutura se repetiria em:

Alternativas
Comentários
  • Quando vamos, sempre vamos a algum lugar. O verbo IR pede a preposição “a. O problema é que o nome do lugar aonde vamos às vezes vem antecedido de artigo definido “a”, às vezes não.

    Enquanto Brasília não admite artigo definido, a Bahia é antecedida do artigo definido “a.Isso significa que você “VAI À BAHIA” (=preposição “a” do verbo IR + artigo definido “a” que antecede a Bahia) e que você “VAI A BRASÍLIA” (=sem crase, porque só há a preposição “a” do verbo IR).

    Se você quer saber com mais rapidez se deve IR À ou A algum lugar (com ou sem o acento da crase), use o seguinte “macete”:

    Antes de IR, VOLTE.

    Se você volta “DA”, significa que há artigo: você vai “À”;

    Se você volta “DE”, significa que não há artigo: você vai “A”.

    Exemplos:

    “Você volta DA Bahia”     >     “Você vai à Bahia.”

    “Você volta DE Brasília”  >     “Você vai a Brasília.”

    Vamos testar o “macete” em outros exemplos:

    “Vou à China.” (=volto DA China)

    “Vou a Israel.” (=volto DE Israel)

    “Vou à Paraíba.” (=volto DA Paraíba)

    “Vou a Goiás.” (=volto DE Goiás)

    “Vou a Curitiba.” (=volto DE Curitiba)

    “Vou à progressista Curitiba.” (=volto DA progressista Curitiba)

    “Vou à Barra da Tijuca.” (=volto DA Barra da Tijuca)

    “Vou Botafogo.” (=volto DE Botafogo)

    No Rio de Janeiro, a linha 1 do nosso metrô é bem interessante: só ocorre crase num caso:

    “Vou à Tijuca.” (=volto DA Tijuca);

    “Vou a Ipanema.” (=volto DE Ipanema).

    É importante lembrar que este “macete” não se aplica a todos os casos de crase. Na verdade, ele resolve o problema das “viagens”: IR à ou a, DIRIGIR-SE à ou a, VIAJAR à ou a, CHEGAR à ou a ...

    Vamos testar o “macete”.

    “Uma estrada liga a Suíça a Itália; outra liga a Espanha a Portugal.”

    Em que “estrada” ocorre crase?

    Você acertou se respondeu a primeira. Por quê?

    Porque só há artigo definido antes da Itália. Observe o “macete”: “volto DA Itália” e “volto DE Portugal”. Portanto: “Uma estrada liga a Suíça à Itália; outra liga a Espanha a Portugal.”

     

    Vou à ou a Roma? Vou à ou a antiga Roma?

    O certo é: “Vou a Roma” e “Vou à antiga Roma”.

    Podemos usar o “macete” do verbo VOLTAR:

    “Volto DE Roma” e “Volto DA antiga Roma”.

    Observe que não há artigo antes de Roma. O artigo aparece se houver um adjetivo ou termo equivalente:

    “Vou a Paris.” (=volto DE Paris)

    “Vou à Paris dos meus sonhos.” (=volto DA Paris dos meus sonhos)

    “Vou a Porto Alegre.” (=volto DE Porto Alegre)

    “Vou à bela Porto Alegre.” (=volto DA bela Porto Alegre)

    “Vou a Londres.” (=volto DE Londres)

    “Vou à Londres do Big Ben.” (=volto DA Londres do Big Ben)

  • se vou à, volto Da, crase haverá; se vou a, volto DE, crase para quê?
  • Também usei o macete do Grande Noslen!

  • GABARITO: LETRA B

    → o grande "tchan" dessa questão é achar qual termo pede o artigo definido "a", para que, assim" podemos assinalar o acento grave:

    a) aplicadas pelo Ibama a Minas Gerais, → quem vai a Minas, volta DE Minas (somente preposição).

    b) aplicadas pelo lbama a Bahia. → quem vai a Bahia, volta DA Bahia (preposição "de" + artigo definido "a" → DA), temos o nosso artigo e a nossa resposta.

    c) aplicadas pelo Ibama a Belém. → quem vai a Belém, volta DE Belém (somente preposição).

    d) aplicadas pelo Ibama a Santa Catarina. → quem vai a Santa Catarina, volta DE Santa Catarina (somente preposição).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • DE - A

    DA -À

    DAS - ÀS

  • Vou à, volto da

    Vou a, volto de

    Quem nunca?

  • Aquele velho macete mata essa questão.

  • Estado de Minas Gerais.

    Estado da Bahia.

    Estado de Belém.

    Estado de Santa Catarina.

  • A questão versa sobre conhecimento da crase em especial a nome de LUGARES. Precisamos achar a única que se enquadra no mesmo exemplo que o trecho, ou seja que tem crase.

    Existe um esquema já antigo que quando volta DE ( não tem crase), volta DA ( tem crase). Isso acontece por uma explicação, pois o vacábulo DA é a união da "preposição" DE+ A "artigo", quando isso acontece sabemos que a palavra recebe um artigo feminino.

    aplicadas pelo Ibama à Samarco

    (Volta da Samarco).

    a) aplicadas pelo Ibama a Minas Gerais.

    Volta DE minas gerais (sem crase). INCORRETA.

    b) aplicadas pelo lbama a Bahia

    Volto DA Bahia (com crase). CORRETA

    Aplicadas pelo Ibama à Bahia.

    c) aplicadas pelo Ibama a Belém.

    Volto DE Belém ( sem crase). INCORRETA.

    d) aplicadas pelo Ibama a Santa Catarina.

    Volto DE Santa Catarina ( sem crase). INCORRETA.

    GABARITO B

  • A velha regra ,quem vai a ,crase há !

    quem vai de.....crase pra q ?

    Não desistam !!!!