MACETE.
Aprendi esse macete com a professora Junia Andrade em uma live para um certame da Prefeitura de Niterói.
Para acharmos rapidamente a tese de um texto devemos procurar a primeira oração em que o autor não expresse sua opinião e seja objetiva. Ou seja, não expresse dúvida, sentimento, opinião... Quando analisarmos tal oração, devemos perguntar aos verbos principais qual a tese central.
Como a alternativa pede o par que se considere a tese, temos:
Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos.
Observe que na passagem selecionada em verde, o autor não exprime sua opinião, ao contrário, é transcrito a resposta de Dennet. Além disso, é objetiva, pois não traz subjetividade.
Agora, devemos perguntar aos verbos a tese do texto.
Ele contou que (O que Dennet contou?) em 1980 se temia que (preocupação) a revolução do computador aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam (não teriam o quê?) acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos (informática).
Essa questão exige que o candidato entenda sobre interpretação de textos. É importante lembrar que quando estamos lendo um texto, é possível que termos se repitam com frequência. Isso acontece porque normalmente o texto está centrado em um tema específico, como ocorre nesse caso. Por isso, apesar do texto apontar argumentos e dados, devemos nos ater ao que está sendo solicitado no enunciado da questão. Para responder, precisamos entender quais são as ideias centrais. Para isso, podemos notar esses termos que se repetem, afinal, qual é o tema discutido?
Tomando essas informações como base, vamos à análise de cada opção:
Letra A: INCORRETA. Não existe menção a palavra verdade no texto. Por isso, devemos voltar ao que foi tratado para compreendermos somente aquilo que está sendo proferido pelo autor do texto. Sobre filosofia, igualmente, não há menção à filosofia, apesar da repetição da palavra filósofo, ligando o nome do pesquisador à sua profissão: "Ao filósofo americano Daniel Dennett". Por isso, essa opção está incorreta.
Letra B: INCORRETA. Novamente, não há no texto a palavra sorte. O autor descreve o que o filósofo acredita sobre tecnologia e a sua análise sobre o mundo contemporâneo, mas não trata sobre sorte. Quanto à riqueza, existe a referência à palavra em "reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela riqueza
de poucos.", mas ela sempre está conectada a uma outra ideia, que é o tema central do texto. Por isso, essa opção não está correta.
Letra C: INCORRETA. Não existe no texto uma referência exata à paraíso. No texto há uma metáfora para dizer que não era o melhor cenário que poderia existir, entretanto, a palavra não assume o significado dicionarizado: "Isso
é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso". Além disso, o autor cita a palavra planeta, mas ela não é a discussão central, até porque, apenas localiza a situação, "O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente", dando um sentido global às mudanças que estão ocorrendo nesse século. Por isso, essa resposta não está correta.
Letra D: CORRETA. Exatamente. O texto começa com a pergunta que guia o discurso, o filósofo dissertaria sobre preocupação e essa preocupação está intrinsecamente ligada à tecnologia: "os editores da
revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos preocupar?". No trecho: "se temia que a revolução do
computador aumentasse a distância entre os países ricos “do
Ocidente" e os países pobres, que não teriam acesso à nova
tecnologia e a seus aparelhos. A verdade é que a informática
criou fortunas enormes" perceba como tecnologia e preocupação estão conectados, formando o sentido original do texto. Por isso, essa opção está correta.
Letra E: INCORRETA. Apesar do verbo "criadas", ao final do texto, não existe a palavra "criatividade" no discurso. Quanto à imaginação, no trecho "como ninguém imaginaria há 40 anos.", o autor comenta sobre o pensamento das pessoas há 40 anos, mas não faz alusão à imaginação como potencial criador. Há no trecho uma negação, "ninguém imaginaria", ditando justamente o contrário do proposto pela opção. Por esse motivo, a opção está incorreta.
Gabarito do professor: Letra D.