Alternativas
A perspectiva de intenção de ruptura não se configura
como fruto da vontade subjetiva dos seus protagonistas.
Mais do que uma vontade singular, ela se expressou no
processo de laicização e diferenciação da profissão,
tendências e forças que percorreram e estruturaram a
sociedade brasileira naquele momento
As bases sociopolíticas da intenção de ruptura estavam
postas na democratização e no movimento das classes
exploradas e subalternas derrotadas no momento da
ditadura militar. Foi no período da autocracia burguesa que
se articularam as tendências da intenção de ruptura com um
conteúdo radicalmente reformador
A intenção de ruptura tinha um caráter político
escamoteado, suas ideias eram revestidas de determinações
técnicas, sendo de pouca influência em sua concepção o
movimento da produção intelectual universitária que buscava
enfrentar a realidade brasileira em prol da redemocratização
do país
Em seu processo de formulação, a intenção de ruptura
possuía um caráter ineliminável de cooptação de forças
entre as várias frações das classes sociais no Brasil, em
alguns momentos da história, continha um caráter de
oposição a autocracia burguesa, já próximo ao momento de
transição democrática, apresentou ideias de consenso e
associação da sociedade civil
Entendendo a trajetória da intenção de ruptura, é
somente quando a crise da autocracia burguesa vem à tona,
devido ao movimento efervescente da classe operária no
cenário político brasileiro formando novas dinâmicas de
resistências democráticas, que a perspectiva de intenção de
ruptura pode ir além das ações de militância e integrar as
discussões no âmbito acadêmico