SóProvas


ID
3163504
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto: Deveríamos viver a vida ou capturá-la?

    Um artigo recente no New York Times explora a onda explosiva de gravações de eventos feitas em smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.
    Todos são, ou querem ser, a estrela de sua própria vida, e a moda é capturar qualquer momento considerado significativo. Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways, em que as máscaras de oxigênio baixaram devido a um defeito mecânico. Se você se depara com a morte, por que não compartilhar seus momentos derradeiros com aqueles que você deixou?
    Há um aspecto disso tudo que faz sentido; todos somos importantes, nossas vidas são importantes, e queremos que elas sejam vistas, compartilhadas, apreciadas. Mas há outro aspecto que leva a um desligamento com o momento.
    Estarão as pessoas esquecendo de estar presentes no momento, espalhando seu foco ao ver a vida através de uma tela? Você deveria estar vivendo a sua vida ou vivendo-a para que os outros a vejam?
    Deve-se dizer, entretanto, que isso tudo começou antes da revolução dos celulares. Algo ocorreu entre o diário privado que mantínhamos chaveado em uma gaveta e a câmera de vídeo portátil. Por exemplo, em junho de 2001, levei um grupo de alunos da universidade de Dartmouth em uma viagem para ver o eclipse total do Sol na África. A bordo havia um grupo de “tietes de eclipse”, pessoas que viajam o mundo atrás de eclipses. Quando você vir um, vai entender o porquê. Um eclipse solar total é uma experiência altamente emocionante que desperta uma conexão primitiva com a natureza, nos unindo a algo maior e realmente incrível a respeito do mundo. É algo que necessita um comprometimento total e foco de todos os sentidos. Ainda assim, ao se aproximar o momento de totalidade, o convés do navio era um mar de câmeras e tripés, enquanto dezenas de pessoas se preparavam para fotografar e filmar o evento de quatro minutos.
    Em vez de se envolverem totalmente com esse espetacular fenômeno da natureza, as pessoas preferiram olhar para isso através de suas câmeras. Eu fiquei chocado. Havia fotógrafos profissionais a bordo e eles iam vender/dar as fotos que tirassem. Mas as pessoas queriam as suas fotos e vídeos de qualquer forma, mesmo se não fossem tão bons. Eu fui a outros dois eclipses, e é sempre a mesma coisa. Sem um envolvimento pessoal total. O dispositivo é o olho através do qual eles escolheram ver a realidade.
    O que os celulares e as redes sociais fizeram foi tornar o arquivamento e o compartilhamento de imagens incrivelmente fáceis e eficientes. O alcance é muito mais amplo, e a gratificação (quantos “curtir” a foto ou o vídeo recebe) é quantitativa. As vidas se tornaram um evento social compartilhado.
    Agora, há um aspecto que é bom, é claro. Celebramos momentos significativos e queremos compartilhar com aqueles com quem nos importamos. O problema começa quando paramos de participar completamente do momento porque temos essa necessidade de registrá-lo. O apresentador Conan O’Brien, por exemplo, reclamou que ele não pode mais nem ver o rosto das pessoas quando se apresenta. “Tudo que vejo é um mar de iPads”, ele disse. Algumas celebridades estão proibindo celulares pessoais durante os seus casamentos. Nick Denton, diretor da Gawker, disse a seus convidados: “Vocês podem dar atenção à sua presença virtual – e seus seguidores no Twitter e no Instagram – amanhã”.
    Nisso podemos incluir palestrar usando o PowerPoint ou o Keynote, como posso afirmar por experiência própria. Assim que uma tela iluminada aparece, os olhares se voltam a ela e o palestrante se torna uma voz vazia. Nenhum envolvimento direto é então possível. É por isso que eu tendo a usar essas tecnologias minimamente, para mostrar imagens e gráficos ou citações significativas.
Marcelo Gleiser
Disponível em: https://www.fronteiras.com/artigos/marcelo-gleiserdeveriamos-viver-a-vida-ou-captura-la

“... como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways” (2º parágrafo). A palavra “como” introduz expressão com valor de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways, em que as máscaras de oxigênio baixaram devido a um defeito mecânico. Se você se depara com a morte, por que não compartilhar seus momentos derradeiros com aqueles que você deixou?

    ? Temos uma conjunção subordinativa comparativa, ela traz a matiz semântica de exemplificação, marcando uma ideia de como o jornalista Scott Welsh se tornou viral, é uma exemplificação acerca da "explosão" causada pelos meios sociais.

    ? Planejamento Completo nos estudos grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost2

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Para quem teve dúvidas quanto à resolução

    Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways, em que as máscaras de oxigênio baixaram devido a um defeito mecânico.

    1º Interprete pelo texto:

    Similar ao vídeo feito pelo Jornalista.

    2º Perceba que por esta noção o vídeo do jornalista está sendo utilizado como um exemplo dos vídeos.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • exemplificação = conforme. Conjunção subordinativa conformativa.

  • Conjunções coordenadas explicativas: pois (antes do verbo), que (depois de imperativo), porque, já que, uma vez que, como. 

  • A questão quer saber o valor de "como" em “Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways”. Vejamos:

    Operadores argumentativos são elementos linguísticos responsáveis por indicar ou estabelecer a argumentatividade dos enunciados. Além das chamadas “palavras denotativas” ou “expletivas”, podem funcionar como operadores argumentativos alguns advérbios e conjunções. 

    A causa

    Operadores argumentativos com valor semântico de ADIÇÃO: ligam enunciados cujos argumentos apontam para uma mesma conclusão. São eles: e, nem, não só, além disso, ademais...

    B oposição

    Operadores argumentativos com valor semântico de OPOSIÇÃO: ligam enunciados com orientações argumentativas diferentes. São eles: mas, porém, contudo, embora...

    C justificativa

    Operadores argumentativos com valor semântico de JUSTIFICATIVA: introduzem enunciados que explicam/justificam o enunciado anterior, de forma a mostrar sua razão/motivação. São eles: pois (anteposto ao verbo), porque, que...

    D exemplificação

    Operadores argumentativos com valor semântico de EXEMPLIFICAÇÃO: introduzem enunciado que exemplifica algo dito anteriormente. São eles: como, por exemplo...

    Gabarito: Letra D