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ID
3109612
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Nova Odessa - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Medo de injeção


      Descartes disse que o bom senso é a coisa mais bem repartida do mundo. Descartes estava errado também nisso. Visto que não faltam provas empíricas de que o bom senso não foi tão bem repartido assim.

      Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo. Assim que as notícias sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque, a porção mais ansiosa dos paulistas correu aos postos de saúde, provocando megafilas e espalhando um pouco de caos no sistema.

      Agora, esgotados os mais aflitos, autoridades sanitárias têm tido dificuldade para fazer com que o contingente mais desencanado da população se vacine. Pelos dados oficiais, apenas 50% do público-alvo foram imunizados. Por que a resistência?

      Minha hipótese é que ficamos mal-acostumados. Algumas décadas com um razoável arsenal de vacinas à disposição nos fizeram esquecer quão letais e devastadoras podem ser as epidemias que campanhas de imunização previnem. Hoje é preciso ir ao interior da África para ver uma criança com pólio e as mortes por sarampo se tornaram uma raridade, mas moléstias infecciosas foram, desde o surgimento da agricultura, um dos maiores assassinos da humanidade, perdendo apenas para a fome e superando em muito as guerras.

      A ciência, ao desenvolver imunizantes, mudou essa história. Extinguimos a varíola e reduzimos drasticamente os óbitos por doenças infecciosas em todo o mundo. A OMS estima que, hoje, vacinações previnam entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano. Daria para acrescentar mais 1,5 milhão de vidas poupadas, desde que a taxa de cobertura, atualmente estacionada nos 86%, melhorasse.

      Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspares quanto fundamentalistas islâmicos do interior da África e liberais da classe média alta dos países desenvolvidos uniram esforços para fazer campanhas contra a vacinação. Pior, há quem os ouça.

(Helio Schwartsman. Medo de injeção. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ colunas/ Acesso em 10.03.2018. Adaptado)

Considere os seguintes trechos do texto:


“Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo”.

“Assim que as notícias sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque,...”


Os termos em destaque nas frases podem ser corretamente substituídos, sem alteração do sentido, por

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? ?Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo?.

    ? ?Assim que as notícias sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque,...?

    ? queremos um significado sinonímico para ambos termos, sentido semelhante; dá para acertar somente pelo "recrudescimento" (significa agravo, aumento, refere-se ao agravo do surto, ao aumento); enquanto "eloquente" é algo que revela convencimento, persuasão, expressividade.

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  • uma dica: mesmo que o enunciado dê o que ele quer analisar, leia o texto em seu contexto até a parte que o enunciado quer que vc analise, na questão o "convincente" só será achado porque fora lido o paragrafo anterior e encaixou num contexto.