SóProvas


ID
3155788
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Jales - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.



       Emoções são uma construção social. Essa é, numa frase, a tese central de Lisa Feldman Barrett em “How Emotions Are Made” (“Como são feitas as emoções”). Não haveria nada de surpreendente se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero, mas ela é uma neurocientista e afirma que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência empírica.

      O ponto forte do livro é justamente a parte em que Barrett mostra que há problemas nos modelos tradicionais que fazem com que cada emoção corresponda à ativação de um circuito neural específico. Por esse paradigma, emoções seriam universais e teriam uma assinatura biológica inconfundível.

      O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não as encontrou. Não temos dificuldade para reconhecer a emoção medo num ator fazendo uma careta estereotipada, mas isso não passa de uma convenção cultural. Nem todos que sentem medo apresentam as mesmas expressões faciais e nem sequer os mesmos sinais fisiológicos.

      A partir daí — e essa é a parte em que o livro fica aquém do que promete —, Barrett conclui que o modelo tradicional está errado e propõe outro no qual as emoções são construídas pelo cérebro no instante em que ele classifica as sensações positivas ou negativas que experimenta. A cultura e a própria linguagem seriam parte indispensável desse processo.

      Minha impressão é de que Barrett foi com muita sede ao pote. Seus achados fragilizam as versões mais fortes do modelo tradicional, mas não bastam para pôr abaixo um edifício construído com a colaboração da maior parte dos filósofos ocidentais, do próprio Charles Darwin e de um número ainda maior de neurocientistas contemporâneos. Até pode ser que Barrett tenha razão, mas ainda é cedo para decretá-lo.

(Hélio Schwartsman. “Como são feitas as emoções”. Folha de S.Paulo. 04.03.2018. Adaptado) 

Considere a frase do texto:

“O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não as encontrou.”

No que respeita à correspondência entre as formas verbais, de acordo com a norma-padrão, assinale a alternativa que completa a seguinte reescrita dessa frase.

O problema, diz Barrett, foi ela

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? O problema, diz Barrett, foi ela

    ? ter passado anos num laboratório em busca dessas assinaturas sem que as encontrasse.

    ? "foi" (=pretérito perfeito do indicativo); locução verbal "ter+particípio" e logo após a concordância correta no pretérito imperfeito do modo subjuntivo (encontrasse).

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A questão requer conhecimento acerca dos tempos e modos verbais, formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio; valor discursivo dos verbos e da correlação entre os tempos verbais.

    Os verbos destacados na frase “O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não as encontrou" estão conjugados no pretérito perfeito do modo indicativo. Isso quer dizer que ações exprimem um fato concluído ao momento em que se fala.
    Para manter a coerência do enunciado original, a reescrita que completa a frase “O problema, diz Barrett, foi ela..." deve manter as ações no passado. Além disso, a locução conjuntiva subordinativa modal sem que faz com que o verbo posposto a ela seja conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo.
    OBSERVAÇÃO!!! A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) não classificou as locuções conjuntivas subordinativas modais, porém tais locuções exprimem um valor semântico de modo.

    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – O erro já começa com a locução verbal “tendo passado" em que o verbo auxiliar “tendo" está na forma nominal gerúndio. O gerúndio representa um fato em curso sem situá-lo no tempo, ou seja, não é uma ação concluída. Logo, a reescrita não manteria o sentido do enunciado original.

    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – O erro está no tempo verbal da locução “teria encontrado", o verbo auxiliar “teria" está conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo, esse tempo exprime um fato futuro incerto ou hipotético, dependente de outro acontecimento, ou um fato futuro em relação a outro passado. Diante disso, a reescrita não manteria o sentido do enunciado original.

    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – O erro está no verbo “encontrara" conjugado no pretérito mais-que-perfeito, não há uma correlação verbal entre “haver passado...encontrara". Para manter o sentido, o verbo “encontrar" deveria estar conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo mantendo a coerência com a locução conjuntiva subordinativa modal sem que.

    ALTERNATIVA (D) CORRETA – A reescrita mantém as ideias expressas no passado, além de manter uma correlação verbal. Além disso, a locução conjuntiva subordinativa modal sem que deve manter coerência com o tempo verbal. Nesse caso, o mais coerente é o verbo posposto à locução ser conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo, conforme a reescrita.

    ALTERNATIVA (E) INCORRETA – O erro está no tempo verbal do auxiliar “tinha" na locução verbal “tinha encontrado". Está conjugado no pretérito imperfeito do modo indicativo, esse tempo exprime um fato inacabado no momento em que se fala. Logo, a reescrita não manteria o sentido do enunciado original.


    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (D).

  • não seria ENCONTRASSEM ?

  • Não, porque encontrasse concorda com o sujeito semântico "se".