Leia o texto a seguir para responder à questão.
Calvície: o melhor remédio é o charme
Pouca gente nota, mas sou careca. Rasparam meu cabelo quando entrei na faculdade, e de lá pra cá a coisa não
melhorou. Conheço o assunto. Portanto, me surpreendi com
essa notícia de os japoneses terem descoberto a cura da
calvície com o uso de células-tronco. A princípio, desconfiei;
são poucos os orientais realmente carecas. Perto de 20% da
população (segundo o Japan Times). Então, qual a razão de
perder tempo pesquisando? Não é um problema nacional,
manja? Segundo a mesma publicação, 41% dos holandeses
são carecas – mas eles preferiram inventar uma marca de
cerveja do que um remédio para as entradas. Também prefiro.
De cara, implico com esse termo: “cura”, porque pressupõe que calvície é doença. Me recuso a olhar para esta minha
cabeça redonda, graciosa e útil (sirvo de ponto de referência
em qualquer Lollapalooza) e julgá-la como patologia. Chamar
calvície de doença é coisa de quem nunca foi careca, por
exemplo, os japoneses.
Ser careca é ótimo. Não tem demérito nenhum. E dá trabalho, sim. Um careca cônscio é vaidoso. Tem que raspar,
passar protetor solar, hidratante e até cera, se a calva estiver
opaca.
Tomar banho, por exemplo, é ótimo. O pouca-telha sente
a água batucando diretamente na cabeça. Na hora do soninho, o travesseiro refresca. Até o cafuné rende mais, já que
feito diretamente na pele. A gente se arruma mais rápido, o
ralo do nosso banheiro nunca entope.
Aí o cabeludo, em defesa da categoria, argumenta que
cabelo é item de beleza superior e charme: dá pra deixar
crescer, tingir de ruivo, fazer trancinha e até coque casal-top
model. De fato, carecas não se divertem com o cabelo. Mas
usam gorros, de cores variadas e marcas sofisticadas. Se a
natureza não foi pródiga, a moda ajuda. É fato: desde que
o Bruce Willis apareceu que careca é sinônimo de sedução
fashion.
Falei do Bruce, mas posso citar Kelly Slater, Zidane, Stanley
Tucci, Guardiola, Jason Statham – e por aí vai. Temos nosso
borogodó. Não somos de jogar fora.
O único problema do careca é querer renegar a raça. É
querer virar as costas para os seus. É querer enganar o próximo. O grande problema do careca é o implante. Ou, Deus
nos livre, a peruca. Aí, não. Vamos manter a dignidade. Melhor raspar tudo, passar um perfuminho, adotar um chapéu-panamá. Dá certo também; tem sempre quem goste. Vai por
mim, sou careca desde que entrei na faculdade.
(Lusa Silvestre. http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/xavecos-e-milongas/
calvicie-o-melhor-remedio-e-o-charme/. Adaptado)
Leia os trechos do texto.
Rasparam meu cabelo quando entrei na faculdade, e de
lá pra cá a coisa não melhorou.
É querer virar as costas para os seus. É querer enganar
o próximo.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as expressões destacadas estão, correta e respectivamente, substituídas pelos pronomes na alternativa: