SóProvas


ID
3077101
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Porto Velho - RO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              Passagem pela adolescência


      "Filho criado, trabalho redobrado." Esse conhecido ditado popular ganha sentido quando chega a adolescência. Nessa fase, o filho já não precisa dos cuidados que os pais dedicam à criança, tão dependente. Mas, por outro lado, o que ele ganha de liberdade para viver a própria vida resulta em diversas e sérias preocupações aos pais. Temos a tendência a considerar a adolescência mais problemática para os pais do que para os filhos. É que, como eles já gozam de liberdade para sair, festejar e comemorar sempre que possível com colegas e amigos de mesma idade e estão sempre prontos a isso, parece que a vida deles é uma eterna festa. Mas vamos com calma porque não é bem assim.

      Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é. Na verdade, o fenômeno da adolescência, principalmente no mundo contemporâneo, é bem mais complicado de ser vivido pelos próprios jovens do que por seus pais. Vejamos dois motivos importantes.

      Em primeiro lugar, deixar de ser criança é se defrontar com inúmeros problemas da vida que, antes, pareciam não existir: eles permaneciam camuflados ou ignorados porque eram da responsabilidade só dos pais. Hoje, esse quadro é mais agudo ainda, já que muitos pais escolheram tutelar integralmente a vida dos filhos por muito mais tempo.

      Quando o filho, ainda na infância, enfrenta dissabores na convivência com colegas ou pena para construir relações na escola, quando se afasta das dificuldades que surgem na vida escolar - sua primeira e exclusiva responsabilidade -, quando se envolve em conflitos, comete erros, não dá conta do recado etc., os pais logo se colocam em cena. Dessa forma, poupam o filho de enfrentar seus problemas no presente, é claro, mas também passam a ideia de que eles não existem por muito mais tempo.

      É bom lembrar que a escola - no ciclo fundamental - deveria ser a primeira grande batalha da vida que o filho teria de enfrentar sozinho, apenas com seus recursos, como experiência de aprender a se conhecer, a viver em comunidade e a usar seu potencial com disciplina para dar conta de dar os passos com suas próprias pernas.

      Em segundo lugar, o contexto sociocultural globalizado atual, com ideais como consumo, felicidade e juventude eterna, por exemplo, compromete de largada o processo de amadurecimento típico da adolescência, que exige certa dose de solidão para a estruturação de tantas vivências e, principalmente, interlocução. E com quem os adolescentes contam para conversar?

      Eles precisam, nessa época de passagem para a vida adulta, de pessoas dispostas a assumir o lugar da maturidade e da experiência com olhar crítico sobre as questões existenciais e da vida em sociedade para estabelecer com eles um diálogo interrogador. Várias pesquisas já mostraram que os jovens dão grande valor aos pais e aos professores em suas vidas. Entretanto, parece que estamos muito mais comprometidos com a juventude do que eles mesmos.

      Quem leva a sério questões importantes para eles em temas como política, sexualidade, drogas, ética, depressão e suicídio, vida em família, vida escolar, violência, relações amorosas e fidelidade, racismo, trabalho etc.? Quando digo levar a sério me refiro a considerar o que eles dizem e dialogar com propriedade, e não com moralismo ou com excesso de jovialidade. E, desse mal, padecem muitos pais e professores que com eles convivem.

      Os adolescentes não conseguem desfrutar da solidão necessária nessa época da vida, mas parece que se encontram sozinhos na aventura de aprender a se tornarem adultos. Bem que merecem nossa companhia, não?

SAYÃO, Rosely. “As melhores crônicas do Brasil”. In cronicasbrasil.blogspot.com/ search/label/Adolescência. 

Sobre a sintaxe do período “Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é” (2º §) foram feitas algumas afirmações abaixo. Está INCONSISTENTE o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → queremos a alternativa INCORRETA:

    >>> “Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é” >>> temos o pronome relativo "que" retomando a ideia de "vida com os filhos adolescentes", o sujeito é o pronome indefinido "alguns" e não o pronome relativo "que";.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • ...que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor

    Sujeito é ALGUNS

    B)o pronome relativo “que” está em função de sujeito na oração subordinada adjetiva.ERRADA

    GABARITO B

  • a conjunção se, na frase em análise, não me exprimiu sentido de hipótese, mas de causa, equivalendo 'a visto que', 'considerando que', 'como'; e para reforçar isso o verbo não está na condicional (fosse/seria), o que uma hipótese exigiria no caso. Para ser uma hipótese, a frase deveria ter sido redigida dessa forma: “Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, FOSSE complexa e delicada, a vida deles também o SERIA”.

    Por favor, me corrijam se eu estiver enganada...

  • PARA MIM A "A" TAMBÉM ESTÁ ERRADA

    O "SE" ESTÁ DANDO IDEIA DE CAUSA

    JÁ QUE ...

  • “Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar ......"

    Que = os filhos adolescentes

    alguns teimam em considerar

    Alguns = Sujeito

    os filhos adolescentes, que alguns teimam

     

     

     

     

  • Gabarito B

    Oração subordinada adjetiva explicativa (entre vírgulas).

    O "que" retoma a vidas com os filhos adolescentes. O sujeito da nova oração que se forma é "Alguns".

    Porém, acho que a letra A também é inconsistente, visto que a meu ver ela exprime causa. Não consigo enxergar uma condição ali.

  • Gabarito: B

  • Mas a vida com filhos adolescentes é um porre mesmo, sem dúvidas.

  • Também acho que a alternativa À também está errada. Questão confusa!

  • As orações adj exercem função sintática de adj adnominal do adj. Relacionam - se a um nome da oração principal e são introduzidas por pronome relativo (que >> pode ser substituído por "os quais" e "as quais").

  • Pq a D não está errada?

  • LETRA D- A vida deles também o é...eu substituí por "isso" - a vida deles também é isso (complexa e delicada) ou seja o "O" é um pronome demonstrativo.

    LETRA A- Para quem está estudando RLM, temos o famoso SE---> ENTÃO ( condicional ) eu sempre faço as questões que aparece "se" para saber se é condicional como se fosse RLM. Se a frase começa com SE.........ENTÃO.....AQUILO

    ficou meio confuso mas espero ter ajudado, sempre que eu tenho esse raciocínio eu acerto!

  • Prezados, gabarito letra B. Confesso que errei, mas deixo aqui o que aprendi com os erros.

    A) a conjunção “se” exprime sentido condicional. - CORRETO. Tente substituir por outra conjunção condicional, e verá que se encaixa perfeitamente;

    B) o pronome relativo “que” está em função de sujeito na oração subordinada adjetiva - INCORRETA.

    "que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor"

    - Quem teima? Alguns (sujeito).

    C) a preposição “com” exprime sentido de companhia - CORRETA.

    -Se a vida (em companhia) com os filhos adolescentes (na companhia deles).

    D) na expressão “também o é”, a palavra “o” classifica-se como pronome demonstrativo, e é anafórico de “complexa e delicada” - CORRETA.

    -[...] é complexa e delicada, a vida deles também o é[...] Ou seja, A vida deles também é complexa e delicada.

    E) a expressão “a vida deles” exerce a função de sujeito na oração principal do período - CORRETA.

    -A vida deles também é complexa e delicada. Ou seja, o que é complexa e delicada? A vida deles - sujeito.

    //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

    OBS: Corrijam-me se eu estiver errado. Vejamos:

    - Quem teima? Alguns (sujeito).

    - Teima em que? Em considerar um fato aborrecedor (quando o verbo teimar está no sentido de "ensistir em", sua transitividade é indireta.

    - Em considerar o que? A vida com os filhos. Ou seja, Alguns teimam em considerar a vida com os filhos adolescentes um fato aborrecedor. Podemos classificar o excerto como objeto direto, pois ao meu ver, o verbo considerar está julgando a vida com os filhos um fato aborrecedor. É sabido que este verbo (considerar), quando no sentido de fazer julgamentos/julgar , é transitivo direto.

    Espero ter ajudado e bons estudos.