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ID
3219595
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Rio Claro - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ai, que preguiça!
     O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento. É dotado de dobradiças, músculos que formam alavancas capazes de deslocar o esqueleto em qualquer direção, ossos resistentes, ligamentos elásticos que amortecem choques, e sistemas de alta complexidade para mobilizar energia, consumir oxigênio e manter a temperatura interna constante.
     Se o corpo humano fosse projetado para os usos de hoje, para que pernas tão compridas e braços tão longos? Se é só para ir de um assento a outro, elas poderiam ter metade do comprimento. Se os braços servem apenas para alcançar o teclado do computador, para que antebraços? Seríamos anões de membros atrofiados, mas com um traseiro enorme, acolchoado, para nos dar conforto nas cadeiras.
     A possibilidade de ganharmos a vida sem andar é aquisição dos últimos cinquenta anos, com a disponibilidade de alimentos de qualidade acessíveis a grandes massas populacionais, saneamento básico, antibióticos e tecnologia para satisfazer as nossas necessidades.
     No entanto, os efeitos adversos desse estilo de vida não demoraram para surgir: sedentarismo, complicações cardiovasculares, degenerações neurológicas, etc. Se todos reconhecem que a atividade física faz bem para o organismo, por que ninguém se exercita com regularidade?
     Por uma razão simples: descontadas as brincadeiras da infância, fase de aprendizado, nenhum animal desperdiça energia. Só o faz atrás de alimento, sexo ou para escapar de predadores. É tão difícil abandonar a vida sedentária, porque malbaratar energia vai contra a natureza humana. Os planos para andar, correr ou ir à academia naufragam, no dia seguinte, sob o peso dos seis milhões de anos de evolução que desaba sobre nossos ombros.
    Quando você ouvir alguém dizendo que pula da cama louco de disposição para o exercício, pode ter certeza: é mentira. Essa vontade pode nos visitar num sítio ou na praia com os amigos, na rotina diária jamais. Digo por experiência própria. Há 20 anos corro maratonas, que me obrigam a levantar às cinco e meia para treinar. Tenho tanta confiança na integridade de meu caráter, que fiz um trato comigo mesmo: ao acordar, só posso desistir de correr depois de vestir calção, camiseta e calçar o tênis.
     Se me permitir tomar essa decisão deitado na cama, cada manhã terei uma desculpa. Não há limite para as justificativas que a preguiça é capaz de inventar nessa hora. Por isso, se você está à espera da chegada da disposição física para sair da vagabundagem, tire o cavalo da chuva: ela não virá. Praticar exercícios com regularidade exige disciplina militar, a mesma que você tem na hora de ir para o trabalho. Ai, que preguiça!
(www.drauziovarela.com.br. Publicado em 13.01.2014. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase reescrita apresenta concordância correta, de acordo com a norma-padrão.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    A) ... descontadas as brincadeiras da infância [...], nenhum animal desperdiça energia./ ... desconta-se as brincadeiras de infância [...], nenhum animal desperdiça energia ? O correto é "descontam-se" (=voz passiva sintética com sujeito paciente no plural "as brincadeiras de infância").

    B) Há 20 anos corro maratonas... / Fazem 20 anos que corro maratonas ? verbo "fazer" indicando tempo decorrido é um verbo impessoal e não deve ser flexionado (=faz).

    C) ... saneamento básico, antibióticos e tecnologia para satisfazer as nossas necessidades./Saneamento básico, antibióticos e tecnologia, tudo isso satisfazem as nossas necessidades ? a concordância deve ser feita com o aposto resumitivo (tudo satisfaz).

    D) Não limite para as justificativas da preguiça./ Não existem limites para as justificativas da preguiça ? correto, primeiro verbo "haver" com sentido de "existir" sendo impessoal e corretamente no singular e logo após o verbo "existir" pessoal concordando com o sujeito posposto que está no plural "limites".

    E) Seríamos anões de membros atrofiados, mas com traseiro enorme [...], para nos dar conforto nas cadeiras./ Seríamos anões de membros atrofiados, mas com traseiros enormes [...], que nos daria conforto nas cadeiras ? pronome relativo "que" retomando o termo "traseiros enormes" e com a função sintática de sujeito, o correto é "dariam".

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva D

    Não há limite para as justificativas da preguiça./ Não existem limites para as justificativas da preguiça.