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ID
3215773
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
FERSB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Alcoolismo leva à perda da inteligência emocional

                   Falta da habilidade em reconhecer emoções impossibilita

                reação adequada do dependente de álcool ao seu ambiente


      “Anestesiar o coração” e “afogar as mágoas” são expressões que dizem mais do que se imagina quando o assunto é alcoolismo. Pesquisa de equipe da Saúde Mental da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP confirma dificuldades de dependentes de álcool em reconhecer emoções.

      Responsável pelo estudo, a psicóloga Mariana Donadon avaliou vítimas de alcoolismo em tratamento ambulatorial no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e comparou com pessoas saudáveis. Após entrevistas e testes específicos, como uma tarefa computadorizada de reconhecimento de expressões faciais de emoção, verificou que, além de sofrerem mais com depressão e ansiedade, os dependentes de álcool apresentam maior déficit para reconhecer e julgar emoções.

      Medo, nojo, alegria, tristeza e surpresa. Os alcoolistas mostraram maiores prejuízos para julgar, reconhecer e reagir a todas as emoções estampadas nos rostos a eles apresentados. A habilidade de julgar e reconhecer emoções é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo a pesquisadora, é ela que “propicia interações sociais saudáveis e nos protege de perigos”. O rápido reconhecimento de uma face de raiva pode evitar uma briga, enquanto “reconhecer faces de medo ou tristeza ajuda-nos a mudar o que está ruim”, exemplifica Mariana.

      Resultado de efeitos neurotóxicos da bebida em circuitos neurais diversos, a falta dessa habilidade impossibilita reação adequada do dependente de álcool ao seu ambiente. “Os alcoólatras não possuem essa inteligência emocional e, num círculo vicioso, utilizam a bebida para fugir de situações problemas”, diz.

      Além da falta de inteligência emocional, a pesquisa mostra que os alcoolistas sofreram mais traumas emocionais precoces (na infância) que os não alcoolistas e apresentam personalidade desadaptativa – dificuldade de adaptação e interação com seu meio social.

      O estudo distingue ainda fatores que podem levar ao alcoolismo (vivências de traumas gerais e emocionais na infância e maiores dificuldades para reagir às emoções, principalmente as de surpresa) daqueles que protegem contra o transtorno (personalidade marcada pela conscienciosidade – atributos relacionados à capacidade crítica ou autocrítica como a da autoconsciência sobre os malefícios da bebida – e maior facilidade para reconhecer emoções, preferencialmente o medo e o nojo).

      Com a doença já instalada, Mariana afirma que “a primeira conduta terapêutica seria psicoterapia para abstinência do álcool”, já que o consumo crônico prejudica a inteligência emocional (percepção e julgamento das emoções), e para prevenção de recaídas. A participação dos grupos de autoajuda – como o AA – e em palestras informativas sobre os danos do consumo de álcool também estão entre as indicações da psicóloga.

      Saber que determinados traumas vividos na infância e dificuldades de reagir às emoções estão entre os riscos para o alcoolismo ajuda a estabelecer medidas preventivas. A pesquisadora defende maior divulgação (como palestras informativas) dos “dados sobre o consumo de álcool a longo prazo, que culmina com dependência e torna-se doença”. Entre os inúmeros prejuízos, essas ações preventivas devem enfocar “a perda da inteligência emocional, como descrita nesse estudo”.

Fonte: Adaptado de:<http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/alcoolismo-leva-a-perda-da-inteligencia-emocional/> . Acesso em: 22 dez. 2017.

Beber para “anestesiar o coração” e beber para “afogar as mágoas” são ditados populares que denotam sentidos conotativos. Considerando tais expressões, informe verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmações cujo argumento apresenta sentido denotativo para essas expressões e assinale a alternativa com a sequência correta.


(  ) O alcoolismo é mais recorrente em quem viveu traumas gerais e emocionais na infância e tem maiores dificuldades para reagir às emoções.

(  ) O alcoolismo tanto provoca a perda da inteligência emocional quanto serve como fuga para as situações problemas.

( ) Os alcoolistas sofreram mais traumas emocionais precoces que os não alcoolistas e apresentam personalidade desadaptativa.

(  ) Os alcoolistas, além de sofrerem mais com depressão e ansiedade, apresentam maior déficit para reconhecer e julgar emoções.

Alternativas
Comentários
  • NÃO ENTENDI ESSA! SE ALGUÉM PUDER COMENTAR, POR FAVOR !

  • Gabarito letra B.

    Sentido denotativo seria o emprego da palavra em seu sentido literal, objetivo. No caso, o examinador omitiu a expressão (na infância) no terceiro quesito a ser avaliado, tornando a alternativa falsa.

    V está no 6º parágrafo;

    V está no 4º parágrafo;

    F está no 5º parágrafo;

    V está no 2º parágrafo.

    Corrijam-me, por favor, se cometi algum erro.

    Abraço.

  • Questãozinha mal feita!

  • seria por causa da expressão ``traumas emocionais``?

  • Assertiva b

    Assertiva Solicita o conceito de DENOTAÇÃO e CONOTAÇÃO

    CONOTAÇÃO

    Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido figurado

    DENOTAÇÃO

    o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras.

    (V) O alcoolismo é mais recorrente em quem viveu traumas gerais e emocionais na infância e tem maiores dificuldades para reagir às emoções.

    (V) O alcoolismo tanto provoca a perda da inteligência emocional quanto serve como fuga para as situações problemas.

    (F) Os alcoolistas sofreram mais traumas emocionais precoces que os não alcoolistas e apresentam personalidade desadaptativa.

    (V) Os alcoolistas, além de sofrerem mais com depressão e ansiedade, apresentam maior déficit para reconhecer e julgar emoções.

  • Péssima redação do enunciado!

  • Pelo que entendi, a questão quer que você ache nas assertivas, qual delas tem relação denotativa com a expressão "anestesiar o coração" e beber para "afogar as mágoas". Vejamos:

    ( ) O alcoolismo é mais recorrente em quem viveu traumas gerais e emocionais na infância e tem maiores dificuldades para reagir às emoções. -> Essa assertiva se relaciona às duas expressões citadas, podemos ver que se refere ao tema anestesiar o coração (que o texto diz ser a dificuldade de reconhecer emoções em geral) e se refere tbm ao tema afogar as mágoas (que seria, por exemplo, esquecer dos traumas vividos);

    O alcoolismo tanto provoca a perda da inteligência emocional quanto serve como fuga para as situações problemas. -> A partir da assertiva anterior, você pode tbm fazer a mesma relação aqui. A expressão anestesiar coração se referindo a perda de inteligencia emocional e afogar as mágoas com fuga para as situações problemas.

    Os alcoolistas sofreram mais traumas emocionais precoces que os não alcoolistas e apresentam personalidade desadaptativa. -> Note que nessa assertiva, não se tem a mesma relação que as anteriores têm com as expressões citadas.

    Os alcoolistas, além de sofrerem mais com depressão e ansiedade, apresentam maior déficit para reconhecer e julgar emoções. -> Voltamos com a mesma relação de problemas para julgar emoções (anestesiar o coração) e afogar as mágoas com a bebida para esquecer problemas emocionais. Fuga da ansiedade e da depressão.

    Boa sorte galera, qualquer erro ou crítica em geral, avise.

  • ?...

  • doideira essa

  • -Acertei?

    -Acertei.

    -Entendi?

    -...

  • O caminhão do lixo passou e não levou essa questão junto com o restante do material coletado.

  • essa foi a aquestão mais sentido da AOCP

  • Sobre o terceiro item. Raciocinei assim. Eles omitiram o termo infância. O que tornou a alternativa errada. Pq o termo "infância" ele específica quando foram (ocorreram) esses traumas emocionais.