SóProvas


ID
3076969
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Porto Velho - RO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            Queremos a infância para nós


      O mundo anda bem atrapalhado: de um lado, temos crianças que se comportam, se vestem, falam e são tratadas como adultos. Do outro, adultos que se comportam, se vestem, falam e são tratados como crianças. Pelo jeito, infância e vida adulta têm hoje pouco a ver com idade cronológica.

      Não é preciso muito para observar sinais dessa troca: basta olhar as pessoas no espaço público. É corriqueiro vermos meninas vestidas com roupas de adultos, inclusive sensuais: blusas e saias curtas, calças apertadas, meia-calça e sapatos de salto. E pensar que elas precisam é de roupa folgada para deixar o corpo explodir em movimentos que devem ser experimentados... Mas sempre há um traço que trai a idade: um brinquedo pendurado, um exagero de enfeites, um excesso de maquiagem, etc.

      Se olharmos as adultas, vestidas com o mesmo tipo de roupa das meninas descritas acima, vemos também brinquedos, carregados como enfeites ou amuletos: nos chaveiros, nas bolsas, nos telefones celulares, nos carros. Isso sem falar nas mesas de trabalho, enfeitadas com ícones do mundo infantil.

      Criança pequena adora ter amigo imaginário, mas essa maravilhosa possibilidade tem sido destruída, pouco a pouco, pelo massacre da realidade do mundo adulto, que tem colaborado muito para desfazer a fantasia e o faz-de-conta. Mas os legítimos representantes desse mundo, por sua vez, não hesitam em ter o seu. Ultimamente, ele tem sido comum e ganhou o nome de deus. Não me refiro ao Deus das religiões e alvo da fé. A ideia de deus foi privatizada, e cada um tem o seu, à sua imagem e semelhança, mesmo sem professar religião nenhuma.

      O amigo imaginário dos adultos chamado de deus é aquele com quem eles conversam animadamente, a quem chamam nos momentos de estresse, a quem recorrem sempre que enfrentam dificuldades, precisam tomar uma decisão ou anseiam por algo e, principalmente, para contornar a solidão. Nada como ter um amigo invisível, já que ele não exige lealdade, dedicação nem cobra nada, não é?

      E o que dizer, então, das brincadeiras infantis que muitos adultos são obrigados a enfrentar quando fazem cursos, frequentam seminários ou assistem a aulas? É um tal de assoprar bexigas, abraçar quem está ao lado, acender fósforo para expressar uma ideia, carregar uma pedra para ter a palavra no grupo, escolher um bicho como imagem de identificação, usar canetas coloridas para fazer trabalhos, etc.

      Mas, se existe uma manifestação comum a crianças e adultos para expressar alegria, contentamento, comemoração e afins, ela tem sido o grito. Que as crianças gritem porque ainda não descobriram outras maneiras de expressar emoções, dá para entender. Aliás, é bom lembrar que os educadores não têm colaborado para que elas aprendam a desenvolver outros tipos de expressão. Mas os adultos gritarem desesperada e estridentemente para manifestar emoção é constrangedor. Com tamanha confusão, fica a impressão de que roubamos a infância das crianças porque a queremos para nós, não?

            SAYÃO, Rosely. “As melhores crônicas do Brasil”. In cronicasbrasil.blogspot.com. 

O nome substantivo “criança”, sublinhado no fragmento “Criança pequena adora ter amigo imaginário” (4º §), do ponto de vista do gênero gramatical classifica-se como:

Alternativas
Comentários
  • Gab - C

    Sobrecomum - substantivo com 1 forma para masculino e feminino, quando se tratar de PESSOAS. Ex: a testemunha, a criança, a vítima, o indivíduo...

    Epiceno - substantivo com 1 forma para masculino e feminino, quando se tratar de ANIMAIS. Ex: a cobra macho/fêmea, o jacaré macho/fêmea...

    Comum de dois gêneros - 1 forma para masculino e feminino, porém muda o artigo definido. Ex: o/a cliente, o/a estudante...

  • GABARITO: LETRA C

    → “Criança pequena adora ter amigo imaginário”

    → temos um único substantivo que nomeia o sexo masculino e o sexo feminino: a criança (pode ser homem ou mulher), logo é um substantivo sobrecomum.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • sobrecomum> identificação se dá pelo contexto

  • SOBRECOMUM: uma só forma e gênero para ambos os sexos (masculino/feminino) e refere-se a pessoas. Ex.: a criança, o cônjuge, o indivíduo, a vítima, a personagem. Usa-se o mesmo artigo antes do substantivo. Dica: sobrecomum, comum p/ambos os sexos.

    COMUM DE DOIS GÊNEROS (comum de dois): uma só forma para ambos os sexos, mas não para o mesmo gênero. Ex.: a jornalista, o jornalista, a artista, o artista, o jovem, a jovem. Usa-se artigos diferentes antes do substantivo. Dica: comum de dois, dois artigos.

    EPICENO (promíscuo): uma só forma e gênero para ambos os sexos, mas exigem as palavras macho e fêmea para distinguir os gêneros (sexos) e refere-se a animais e insetos. Ex.: a cobra macho, a cobra fêmea, o jacaré macho, o jacaré fêmea.

    → Gênero: classe gramatical.

    → Sexo: classificação biológica.

  • C:

    SOGRECOMUM

    Substantivo sobrecomum nomeiam pessoas e apresentam um só gênero para o masculino e o feminino.

  • Sobrecomum - mesmo substantivo para feminino e masculino. Geralmente, pessoas.

  • Um substantivo comum de dois gêneros (frequentemente chamado simplesmente comum de dois) é um substantivo que tem dois valores de género/gênero possíveis, sendo que a escolha de um valor não tem consequências morfológicas (a palavra mantém-se inalterada independentemente do género) mas tem consequências sintácticas/sintáticas, pois este substantivo tem a capacidade de desencadear alterações morfológicas nas palavras que com ele concordam.

    Exs.: «o intérprete/a intérprete, o jurista/a jurista».

     

    Um substantivo sobrecomum é um substantivo que não admite contrastes de género/gênero, nem marcados morfologicamente nem marcados sintacticamente/sintaticamente, apesar de referir entidades de um e outro sexo. Ex.: «a pessoa, a criança, o indivíduo, o cônjuge, a testemunha, a estrela (de cinema)».

     

    Um substantivo epiceno é um substantivo que designa animais e que possui apenas um género/gênero gramatical, embora possa referir animais de ambos os sexos. Ex.: «a cobra, a águia, o jacaré, a onça, a foca». O género/gênero natural do animal a que um nome epiceno se refere pode ser desambiguado pela aposição de «macho» ou «fêmea» ao nome, sem concordância de género/género entre este e o elemento aposto: «uma cobra-macho, um gavião-fêmea». Por vezes, o termo «epiceno» é utilizado também para falar de nomes sobrecomuns.

  • SOBRECOMUM

    (a) criança: é "feminino", mas serve para os dois gêneros.

    Assim como: (o) cônjuge: é "masculina", mas serve para os dois gêneros.

  • Substantivo sobrecomuns são aqueles em que a flexão ocorre SEM a alteração do substantivo em si (crianças/crianços), tampouco do artigo que o acompanha - Ex: vida não existe vido/ o vida: sempre será a vida

  • Força meu povo.

    Epiceno é animal

    Comum de dois é compre 2 e pague 1

    O que paga uma só vez e vale por 2 é sobrecomum

    Bizu

  • Comum de dois gêneros - substantivos que apresentam uma só forma para o gênero masculino e o gênero feminino, sendo a distinção de gênero feita através dos artigos o, a, um, uma 

    Sobrecomum - substantivo uniforme, ou seja, que apresenta somente um termo para os dois gêneros (masculino e feminino). Ele é utilizado para nomear pessoas, por exemplo, a palavra "criança", utilizada para os dois gêneros: a criança menino; a criança menina.

  • Comum de dois gêneros = a estudante x o estudante

    Epicenos = designa animais: a cobra macho/fêmea; o jacaré macho/fêmea.

    Sobrecomum = designa pessoas: a criança (menino ou menina).