SóProvas


ID
3083974
Banca
VUNESP
Órgão
UNICAMP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                      Página infeliz


      O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas principais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de lojas e com dívidas que parecem sem fim.

      Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos, anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.

      Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores. Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.

      O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro emprestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões.

      Com os atrasos nos pagamentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois anos.

      O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas. Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado, levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala o país.

      Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles não têm sido pagos.

      “O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse dinheiro não volta”, diz Paulino.

      “Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E para os pequenos? O que vai acontecer?”

      Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual governo – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.

      Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quando a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um florescimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as grandes redes.

                                                                  (Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui, correta e respectivamente, de acordo com a norma-padrão da concordância, as expressões em destaque na frase - Dívidas sem fim, prejuízos acumulados, além da crise econômica, provocaram a derrocada das redes livreiras.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → - Dívidas sem fim/infindáveis, prejuízos acumulados/que se acumulam, além da crise econômica, provocaram/tudo isso potencializou a derrocada das redes livreiras.

    → o quê é infindável? Dívidas infindáveis;

    → prejuízos que se acumulam: pronome relativo "que", o qual retoma um termo que está no plural "prejuízos", logo o verbo vai ao plural (acumulam);

    tudo isso potencializou → o verbo concordará com o aposto resumitivo "tudo": tudo potencializou;

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Gab. C

    Quando os sujeitos forem resumidos por nada, nada disso, tudo, tudo isso, ninguém... - o verbo concordará com o aposto resumidor.  Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

  • Infindáveis: Concordância Nominal de Número com a palavra Dívidas;

    Que se acumulam: Temos aqui uma Oração Subordinada Adjetiva Desenvolvida Restritiva, que substitui a mesma oração, que está REDUZIDA, no período referido na questão;

    Tudo isso potencializou: Aqui temos um aposto recapitulativo "tudo isso"; o verbo concorda com esse termo.

    Gabarito C

  • concorda com o resumitivo

  • Atenção QC, essa mesma questão foi cadastrada mais de uma vez no site.