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Cientistas estudam forma de "curar" o envelhecimento
Um dos mitos da Grécia Antiga, que remonta a 700 a.C.,
conta a história de amor de Eos, a deusa do amanhecer, e
Titono, irmão mais velho do rei de Troia. Eos se apaixonou
por Titono e pediu ao deus Zeus que concedesse a ele a
imortalidade dos deuses. Mas se esqueceu de pedir eterna
juventude. Titono viveu por anos a fio, definhando, esquecido
pela própria Eos, que o trancou em um quarto escuro até que,
finalmente, ele se transformou em uma cigarra.
Alguns milênios depois, a longa busca da humanidade
pela vida e juventude eternas ganha contornos científicos. O
primeiro laboratório biomédico dos Estados Unidos dedicado inteiramente a pesquisar o envelhecimento foi criado em
1999 em São Francisco, a poucos quilômetros do Vale do Silício, com a missão de acabar com as doenças relacionadas
à passagem do tempo.
Mas é a Fundação SENS, criada em 2009 pelo cientista
da computação inglês Aubrey de Grey, entre outros nomes,
que desperta as maiores polêmicas na comunidade científica.
Na visão de Grey, o envelhecimento deve ser tratado como
um fenômeno simples, e nosso corpo visto como uma máquina ou uma engenhoca que pode ser consertada. “O motivo
de termos carros que ainda rodam após cem anos é o fato de
eliminarmos os estragos antes mesmo de as portas caírem.
O mesmo vale para o corpo humano”, afirma o britânico.
Para desenvolver seu modelo de pesquisa, Aubrey de
Grey olhou para os principais processos que levam ao envelhecimento conhecidos hoje, como perda e degeneração das
células. Para ele. basta tratá-los e pronto: nossos problemas
de saúde que surgem com a idade acabariam. “Não haveria limite, assim como não há limite para os carros funcionarem. Morreríamos somente de causas que não têm a ver
com quanto tempo atrás nascemos. Impactos de asteroides,
acidentes etc.”, diz.
(Marília Marasciulo. Galileu. https://revistagalileu.globo.com ,
30.07.2019. Adaptado)
Uma forma verbal que expressa uma hipótese está destacada em: