SóProvas


ID
3129487
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Serrana - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        Uma amiga me disse que em alguns cursos da Universidade de Princeton o celular e o iPad foram proibidos porque os estudantes filmavam e fotografavam as aulas, ou simplesmente brincavam com joguinhos eletrônicos. A proibição do uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula numa das maiores universidades dos Estados Unidos e do mundo não é nada desprezível. O celular na palma da mão desconcentra o estudante e abole uma prática antiga: a caligrafia.
      Dos milenares hieróglifos egípcios gravados em pedra e palavras escritas em pergaminho à mais recente prescrição médica, a caligrafia tem uma longa história. Mas essa história – que marca uma forte relação da palavra com o gesto da mão – parece fenecer com o advento do minúsculo teclado e sua tela.
        Lembro uma entrevista radiofônica com Roland Barthes, em que o grande crítico francês dizia que as correções das provas tipográficas dos romances de Balzac pareciam fogos de artifícios. É uma bela imagem do efeito estético da caligrafia no papel impresso, da relação do corpo com a escrita, as letras que vêm da mão, e não da máquina. Quando pude ver essas páginas numa exposição de manuscritos, fiquei impressionado com a metáfora precisa de Barthes, e admirado com a obsessão de Balzac em acrescentar, cortar e substituir palavras e frases, e alterar a pontuação, como se a respiração e o tempo da leitura fossem – como de fato são – importantes para o ritmo da escrita.
       Mas há beleza também na caligrafia torta e hesitante de uma criança, numa carta de amor escrita a lápis ou à tinta, na mensagem pintada à mão no para-choque de um caminhão, nas paredes de banheiros públicos, no muro grafitado da cidade poluída, nada impoluta.
       Na mão que move a escrita há um gesto corporal atávico, um desejo da nossa ancestralidade, que a maquininha subtrai, ou até mesmo anula. Ainda escrevo alguns textos à mão, antes de digitá-los no computador. No trabalho diário de um jornalista, isso é quase impossível, mas na escrita de uma crônica, pego a caneta e o papel e exercito minha pobre caligrafia.
(Milton Hatoum. “Linguagem da mão”. https://oglobo.globo.com, 11.08.2017. Adaptado)

Uma possível interpretação para o trecho “… em alguns cursos da Universidade de Princeton o celular e o iPad foram proibidos porque os estudantes filmavam e fotografavam as aulas…” e que apresenta uma relação de causa por meio da expressão destacada pode ser encontrada em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    A) Mesmo que os estudantes filmem e fotografem as aulas, os aparelhos eletrônicos foram proibidos em alguns cursos. ? conjunção subordinativa concessiva, ideia de concessão e não causa.

    B) Não obstante os estudantes filmam e fotografam as aulas, a universidade decidiu proibir os celulares e o iPad em alguns cursos. ? conjunção subordinativa concessiva, ideia de concessão e não causa.

    C) Uma vez que os alunos estão filmando e fotografando as aulas, a universidade optou por proibir celulares e afins em alguns cursos. ? conjunção subordinativa causal; o fato de (causa) os alunos estarem filmando e fotografando as aulas faz com que (consequência) a universidade opte por proibir celulares e afins em alguns cursos.

    D) Ainda que os alunos registrem as aulas, a instituição preferiu proibir os aparelhos que podem ser usados para esse fim em alguns cursos. ? conjunção subordinativa concessiva, ideia de concessão e não causa.

    E) Enquanto os estudantes filmam e fotografam as aulas, a universidade decidiu que celulares e iPad estão proibidos em alguns cursos. ? conjunção subordinativa temporal, ideia de tempo e não causa.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • GABA c)

    Qual a causa da universidade optar por proibir celulares e afins em alguns cursos?

    R.: os alunos estarem filmando e fotografando as aulas.

  • Conjunções Causais: Pois, pois que, uma vez que, porquanto, desde que, porque, visto que, que, dado que, na medida que.

  • Correta, C

    O FATO DE FAZ COM QUE = CAUSA:

    Uma vez que os alunos estão filmando e fotografando as aulas, a universidade optou por proibir celulares e afins em alguns cursos.

    O fato de os alunos estarem filmando e fotografando as aulas, Faz com que a universidade opte por proibir celulares e afins em alguns cursos.

    Ademais, são também conjunções CAUSAIS:

    Pois, pois que, uma vez que, porquanto, desde que, porque, visto que, que, dado que, na medida que.

  • GAB. C

    Uma vez que os alunos estão filmando e fotografando as aulas, a universidade optou por proibir celulares e afins em alguns cursos.

  • C) Uma vez que os alunos estão filmando e fotografando as aulas, a universidade optou por proibir celulares e afins em alguns cursos. ? conjunção subordinativa causal; o fato de (causa) os alunos estarem filmando e fotografando as aulas faz com que (consequência) a universidade opte por proibir celulares e afins em alguns cursos.