SóProvas


ID
3215752
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
FERSB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Alcoolismo leva à perda da inteligência emocional

                   Falta da habilidade em reconhecer emoções impossibilita

                reação adequada do dependente de álcool ao seu ambiente


      “Anestesiar o coração” e “afogar as mágoas” são expressões que dizem mais do que se imagina quando o assunto é alcoolismo. Pesquisa de equipe da Saúde Mental da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP confirma dificuldades de dependentes de álcool em reconhecer emoções.

      Responsável pelo estudo, a psicóloga Mariana Donadon avaliou vítimas de alcoolismo em tratamento ambulatorial no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e comparou com pessoas saudáveis. Após entrevistas e testes específicos, como uma tarefa computadorizada de reconhecimento de expressões faciais de emoção, verificou que, além de sofrerem mais com depressão e ansiedade, os dependentes de álcool apresentam maior déficit para reconhecer e julgar emoções.

      Medo, nojo, alegria, tristeza e surpresa. Os alcoolistas mostraram maiores prejuízos para julgar, reconhecer e reagir a todas as emoções estampadas nos rostos a eles apresentados. A habilidade de julgar e reconhecer emoções é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo a pesquisadora, é ela que “propicia interações sociais saudáveis e nos protege de perigos”. O rápido reconhecimento de uma face de raiva pode evitar uma briga, enquanto “reconhecer faces de medo ou tristeza ajuda-nos a mudar o que está ruim”, exemplifica Mariana.

      Resultado de efeitos neurotóxicos da bebida em circuitos neurais diversos, a falta dessa habilidade impossibilita reação adequada do dependente de álcool ao seu ambiente. “Os alcoólatras não possuem essa inteligência emocional e, num círculo vicioso, utilizam a bebida para fugir de situações problemas”, diz.

      Além da falta de inteligência emocional, a pesquisa mostra que os alcoolistas sofreram mais traumas emocionais precoces (na infância) que os não alcoolistas e apresentam personalidade desadaptativa – dificuldade de adaptação e interação com seu meio social.

      O estudo distingue ainda fatores que podem levar ao alcoolismo (vivências de traumas gerais e emocionais na infância e maiores dificuldades para reagir às emoções, principalmente as de surpresa) daqueles que protegem contra o transtorno (personalidade marcada pela conscienciosidade – atributos relacionados à capacidade crítica ou autocrítica como a da autoconsciência sobre os malefícios da bebida – e maior facilidade para reconhecer emoções, preferencialmente o medo e o nojo).

      Com a doença já instalada, Mariana afirma que “a primeira conduta terapêutica seria psicoterapia para abstinência do álcool”, já que o consumo crônico prejudica a inteligência emocional (percepção e julgamento das emoções), e para prevenção de recaídas. A participação dos grupos de autoajuda – como o AA – e em palestras informativas sobre os danos do consumo de álcool também estão entre as indicações da psicóloga.

      Saber que determinados traumas vividos na infância e dificuldades de reagir às emoções estão entre os riscos para o alcoolismo ajuda a estabelecer medidas preventivas. A pesquisadora defende maior divulgação (como palestras informativas) dos “dados sobre o consumo de álcool a longo prazo, que culmina com dependência e torna-se doença”. Entre os inúmeros prejuízos, essas ações preventivas devem enfocar “a perda da inteligência emocional, como descrita nesse estudo”.

Fonte: Adaptado de:<http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/alcoolismo-leva-a-perda-da-inteligencia-emocional/> . Acesso em: 22 dez. 2017.

A palavra álcool vem do árabe al kohl, al-kuhul ou al-ghawl, que significa “fino composto utilizado para a maquiagem obtido através da destilação“. As palavras encontradas no texto derivadas do substantivo primitivo álcool − alcoolismo, alcoolistas, alcoólatras − sofrem o processo de derivação denominado

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra D.

    Corrijam-me, por favor, caso eu tenha cometido algum erro.

    alcoolismo = sufixo de origem grega. Atua como formador de ações. Hibridismo.

    alcoolistas = Derivação sufixal

    alcoólatras = Derivação sufixal

    Abraço.

  • HIbridismo , mistura de duas ou mais línguas , "vem do árabe" conforme a propria questao refere e associa com o sufixo à palavra para formar : alcolismo, alcoolista , alcoolatras

  • CUIDADO!

    A questão possui vicio no gabarito por pura incompetência da banca, que tenta formular questões aquém da própria capacidade.

    O comando da questão é problemático, visto que solicita o processo de DERIVAÇÃO presente nas palavras, apontando no gabarito um processo diferente da derivação, qual seja, o hibridismo.

    Tal confusão de conceitos, por parte do examinador, já é suficiente para anular a questão.

  • A palavra álcool vem do árabe al kohl, al-kuhul ou al-ghawl, que significa “fino composto utilizado para a maquiagem obtido através da destilação“. As palavras encontradas no texto derivadas do substantivo primitivo álcool − alcoolismo, alcoolistas, alcoólatras − sofrem o processo de derivação denominado

    Identifica-se nas palavras alcoolismo, alcoolistas, alcoólatras a presença de sufixos somados à palavra primitiva, o que faz dessas palavras derivadas por sufixação.

    Além disso, como o próprio enunciado sinalizou, é possível identificar componentes de línguas diversas na formação da palavra: o radical árabe somado a sufixos empregados na Língua Portuguesa. Ocorrendo esse “mix” de elementos de línguas distintas, é possível também identificar nessas palavras o processo de formação hibridismo.

    Resposta: D

  • Não confunda Estrangeirismo x Hibridismo:

    No primeiro a palavra não existe no brasil , mas é incorporada à fala.

    Internet, Mouse, Iceberg.

    No segundo os radicais que formam a palavra são de origem distinta:

    auto+ móvel..

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • GABARITO LETRA D

     

    ÁLCOOL = SUBSTANTIVO PRIMITIVO 

     

    ALCOOLISMO, ALCOOLISTAS, ALCOÓLATRAS

     

    ALCOOLISMO (5 - SUFIXO QUE FORMA SUBSTANTIVOS ABSTRATOS DERIVADOS DE OUTROS SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS)

    ALCOOLISTAS (6 - SUFIXO QUE FORMA SUSTANTIVOS E ADJETIVOS DERIVADOS DE OUTROS SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS)

    ALCOÓLATRAS 

     

     

  • Confesso, as vezes essas respostas confundem.

  • Derivação: 1 radical

    Processo pelo qual formamos novas palavras (derivadas) a partir de palavras já existentes na língua (primitivas) .

    Podem ser:

    Prefixal: desleal; anormal. Se eu tiro o prefixo "des" os radicais leal e normal continuam com sentido.

    Sufixal: Lealdade. Se eu tiro o sufixo "dade" o radical Leal continua com sentido.

    Prefixal e sufixal: Deslealdadeinfelizmente. Tanto faz eu tirar o prefixo ou o sufixo o radical continuará com sentido completo.

    Parassintética: Entardecer. É simultânea, não posso tirar o prefixo ou sufixo, que a palavra fica inexistente, perde o sentido. Assim: ----> Tirei o "En" --> Tardecer. Tirei o "Cer" ---> Entarde

    Regressiva (deverbal): a palavra foi formada por uma redução, por isso regressiva, não houve acréscimo. No exemplo, o verbo deu lugar a um substantivo: Fala, embarque. Provêm do dos verbos falar e embarcar.

    Imprópria (conversão): Lembre-se de mudança de classe gramatical. ---> cantar dos pássaros me anima. A presença do artigo "o" na frente do verbo "cantar" modifica a classe gramatical do verbo, que passou a ser substantivo.

    Composição: 2 ou + radicais.

    É a junção de palavras já existentes na língua, formando novas palavras.

    Podem ser:

    Justaposição: Guarda-roupa, Girassol. Percebemos claramente duas palavras, a fonética não é perdida, alterada.

    Aglutinação: Planalto (Plano + alto), aguardente ( água + ardente), embora ( em + boa + hora). Há perda ou alteração fonética na fusão, contração.

    DEUS É FIEL!

  • Resposta: alternativa d

     

    alcoolismo -> a questão diz que alcool vem do árabe; o sufixo ismo vem do latim. Logo, ocorre hibridismo: palavra cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

    alcoolistas, alcoólatras -> pelo que vi nos dicionários, além do radical árabe, têm sufixos gregos.

  • Questão muito confusa, pois na minha opinião deveria ser a letra B. Segue abaixou como foi meu raciocínio para responder ela.

    Prefixo: quando há uma introdução de um elemento no início da palavra. Ex: incapaz ---> letra B

    Sufixo: quando há uma introdução de um elemento no final da palavra. Ex: capacidade

  • Como pode ser hibridismo se para tal temos que ter uma palavra formada por dois radicais? ISMO, por exemplo, não é radical e sim sufixo...

  • Questão mal formulada a palavra álcool e um Empréstimo Linguístico(Ocorre quando há incorporação de um vocábulo pertencente a outra língua, adaptando-o ao português falado.)

  • Acredito que esteja correto o gabarito: nas duas primeiras palavras, o processo de derivação é sufixal, pois "-ismo" e "-ista"são sufixos; já na terceira palavra não se têm afixos(sufixos ou prefixos), mas sim dois radicais, um de origem árabe "álcool", e outro de origem grega "latra ou latria"(cultuar, no caso cultuar o álcool), configurando, assim, o hibridismo.

  • Gabarito D

    No caso das palavras híbridas, por exemplo, o mais interessante é constatar que elementos de línguas e culturas distintas acabam se unindo e formando vocábulos que, muitas vezes, são universais. Um desses casos é o de ''alcoólatra'', de que fazem parte ''álcool'', que vem do árabe, e ''-latra'', que vem do grego e significa ''que adora'', ''que cultua''. 

    Fonte:

    https://www20.opovo.com.br/app/colunas/aopedaletra/2003/02/07/noticiasaopedaletra,224243/por-falar-em-hibridismo.shtml#:~:text=Um%20desses%20casos%20é%20o,''%2C%20''que%20cultua''.&text=Por%20falar%20em%20''idolatria,ídolo''%20%2B%20''-latria''.

  • Palavras híbridas são compostas por elementos de línguas diversas, como é o caso:

    • Automóvel é “aquele que move a si mesmo”: auto (do grego = a si mesmo) + móvel (do latim).
    • Televisão é “ver à distância”: tele (do grego = distância) + visão (do latim);
    • alcoômetro (álcool do árabe + metro do grego);
    • bafômetro (bafo do português + metro do grego);
    • burocracia (bureau do francês + cracia do grego);
    • sambódromo (samba do quimbundo + dromo do grego)...

  • "sofrem o processo de derivação denominado"

    Acredito que os processos de derivação são: prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.

    Hibridismo é a forma de composição assim como justaposição e aglutinação

    Acredito que quem marcou a letra D não se atentou a esse detalhe no final do enunciado.

  • PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

    Há dois processos mais fortes (presentes) na formação de palavras em Língua Portuguesa: a composição e a derivação. Vejamos suas principais características.

    Composição: é muito mais uma criação de vocábulo. Pode ocorrer por:

    *Justaposição (sem perda de elementos):

    Guarda-chuva, girassol, arranha-céu, passatempo, guarda-noturno, flor-de-lis.

    *Aglutinação (com perda de elementos):

    Embora (em + boa + hora) | Fidalgo (filho de algo) | Aguardente (agua + ardente).

    Hibridismo: consiste na união de radicais oriundos de línguas distintas:

    Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego) | Burocracia – Buro (francês) + cracia (grego).

    Derivação: é muito mais uma transformação no vocábulo, não se trata necessariamente da criação de uma palavra nova. Ela pode ocorrer das seguintes maneiras:

    Pelo acréscimo de um prefixo (antes da raiz da palavra). Chamaremos de derivação PREFIXAL.

    Reforma, anfiteatro, desfazer, reescrever, ateu, infeliz.

    Pelo acréscimo de um sufixo (após a raiz da palavra). Chamaremos de derivação SUFIXAL.

    Formalmente, fazimento, felizmente, mocidade, teísmo.

    Pelo acréscimo de um sufixo e de um prefixo ao mesmo tempo (com possibilidade de remoção).

    Chamaremos de derivação PREFIXAL E SUFIXAL.

    Infelizmenteateísmodesordenamento.

    Pelo acréscimo simultâneo e irremovível de prefixo e sufixo. É o que se convencionou chamar de PARASSÍNTESE ou DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA.

    Avermelhadoanoiteceremudeceramanhecer.

    Pela regressão de uma forma verbal. É o que chamaremos de derivação regressiva ou deverbal: advinda de um verbo. Essa derivação usualmente dá origem a substantivos abstratos.

    Abalo (proveniente do verbo “abalar”) | Agito (proveniente do verbo “agitar”).

    Luta (proveniente do verbo “lutar”) | Fuga (proveniente do verbo “fugir”).

    Pelo processo de alteração classe gramatical. Convencionalmente chamada de CONVERSÃO OU “DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA”.

    jantar – “jantar” é um verbo, mas aqui foi transformado em substantivo.

    Um não – “não” é um advérbio, mas foi transformado em substantivo.

    O seu sim – “sim” é um advérbio, mas foi transformado em substantivo.

    Estrangeirismo:

    Pode-se entender como um tipo de empréstimo linguístico. Ele pode ocorrer de duas maneiras:

    *Com aportuguesamento: abajur (do francês "abat-jour"), algodão (do árabe "al-qutun"), lanche (do inglês "lunch") etc.

    *Sem aportuguesamento: networking, software, pizza, show, shopping etc.