SóProvas


ID
316432
Banca
FCC
Órgão
TRE-RN
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 13 a 15 referem-se ao texto abaixo.
                                                       João e Maria
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
(...)
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Chico Buarque e Sivuca 

I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inadequado, pois os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado.
II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me a mão, os verbos grifados estão flexionados no mesmo modo.
III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora já não tinha medo e Acho que a gente nem tinha nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, será teríamos.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • II. Em "Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me a mão", os verbos grifados estão flexionados no mesmo modo. ( correto)

    Finja -  Presente do Subjuntivo (3a. pessoa)
    dê -  Presente do Subjuntivo ( 1a. pessoa)


    III. A gente agora já não tinha medo e Acho que a gente nem tinha nascido

    Nós agora já não tínhamos medo e acho que nós nem tínhamos nascido.
  • Na minha compreensão "Finja" e "dê" estão sim no mesmo modo, mas no modo Imperativo. Denotam ordem. Concordam?

  • Só esclarecendo o comentário do colega acima:

    Subjuntivo presente em função de imperativo

    Em português, o tempo imperativo é defectivo e só apresenta flexões de segunda pessoa. Quando o contexto da frase pede o modo imperativo mas a frase é negativa ou a concordância se faz em primeira ou terceira pessoa, usa-se o subjuntivo presente. Entenda melhor através do exemplo:

    Cumpre tua tarefa.
    Cumpri vossa tarefa.

    Cumpra sua tarefa.
    Cumpramos nossa tarefa.
    Cumpram sua tarefa.
    Não esqueças de tua tarefa.
    Não esqueça de sua tarefa.
    Não esqueçamos de nossa tarefa.
    Não esqueçais de vossa tarefa.
    Não esqueçam de sua tarefa.

    Observe que apenas os verbos em negrito estão flexionados no tempo imperativo. Os demais apresentam as flexões do subjuntivo presente, embora as características sintáticas e semânticas sejam semelhantes em todas as frases dadas.

    Na variante culta, são inaceitáveis frases como:

    * Cumpras tua tarefa.
    * Cumprais vossa tarefa.

    No entanto, são aceitáveis:

    Ordeno que cumpras tua tarefa.
    Ordeno que cumprais vossa tarefa.

    É comum encontrar prescrições em gramáticas normativas chamando a atenção para inaceitabilidade de frases em primeira pessoa singular do subjuntivo presente com característica própria ao imperativo como a seguir:

    * Cumpra eu a tarefa.

    A limitação, nesse caso, é semântica, dada a improbabilidade de o falante emitir uma ordem para si mesmo, no entanto, não se se trata de limitação morfossintática.

    Espero ter ajudado.

    Bons Estudos!


     



  • Apenas, se possível, um esclarecimento acerca do termo "VOSSA". O mesmo não deverá ser usado apenas como pronome de tratamento?
    Ex: Solicito a Vossa Senhoria... Vossa Magestade... Vossa Excelência. Foi assim que aprendi nos cursinhos, que não se deve usar o termo como foi usado no exemplo dado no comentário acima.

    Grato
  • Caro colega,
    vc está confundindo o pronome de tratamento (Vossa) com o pronome possessivo (vossa).
    Que no caso em tela está para a palavra "SUA", por isso está concordando com "TAREFA". É muito comum essa troca. 
    Os cursinhos dão essa dica para que vc grave pelo menos a regra geral do pronome de tratamento. 
    Vou tentar explicar melhor:
    Qual das duas formas a seguir seria correta:


    Vossa Senhoria deve expor seu projeto
                             ou
    Vossa Senhoria deve expor vosso projeto?

     Vossa Senhoria é pronome de tratamento e pertence sempre à 3ª pessoa. "Vosso" seria correto se estivesse combinado a "vós".

    Ex: Vós deveis apresentar vosso projeto.

    Há uma dica para facilitar a compreensão:
    Pensando na palavra "você", que também é pronome  de tratamento da 3ª pessoa, como diria:

    Você deve expor seu pensamento ou Você deve expor vosso pensamento?

    Logo, a alternativa correta é a primeira.

    Espero ter ajudado.
    Bons Estudos!
  • Alguém poderia esclarecer a letra a??
  • Encontrei em um site www.contarhistorias.com.br essa explicação:
     
    “Um professor de Português poderia explicar gramaticalmente para seus alunos a frase “Agora eu era o herói”? Impossível na gramática, possível na poesia.
     
    “Era uma vez” é uma frase com tempo verbal compartilhado pelas histórias popu­lares, pelas crianças pequenas que se reúnem para brincar (“Faz de conta que eu era a mãe e você era o pai, tá?”) e pelos artistas. Um tempo que não cabe na história temporal, datada cronologicamente, como o do ontem ou do amanhã”
  • Encontrei esta resposta no Formspring do prof. Diego Raigorodsky:


    "Considero errada, pois quando estamos falando do passado, principalmente, quando temos um envolvimento emocional com ele, podemos falar dele como se fosse presente, constante, pois, de certo modo, é como se nos transportássemos para ele. Por isso o uso do "agora"."

  • Analisei da seguinte forma para acertar a questão (não sei se é a forma mais correta):
    I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inadequado, pois os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado.
    Falso. Os verbos no pretérito imperfeito não indicam a certeza de um fato acontecido, sendo assim chamado este tempo verbal de pretérito imperfeito, pois não se refere a um conceito situado perfeitamente num contexto de passado; dá idéia de continuidade.

    II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me a mão, os verbos grifados estão flexionados no mesmo modo.
    Verdade. Ambos estão no imperativo afirmativo:
    Verbo fingir:
    Finge tu (pres. do indicativo)
    Finja você (pres do subjuntivo)
    Finjamos nós (pres do subjuntivo)
    Fingi vós (pres. do indicativo)
    Finjam vocês (pres do subjuntivo)

    Verbo dar:
    Dá tu(pres. do indicativo)
    você (pres do subjuntivo)
    Dêmos nós (pres do subjuntivo)
    Dai vos(pres. do indicativo)
    Deem vocês (pres do subjuntivo)

    III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora já não tinha (pretérito imperfeito do indicativo) medo e Acho que a gente nem tinha (pretérito imperfeito do indicativo) nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, será teríamos.
    Falso. O verbo teríamos esta conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo. O correto seria empregar o verbo  tínhamos (pretérito imperfeito do indicativo) 


    Se minhas observações estiverem erradas, por favor corrijam-me!

    Bons estudos

  • LILIAN, ADOREI A DICA SOBRE O ÍTEM 1. Confesso que ainda não tinha ouvido falar sobre isso. abraço
  • No item I eu interpretei da seguinte forma:
    -Eu sempre fui o herói (ideia de continuidade)
    -Agora eu não sou mais o herói
    Portanto, no presente momento (Agora) eu era o herói (do passado)
    Talvez isso complemente o que a Lilian disse...espero ter ajudado!
  • Pessoal Realmente o Pretérito IMerfeito é aquele que se coloca a palavra ´= ENQUANTO na frente do verbo para conjuga-lo, diz respeito a uma ação ROTINEIRA do passado.
    Entretanto ainda existe dentro do Pretérito Perfeito (ação rotineira) duas outras classificações que a FCC já cobrou em prova que VALE salientar.
    Existe a ação rotineira no passado IMPRECISA e a PRECISA.

    IMPRECISA:

    É aquela que não se estabelece dentro da oração um tempo determinado para início e fim.
    Eu estudava quatro horas por dia. - Aqui percebe-se pelo tempo verbal que a ação ocorreu rotineiramente dentro de um passado.

    PRECISA
    É aquela que se consegue identificar dentro do passado o tempo que ocorreu aquela ação.
    Durante um ano eu estudava quatro horas por dia.


    Então nota-se que as duas orações demonstram ações ocorridas, rotineiramente, dentro do passado; mas a primeira não se pode ter precisão do tempo (início e fim).

    Bons estudos amigos!

    Anderson Cardoso
  • Sempre desconfie de uma alternativa que insinue dizer que Chico Buarque é indequado.
  • Veja o comentário de cada frase nas palavras do Prof. Décio Terror.
    A frase I está errada, porque, na música, “agora” é um advérbio de tempo, o qual marca um determinado momento do passado. Este advérbio é usado normalmente com ideia de tempo presente, porém houve esta mudança de valor justamente porque os verbos estão no pretérito imperfeito do indicativo (“era”, “falava”, etc.).
    A frase II está certa, porque os verbos “Finja” e “dê” estão no modo imperativo afirmativo.

    A frase III está errada porque a primeira pessoa do plural do verbo “tinha” é “tínhamos” (pretérito imperfeito do indicativo). O verbo colocado na questão (teríamos) está no futuro do pretérito do indicativo.
    Bons estudos

  • Comentando apenas o item I, para complementar o que já foi dito pelos colegas: o advérbio agora tem como um de seus significados a ideia de "nesse (ou naquele) instante, momento, tempo etc.", segundo o dicionário Houaiss, que dá um exemplo bem semelhante à construção do item: esgotara suas energias, a. só queria descansar.