- ID
- 3147043
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- Prefeitura de Arujá - SP
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
No front da alfabetização, a rede municipal de educação
da cidade de São Paulo obteve conquista apreciável: 92%
dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano,
ante não mais de 77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano, quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a preconizar leitura e
escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base
Nacional Comum Curricular, esse objetivo foi antecipado para
o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia adotado
com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo,
que metas ambiciosas nada têm de incompatível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização, base de tudo que virá a seguir, um nível
alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os
descaminhos e a leniência do passado se fazem manifestar
nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas
padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas
de conhecimento. Quando concluem o quinto ano, final da
fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos
alcançam desempenho satisfatório em língua portuguesa.
Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do
fundamental 2, no nono ano, apenas 25% dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9%
nessa faixa de desempenho, respectivamente, nas áreas de
matemática e ciências naturais, o que torna fácil de entender
o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos
fundamentos do aprendizado – aalfabetização – houve avanço
em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país
ainda precisa fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)
A expressão “Uma ousadia”, que inicia o segundo parágrafo do texto, refere-se