SóProvas


ID
3080602
Banca
FCC
Órgão
MPE-MT
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                              Linguagens
 
      Há muitas linguagens em nossa linguagem. Disse isso a um amigo, a propósito da diversidade de níveis de comunicação, e ele logo redarguiu:

      − Mas certamente você concordará em que haverá linguagens boas e linguagens ruins, melhores e piores.

      − Não é tão simples assim, respondi. Essa, como se sabe, é uma discussão acesa, um pomo da discórdia, que envolve argumentos linguísticos, sociológicos e políticos. A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos
envolvidos.
      As linguagens de uma notícia de jornal, de uma bula de remédio, de um discurso de formatura, de uma discussão no trânsito, de um poema e de um romance diferenciam-se enormemente, cada uma envolvida com uma determinada função. Considerar a pluralidade de discursos e tudo o que se determina e se envolve nessa pluralidade é uma das obrigações a que todos deveríamos atender, sobretudo os que defendem a liberdade de expressão e de pensamento
.

                                                                                    (Norton Camargo Pais, inédito)

Em relação às linguagens de que nos valemos, predomina no texto o argumento segundo o qual

Alternativas
Comentários
  • Interpretação de texto: o tema se repete na introdução (primeiro parágrafo) e na conclusão (último parágrafo).

    São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas diferentes partes, bem como a sequência das ideias.

    Coerência textual; significação do texto, e não mais dos elementos estruturais que o compõe. Ausência de incorência; princípios básicos: princípio da não contradição, Princípio da não tautologia, Princípio da relevância (fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas partes contenham certa coerência individual).

    Quebra de continuidade temática: quando não se faz a correlação entre uma e outras partes do texto (quebrando também a coesão).A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem avisar ao leitor.

    Quebra da progressão semântica: acontece quando não há introdução de novas informações para dar sequência a um todo significado (quem é o texto). A sensação do leitor é que o texto é demasiadamente prolixo; não chega ao objetivo.

    Abraços

  • gab: D

    O valor delas deve ser compreendido em função dos que as usam e das situações em que são mobilizadas.

    A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos envolvidos.

    Bons estudos.

  • GABARITO: LETRA D

    → justificativa da resposta: Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos envolvidos.

    → Ou seja, há uma enorme variação, depende de diversos pontos, entre eles quem é o falante e principalmente em que contexto esse falante está.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Por que a E está errada?

  • Fiquei na dúvida entre a D e a E. Acertei no chute. Questão passível de anulação.

  • Fui na D, mas confesso que vejo a E como correta tbm

  • Também demorei um pouco entre a D e a E, mas analisando um pouco mais eu entendi que realmente a D está correta, pelos motivos abaixo:

    D - o valor delas deve ser compreendido em função dos que as usam e das situações em que são mobilizadas.

    E - não há um critério objetivo pelo qual se possa minimamente avaliar o emprego eficaz ou ineficaz de qualquer uma delas.

    − Não é tão simples assim, respondi. Essa, como se sabe, é uma discussão acesa, um pomo da discórdia, que envolve argumentos linguísticos, sociológicos e políticos. A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos envolvidos.

       As linguagens de uma notícia de jornal, de uma bula de remédio, de um discurso de formatura, de uma discussão no trânsito, de um poema e de um romance diferenciam-se enormemente, cada uma envolvida com uma determinada função. Considerar a pluralidade de discursos e tudo o que se determina e se envolve nessa pluralidade é uma das obrigações a que todos deveríamos atender, sobretudo os que defendem a liberdade de expressão e de pensamento.

    (A alternativa diz que não há um critério objetivo para avaliar e o texto deixa claro os critérios, talvez a primeira parte que marquei não seja tão objetiva, mas a segunda com certeza é)

  • Por que não a letra E? Alguém sabe?

  • Gabarito D

    A)os parâmetros de julgamento devem ser fornecidos pelos especialistas que determinam a estrutura e o bom funcionamento delas.

    Os especialistas apenas analisam se a linguagem está cumprindo o seu papel, quando muito estudam o fenômeno da linguagem de forma científica, não cabendo a eles determinar certo/errado e fazer juízo de valor.

    B) o emprego indiscriminado delas deve-se ao fato de que estamos sempre confundindo as boas com as insuficientes.

    O texto em momento algum trata disso. Não existem linguagens objetivamente boas ou ruins, existem apenas discursos eficazes e não eficazes na transmissão de uma mensagem.

    C)elas são tão mais expressivas quanto mais alto é o nível de sofisticação cultural de quem as emprega.

    Extrapolação na interpretação, o texto não diz isso.

    D)o valor delas deve ser compreendido em função dos que as usam e das situações em que são mobilizadas.

    E)não há um critério objetivo pelo qual se possa minimamente avaliar o emprego eficaz ou ineficaz de qualquer uma delas.

    Há sim um critério objetivo, esse é "a eficácia na transmissão da mensagem".

    Gabarito D

    A)os parâmetros de julgamento devem ser fornecidos pelos especialistas que determinam a estrutura e o bom funcionamento delas.

    Os especialistas apenas analisam se a linguagem está cumprindo o seu papel, quando muito estudam o fenômeno da linguagem de forma científica, não cabendo a eles determinar certo/errado e fazer juízo de valor.

    B) o emprego indiscriminado delas deve-se ao fato de que estamos sempre confundindo as boas com as insuficientes.

    O texto em momento algum trata disso. Não existem linguagens objetivamente boas ou ruins, existem apenas discursos eficazes e não eficazes na transmissão de uma mensagem.

    C)elas são tão mais expressivas quanto mais alto é o nível de sofisticação cultural de quem as emprega.

    Extrapolação na interpretação, o texto não diz isso.

    D)o valor delas deve ser compreendido em função dos que as usam e das situações em que são mobilizadas.

    E)não há um critério objetivo pelo qual se possa minimamente avaliar o emprego eficaz ou ineficaz de qualquer uma delas.

    Há sim um critério objetivo, esse é "a eficácia na transmissão da mensagem".

  • Para quem caiu de paraquedas nessa questão que está cobrando sociolinguística, segue breve explanação abaixo.

    o presente texto apresenta duas visões opostas, o senso comum e a posição sociolinguística contemporânea.

    1)Senso Comum

     "− Mas certamente você concordará em que haverá linguagens boas e linguagens ruins, melhores e piores."

    O senso comum, acredita que a gramática normativa culta é a "correta", que existe um jeito "certo" de falar, que geralmente é a herança histórico/cultural/linguística de classes dominantes e poderosos. Pois os ricos e poderosos falam do jeito "correto".

    2) Posição sociolinguística

    "Não é tão simples assim, respondi. Essa, como se sabe, é uma discussão acesa, um pomo da discórdia, que envolve argumentos linguísticos, sociológicos e políticos. A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos envolvidos."

    A posição sociolinguística contemporânea é científica, e como tal não admite juízos de valor baseados em crendices e preconceitos. Noutras palavras, não há uma "linguagem correta", da mesma forma que existe a gramática da língua culta padrão existe a da língua não culta, gramática da língua urbana, da língua falada.

    Portanto, enquanto o senso comum (expresso pelo primeiro falante) defende um uso de linguagem certo ou errado geralmente calcado numa genealogia de valores de classes ricas e poderosas, o outro falante defende que não há um valor certo e errado nos diversos discursos, o valor ontológico e essencial da linguagem é comunicar e cada ambiente exige um nível de linguagem diferente.

    Por fim o texto defende essa visão sociolinguística na qual não há propriamente certo e errado no quesito da linguagem, considerar os vários tipos de linguagem é essencial para compreender os discursos, liberdade de expressão, etc.

    Referência:

    -BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: Novela Sociolinguística.

  • Letra D.

    Resposta em:

    - Não é tão simples assim, respondi. Essa, como se sabe, é uma discussão acesa, um pomo da discórdia, que envolve argumentos linguísticos, sociológicos e políticos. A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos envolvidos.

  • SOBRE A ALTERNATIVA E

    e) Não há um critério objetivo pelo qual se possa minimamente avaliar o emprego eficaz ou ineficaz de qualquer uma delas.

    No meu entendimento está errado, porque existe um critério que estabelece o uso da linguagem em determinadas situações que deve ser empregado.

    Próprio autor relata isso na seguinte passagem:

    As linguagens de uma notícia de jornal, de uma bula de remédio, de um discurso de formatura (...), cada uma envolvida com uma determinada função. Considerar a pluralidade de discursos e tudo o que se determina e se envolve nessa pluralidade é uma das obrigações a que todos deveríamos atender...

    BONS ESTUDOS!!!

  • Arthur Carvalho - Muito Obrigada! Qc devia remunerar você!

  • E) Em momento algum do texto o autor diz não haver parâmetros objetivos mínimos. Ele não nega, por exemplo, a existência de uma norma culta.

    Foi assim que eliminei essa alternativa.

  • O erro da letra E está na expressão minimamente. Em nenhum momento o autor nega que não a mínima possibilidade de se avaliar o emprego das linguagens.