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ID
314032
Banca
FCC
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A liberdade enriquece

A liberdade surge no oceano da economia, de onde se espraia para todos os lugares. Isso é o que imaginava Ludwig von Mises, o arquiteto mais destacado da escola austríaca de economistas neoclássicos. Ele estava errado: a liberdade nasceu no continente da política, mais propriamente como liberdade de expressão - o direito de imprimir sem licença. O parto deu-se pelas mãos do poeta e polemista John Milton, em 1644, no epicentro da Guerra Civil Inglesa entre o Parlamento e a Monarquia. Naquele ano, Milton publicou a Aeropagitica, fonte do mais clássico dos argumentos racionais contra a censura: os seres humanos são dotados de razão e, portanto, da capacidade de distinguir as boas ideias das más. Ludwig von Mises não errou em tudo; acertou no principal. Liberdade não é um artigo de luxo, um bem etéreo, desconectado da economia. A Grã-Bretanha acabou seguindo o caminho preconizado por Milton e se converteu na maior potência do mundo. Os Estados Unidos, com sua Primeira Emenda à Constituição - que proíbe a edição de leis que limitem a liberdade de religião, a liberdade de expressão e de imprensa ou o direito de reunião pacífica -, assumiram o primeiro posto no século XX. Liberdade funciona, pois a criatividade é filha da crítica.

(Trecho adaptado de Demétrio Magnoli. Veja, 22 de setembro de 2010, pp. 80-81)

Considerando-se o teor do texto, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • A - CORRETA. O texto aborda teorias sobre a liberdade para, no segundo parágrafo, apresentar o desenvolvimento econômico dos países que aderiram à liberdade de expressão, comunicação, etc.
    B - o texto em nenhum momento fala da influência de poetas e economistas sob influência de escolas estrangeiras
    C - não há defesa por inteiro. Basta notar que o parágrafo se inicia com: "Ludwig não errou em tudo[...]"
    D - a tese do poeta inglês não aborda aspectos econômicos.
    E - em nenhum momento se falou na política colonialista dos ingleses e norteamericanos (sem hífen no novo acordo ortográfico).

    Forte abraço.
  • O autor apóia-se em que "exemplos de sucesso"? Ele narra um acontecimento histórico, cujo ator principal era Milton. Não me parece um "sucesso" o posicionamento do poeta, e sim uma crítica à sociedade daquela época. É mais um manifesto do que um exemplo de sucesso, certamente. E a "c" me parece mais correta, pois o autor induz o leitor a pensar que o teórico austríaco estava "completamente errado", para depois dizer que ele "não estava tão errado assim". Ou seja, ele se contradiz, justamente para provocar uma tensão textual. Para mim C mais correta do que A.

    Valeu, bons estudos!
  • Então, Aníbal, acredito que o erro da C seja em ''defesa por INTEIRO''.

    E não é isso o que consta no texto: ''não errou em tudo. Acertou no principal...''
    Ou seja, o autor não está defendendo por INTEIRO (como diz a alternativa C) a opinião de Ludwig,
    mas só o principal, uma parte.

    Espero ter ajudado!!!