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ID
3193561
Banca
FCC
Órgão
Câmara de Fortaleza - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão. 


         No livro A velhice, Simone de Beauvoir não apresenta muitas alternativas para construir um olhar positivo sobre a última fase da vida. Ela tem como propósito fundamental denunciar a conspiração do silêncio e revelar como a sociedade trata os velhos: eles costumam ser desprezados e estigmatizados. Apesar de ter consciência de que são inúmeros os problemas relacionados ao processo de envelhecimento, quero compreender se existe algum caminho para chegar à última fase da vida de uma maneira mais plena e mais feliz. Encontro na própria Simone de Beauvoir a resposta para esta questão. Ela sugere, nas entrelinhas de A velhice, um possível caminho para a construção de uma “bela velhice”: o projeto de vida.

       No Brasil temos vários exemplos de “belos velhos”: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Mato grosso, Chico Buarque, Marieta Severo, Rita Lee, entre outros. Duvido que alguém consiga enxergar neles, que já chegaram ou estão chegando aos 70 anos, um retrato negativo do envelhecimento. São típicos exemplos de pessoas chamadas “sem idade”.

       Fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo “Seja um velho!” ou qualquer outro rótulo que sempre contestaram. São de uma geração que transformou comportamentos e valores de homens e mulheres, que inventou diferentes arranjos amorosos e que legitimou novas formas de família. Esses “belos velhos” inventaram um lugar especial no mundo e se reinventam permanentemente. Continuam cantando, dançando, criando, amando, brincando, trabalhando, transgredindo tabus. Não se aposentaram de si mesmos, recusaram as regras que os obrigariam a se comportar como velhos. Não se tornaram invisíveis, infelizes, deprimidos. Eles, como tantos outros “belos velhos”, rejeitam estereótipos e dão novos significados ao envelhecimento. Como diz a música de Arnaldo Antunes, “Somos o que somos: inclassificáveis”.

       Desde muito cedo, somos livres para fazer escolhas. “A liberdade é o que você faz com o que a vida fez com você”. Esta máxima existencialista é fundamental para compreender a construção de um projeto de vida. O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida, pois a ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha e da responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias.  

(Adaptado de: GOLDENBERG, Mirian. A bela velhice. Record. edição digital) 

De acordo com a máxima existencialista (4º parágrafo),

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Desde muito cedo, somos livres para fazer escolhas. ?A liberdade é o que você faz com o que a vida fez com você?. Esta máxima existencialista é fundamental para compreender a construção de um projeto de vida. O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida, pois a ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha e da responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias.  

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  • Desde muito cedo, somos livres para fazer escolhas. “A liberdade é o que você faz com o que a vida fez com você”. Esta máxima existencialista é fundamental para compreender a construção de um projeto de vida. O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida, pois a ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha e da responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias.  

    LETRA C

  • Essa questão trata sobre a interpretação do texto e aborda, especificamente, o termo "máxima existencialista" presente no quarto parágrafo. Cabe ressaltar que, para a melhor análise das opções, é necessário que compreendamos alguns itens deste texto. São eles:

    1- A autora defende que existe um projeto para o envelhecimento;
    2- O texto é uma defesa do processo de envelhecimento como algo positivo;
    3- Para a autora, todos nós podemos escolher, em qualquer fase da vida, como iremos envelhecer.

    Sabendo disso, vamos analisar as opções para uma escolha mais embasada da opção correta:

    Letra A: INCORRETA. Dizer que a liberdade de escolha é subjetiva, significa acreditar que a autora tem uma opinião infundada (pois baseada apenas na sugestão) do que seria a velhice. Como pode ser comprovado pelo texto, a autora usa de recursos argumentativos como exemplos e registro de autoridade para atestar a sua opinião. Por isso, essa opção não está correta.

    Letra B: INCORRETA. Logo no quarto parágrafo, a autora se refere ao projeto de vida como "O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida.", neste caso, o trecho comprova que o referido projeto pode ser construído e modificado em qualquer fase da vida, ideia conflitante à obrigação "deve traçar já na infância" exposta pela opção.

    Letra C: CORRETA. Essa opção está correta em relação ao texto. De acordo com o quarto parágrafo, a máxima existencialista “A liberdade é o que você faz com o que a vida fez com você" defende justamente a liberdade de escolha de ação durante a vida.


    Letra D: INCORRETA. Os vocábulos "predeterminado" e "imutável" já sugerem o oposto do que foi proferido pela autora ao longo do texto. No trecho "a ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha", por mais que existam influências externas, segundo o texto, "somos livres para fazer escolhas".

    Letra E: INCORRETA. Essa opção oferece uma continuidade ao argumento que não está de acordo com o proferido pela autora. No caso, ao descrever que os acontecimentos de uma existência humana "ocorrem independentemente da escolha pessoal", a opção limita o poder libertador de escolha e responsabilidade registradas no quarto parágrafo.

    Resposta: Letra C.