Ao analisar os suicídios, Durkheim observou as taxas de suicídio dos países europeus. Pela sua permanência, compreendeu que toda sociedade estava disposta a oferecer um contingente de mortes voluntárias anualmente. Devido a essa manutenção da taxa de suicídio, dizia que no início de cada ano, os estatísticos eram capazes de apontar, com certa precisão, quantas pessoas se matariam naquele ano. A partir destas observações, o que o sociólogo francês pretendia era provar que a sociedade existia por si e possuía características próprias, independentes dos indivíduos. Durkheim não dizia que a sociedade independia do indivíduo, mas que era algo diferente e sendo diferente, possuía características próprias que poderiam ser estudadas, analisadas e descritas. Neste sentido, o suicídio era uma manifestação da sociedade e não uma ação meramente individual.
Foi a partir destes pressupostos que Durkheim estabeleceu quatro tipos de suicídio: Altruísta, Egoísta, Anômico e Fatalista [este desenvolvido apenas em uma nota de rodapé], diferenciando cada um a partir das relações construídas na sociedade. O autor percebeu que mudanças econômicas profundas, de prosperidade ou de crise, influenciavam na taxa de suicídio, assim como a religião, responsável por oferecer o elo de conexão entre os indivíduos. Para Durkheim, o estado civil também influencia a taxa de suicídio o que faz com que homens, solteiros, protestantes tendam mais ao suicídio do que mulheres, casadas e católicas. Dessa forma, Durkheim afastou as explicações geográficas, climáticas, genéticas, orgânicas e psicológicas para oferecer uma explicação sociológica para o fenômeno dos suicídios.
Em tal estudo, o autor aplicou "as regras do método sociológico", conforme havia apresentado e defendido em livro anterior com este nome, dotando, assim, a sociologia de uma prática metodológica que institucionalizou a disciplina enquanto ciência acadêmica.
Gabarito do professor: letra B.