SóProvas


ID
3083800
Banca
VUNESP
Órgão
UNICAMP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                              Página infeliz


      O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas principais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de lojas e com dívidas que parecem sem fim.

      Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos, anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.

      Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores. Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.

      O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro emprestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões.

      Com os atrasos nos pagamentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois anos.

      O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas. Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado, levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala o país.

      Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles não têm sido pagos.

      “O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse dinheiro não volta”, diz Paulino.

      “Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E para os pequenos? O que vai acontecer?”

      Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual governo – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.

      Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quando a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um florescimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as grandes redes.

                                                                                    (Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que completa, respectivamente e de acordo com a norma-padrão da regência, os segmentos:


O cenário de derrocada parece …

A Livraria Cultura …

Os editores pretendem …

Alternativas
Comentários
  • Assertiva d

    Divergir (de)

    Recorreu( a)

  • GABARITO: LETRA D

    A) divergir aos números de venda./ recorreu dos empréstimos bancários./ equiparar-se com o pujante mercado europeu. → divergir DE alguma coisa (dos números);

    B) divergir dos números de venda./ recorreu pelos empréstimos bancários./ equiparar-se pelo pujante mercado europeu. → recorrer a alguma coisa e não "por" algo.

    C) divergir com os números de venda./ recorreu dos empréstimos bancários./ equiparar-se no pujante mercado europeu.

    D) divergir dos números de venda./ recorreu a empréstimos bancários./ equiparar-se ao pujante mercado europeu. → equiparar-se a alguma coisa (preposição "a" + artigo definido "o"= ao).

    E) divergir os números de venda./ recorreu dos empréstimos bancários./ equiparar-se o pujante mercado europeu.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • haja repetição batman

  • A questão requer conhecimento acerca de regência verbal.

    O verbo divergir é transitivo indireto, exigindo a preposição de. (Quem diverge, diverge de algo ou de alguém.)


    O verbo recorrer, no sentido de pedir auxílio a alguém, é transitivo indireto, exigindo a preposição a.


    O verbo pronominal equiparar-se, no sentido de igualar-se a, é transitivo indireto, exigindo a preposição a.


    Diante disso, a única alternativa que completa, respectivamente e de acordo com a norma-padrão da regência, é a alternativa (D).



    Gabarito da professora: Letra D.

  • Banca papou o artigo definido "os" do gabarito da questão. Quanto a regência está tudo ok. Mas não tem nenhuma regra gramatical que abone omitir o "os" de "empréstimos bancários". É recorreu "aos" empréstimos bancários. Deveria ser anulada por erro gramatical.