Gabarito D.
Fundamentado na ideia de tornar os governos mais eficientes e mais transparentes na utilização dos recursos públicos, e mais eficazes no resultado de suas ações, surgiu nos Estados Unidos a ideia de “reinventar o governo”. O empreendedorismo público teve como fonte de inspiração o livro Reinventando o governo, de David Osborne e Ted Gaebler.
O empreendedorismo se apresenta como uma forma de melhorar os governos. Não se deve governar uma nação como quem administra uma organização privada, visto que os governos são gestores públicos e não empresários, mas isso não impede que os governos e demais gestores públicos se tornem empreendedores. Para José Pereira (2008), “o esforço para criar uma cultura empreendedora na Administração Pública é um fator-chave para a elevação da gestão pública no Brasil, em termos de resultados e qualidade dos serviços públicos ofertados”.
Cultura empreendedora é aquela que favorece/dissemina a formação de um “espírito empreendedor”; que favorece/dissemina a busca pela inovação, pelo aperfeiçoamento, e pelo melhor modo de se fazer as coisas do dia a dia. Para criar essa cultura é essencial que “os dirigentes aprovem o comportamento empreendedor e reconheçam a importância da proatividade e da inovação em suas organizações” (Eliana Pessoa; Kelly Oliveira, 2006).
Diferentemente do governo burocrático, que se preocupava em atender aos seus interesses, o governo empreendedor é aquele que pertence à comunidade, que se volta para o atendimento das necessidades dos cidadãos. Surge como uma proposta de solução para os problemas públicos da sociedade pós-industrial. Busca novas formas de utilizar os recursos que resultem em mais eficiência, e caracteriza-se por decidir e coordenar mais, deixando a maior parte da execução a cargo dos demais atores.
O governo empreendedor adota uma gestão moderna – coordenada, compartilhada, descentralizada –, aberta à participação e ao trabalho em equipe, em que a iniciativa e a pró-atividade são incentivadas com vistas à criação de valor para os usuários dos serviços e para a própria gestão pública. Procura unir valores como orientação para a missão e para os objetivos, com formas modernas de administrar focadas no cliente-cidadão e nos resultados, além de apregoar a motivação dos servidores mediante incentivos.
(PALUDO: 2013 pág. 309)
Para Guimarães (2000, p. 127) o grande desafio para a nova administração pública “é como transformar estruturas burocráticas, hierarquizadas e que tendem a um processo de insulamento em organizações flexíveis e empreendedoras”.
É a partir da relação cidadão/servidor que é percebida a qualidade da gestão pública. Dessa forma, indivíduos motivados, reconhecidos, capacitados e bem remunerados são capazes de prestar continuamente um bom serviço à sociedade
Guimarães (2000, p. 130) afirma que “as organizações públicas devem passar por um processo de racionalização organizacional (...) na qual o modelo de gestão, baseado na hierarquia, cede lugar a um novo modelo fundamentado na flexibilidade, da qual a abordagem das competências é um dos componentes”.
Fonte: http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/7771/Camila%20Rodrigues.pdf?sequence=1