Gramáticos e linguistas
Um linguista moderno sente-se tentado a desprezar um tanto seus antecessores, e sorrirá ao ler um gramático científico do
século XIX. Entretanto, é à gramática tradicional que devemos esse enorme trabalho de análise que ainda serve de base às
investigações modernas. A definição das partes da frase (sujeito, verbo, complemento etc.) e de suas relações, os quadros da flexão
(declinação, conjugação etc.), a descrição dos diferentes gêneros de proposições (principais e subordinadas, discurso direto e indireto
etc.), e muitas outras coisas dessa ordem, resultados alcançados pelo trabalho várias vezes centenário de um espírito lógico e
analítico, são como pilares sobre os quais se assentará o edifício da linguística enquanto houver homens que dela se ocupem.
(Adaptado de: AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Trad. de José Paulo Paes. São Paulo: Cosac Naify, 2015)
Para discriminar o que julga ter sido um enorme trabalho de análise, Auerbach