Essa
questão exige que identifiquemos a alternativa correta sobre os “fundamentos epistemológicos e políticos da
relação entre escola e conhecimento", segundo a obra “A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos",
de autoria de Mario Sergio Cortella.
SINTETIZANDO O CONTEÚDO COBRADO:
Vejamos
as palavras do autor:
Quando
um educador ou uma educadora nega (com ou sem intenção) aos alunos a compreensão das condições culturais,
históricas e sociais de produção do conhecimento, termina por reforçar a
mitificação e a sensação de perplexidade, impotência e incapacidade cognitiva.
[...]
O
conhecimento é fruto da convenção, isto é, de acordos circunstanciais que não
necessariamente representam a única possibilidade de interpretação da
realidade.
[...]
Assim,
a criação e recriação do conhecimento na escola não está apenas em falar sobre
coisas prazerosas, mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as
coisas; ou seja, quando o educador exala gosto pelo que está ensinando, ele
interessa nisso também o aluno.
[...]
Essa
é a razão básica pela qual o ensino do conhecimento científico precisa reservar
um lugar para falar sobre o erro; o conhecimento é resultado de processo e este
não está isento de equívocos, isto é, não fica imune aos embaraços que o
próprio ato de investigar a realidade acarreta.
RESOLVENDO A QUESTÃO:
Com
base nas informações acima expressas, podemos concluir que a única alternativa correta
é a “letra A": “No processo de ensino, é
fundamental que o professor garanta aos alunos a compreensão das condições
culturais, históricas e sociais de produção do conhecimento". Vale dizer,
como a ação de negar a compreensão das condições de produção do conhecimento
gera consequências negativas (perplexidade, impotência e incapacidade
cognitiva), então é fundamental que o professor garanta aos educandos tal compreensão.
Analisemos
cada uma das demais alternativas.
B)
Na escola, o conhecimento deve ser transmitido, produzido e reproduzido na
forma neutra e objetiva, uma vez que as relações de poder e a mudança
cultural não interferem no cotidiano escolar.
Errada! O conhecimento é construído com base
em variáveis históricas, sociais e culturais, portanto ele não é neutro; sendo
assim, interfere no cotidiano escolar.
C) O
ensino do conhecimento científico deve valorizar o processo linear e sem
equívocos de sua construção. O erro e a ciência são dimensões opostas do
conhecimento.
Errada! Para o autor, o conhecimento é
resultado de processo e este não está isento de equívocos, isto é, não fica
imune aos embaraços que o próprio ato de investigar a realidade acarreta.
D) O
conhecimento na escola precisa referir-se a coisas prazerosas da
realidade em que o aluno está inserido, sem que necessariamente seja uma
temática apreciada pelo professor.
Errada! Para Cortella, a criação e recriação
do conhecimento na escola não está apenas em falar sobre coisas prazerosas,
mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as coisas. Além disso, as
temáticas necessitam ser apreciadas pelo professor.
E)
Os conhecimentos refletem uma convenção, ou seja, acordos que representam a única possibilidade de interpretação
e atuação social, na escola e na vida.
Errada! Não há necessariamente apenas uma
possibilidade de interpretação e atuação social, isso, tanto na escola quanto
na vida.
Gabarito do professor: Letra A.