Questão 312460

• Banca: CESPE / CEBRASPE
• Órgão: TJ-ES
• Ano: 2011
• Provas: CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Pedagogia - Específicos
• Disciplina: Pedagogia
• Assuntos: Libâneo; Principais Autores

A pedagogia social crítica assume uma posição de síntese,
pois garante compreender o processo de conhecimento como
intervenção do sujeito no mundo objetivo e a modificação do
sujeito em decorrência de sua ação sobre esse mundo objetivo.
A introdução de conhecimentos não visa o acúmulo de informações,
mas uma reelaboração mental que se traduzirá em comportamentos
práticos, em uma nova perspectiva de ação sobre o mundo social,
levando efetivamente à passagem do individual ao social. Da
prática para a teoria, para regressar à prática.

José Carlos Libâneo. Psicologia educacional: uma avaliação crítica. In: S. T. M. Lane e W. Codo.
Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2001 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se
seguem, a respeito da relação entre escola e sociedade.

Por muito tempo na história da educação brasileira, as dificuldades de aprendizagem estiveram associadas a problemas socioeconômicos e culturais, enfrentados por crianças e jovens das classes desfavorecidas. Esse posicionamento continua sendo defendido pelas concepções críticas de educação.

• C. Certo
• E. Errado

Gabarito: E

Comentários

• A boa interpretação do texto já garantir a conlusão desta questão.

• Certo.

  Muitos estudiosos atribuem a dificuldade de aprendizagem às condições socioeconômicas e culturais. Por exemplo: a criança que não se alimenta bem, tem menos concentração e consequentemente, menos aprendizagem. Outro exemplo (desta vez, envolvendo os problemas culturais): uma criança que não tem condições de viajar, de ir ao teatro, tem menos visão de mundo e menos experiência de vida, o que pode vir a diminuir sua criatividade e consequentemente, sua aprendizagem fica deficitária, pois, o conhecimento envolve muito mais que a aprendizagem acadêmica, e sim todo o contexto sociocultural econômico do educando.

• Nesse sentido, o papel do educador como problematizador seria de alguém que provoca a reflexão crítica dos educandos a partir dos conflitos que caracterizam as situações do cotidiano. Ou seja, a partir do conhecimento que o educador traz, o aluno vai tendo uma relação mais ampla, mais contextualizada do mundo em que vivemos. É a reflexão, nesta perspectiva, que fará com que o educando desenvolva a consciência crítica, a consciência de que ele pode intervir e tem a capacidade de participar na transformação das relações que julguem necessárias. Mais ainda, a consciência crítica faz com que o estudante perceba o caráter histórico, cultural, dialógico das relações sociais e de suas relações com a sociedade, condição essencial para uma participação mais ativa e transformadora na sociedade.

  Segundo Lora (2005), no prefácio de uma das obras de Paulo Freire, na Conferência de Ministros da Educação, ocorrida na Venezuela, em 1971, uma ideia de educação libertadora e crítica era anunciada: “Toma corpo a ideia de uma educação libertadora que contribua para formar a consciência crítica” (p. 9).